25/01/2017

Há de se Revisar o Sistema

Por Wolmer Ricardo Tavares – Mestre em Educação e Sociedade, Escritor, Palestrante, Articulista, Colunista, Docente, Consultor de Projetos Educacionais e Gestão do Conhecimento na Educação – www.wolmer.pro.br

 

            O atual sistema de educação pública precisa passar por uma revisão, mas não por pessoas que ocupam cargos políticos e que lá estão para garantir o bom salário, mas por pessoas que realmente estejam comprometidas com a verdadeira educação.

            Percebamos que os mandatários independentes das ideologias políticas, nunca focaram a libertação de seu povo através da educação, isso porque exigiria um investimento a longo prazo e investimentos a longo prazo não elegem políticos oportunistas.

            Um dos itens a ser analisado nesta reforma é perceber que enquanto a educação for vista como algo secundário, o investimento em presídios exigirá cada vez mais dinheiro dos cofres públicos.

            De acordo com a presidente do Supremo e do Conselho Nacional de Justiça Cármem Lúcia, um preso custa em média por mês R$ 2.400,00 enquanto um estudande do ensino médio custa em média por ano R$ 2.200,00. Isso nos dá respaldo para realçar que um preso custa em média R$ 26.600,00 a mais que um estudante.

            Está havendo uma inversão de valores e os estudantes estão sendo vistos como um gasto desnecessário por causa de uma turma elitista que domina os processos decisórios de nossa pátria amada.

            A escola hoje é vista como uma fármaco para todas as mazelas, desde políticas assistencialistas a tutores de marginais com uma vasta lista de infrações, seguidas de omissões da família e negligência do Estado, implicando em um ato de deseducação e jogando todo o peso da responsabilidade em educar o aluno nesta instituição de ensino.

            As reformas envolvendo a educação devem focar em resolver a ignorância de seus alunos, pois é ela a pior de todas as mazelas sociais e o cerne da pobreza e da miséria, entretanto, esta ignorância não se resolverá nunca aplicando a pedagogia do empurrão, dando diplomas, standartizando comportamentos/pensamentos e passando de série alunos que pouco se diferem de analfabetos.

            Esta mesma reforma não se fará com números manipulados, inversão de valores nas escolas, projetos estéreis e cargos de tomadores de decisão ocupados por favores políticos com carreiras camaleônicas, ou idiotas oportunistas que se comportam como verdadeiros vampiros, sugando a auto-estima de seus profissionais, suas perspectivas e dignidades.

            A reforma se fará ouvindo os principais envolvidos e valorizando os profissionais com melhores planos de carreira e salários mais dignos para que estes possam se dedicar exclusivamente a sua função de ensinar, sem que o aluno se sinta aprisionado e/ou dependente.

            Ela deve trabalhar a autonomia do aluno e libertá-lo das amarras da ignorância, alienação e domesticação subalterna, que o insere na sociedade como massa de manobra.

            Essa reforma deverá ser o cerne para transformação da sociedade através de um aluno crítico e protagonista de sua própria vida com toda a curiosidade inerente de seu ser, buscando constantemente o conhecimento esclarecedor e tendo o professor, como um mediador focado na neodiretividade emancipadora.

            A educação não deve aprisionar o educando e tampouco deixá-lo dependente, mas libertá-lo.

            A escola se encontra cheia de nós górdios e nem sempre ela tem um Alexandre o Grande para desatá-los. Veja aqui o nó como uma metáfora como algo aparentemente insuperável, um problema insolúvel.

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