21/12/2017

Hora Do Conto E Seu Reflexo Na Educação Infantil

HORA DO CONTO E SEU REFLEXO NA EDUCAÇÃO INFANTIL

 

Arcelita Koscheck[1]

Resumo: O trabalho em estudo tem como finalidade demonstrar uma reflexão sobre a hora do conto e análise da necessidade da leitura na educação infantil. A pesquisa possibilita compreender que podemos utilizar a literatura infantil como um recurso indispensável na educação infantil e como ela pode ser significativa para a aprendizagem das crianças. Sendo fundamental formar leitores desde cedo, incentivando-os a ler através de variadas formas, assim permitindo ao leitor ou ouvinte viajar no mundo do sonho, da fantasia e da imaginação de forma prazerosa e significativa para promover a criatividade dos alunos. Sabendo da necessidade da literatura infantil no espaço escolar e na vida do ser humano, além de ser um campo fértil para se produzir e despertar o gosto pela leitura, estimular os alunos é essencial.

Palavras-chave: literatura infantil; educação infantil; leitura.

                                                                                                                             

INTRODUÇÃO

Trabalhar com a criança é enriquecer nossa experiência de vida. Nesse contexto, a leitura iniciada na educação infantil com as crianças abre espaço para a busca do prazer de ler. Acredito que o ato do professor contar histórias para as crianças pode desenvolver diversas formas de linguagem, ampliando seu vocabulário. A leitura proporciona a ela viver seu imaginário de forma lúdica e prazerosa.

O objetivo geral deste estudo é mostrar sobre a necessidade e a utilidade das histórias contadas na educação infantil para o desenvolvimento da aprendizagem da criança. Relacionar a contação de histórias e a aprendizagem na educação infantil; mostrar habilidades consideradas necessárias ao professor/a para mediar às histórias. A leitura de histórias é um momento em que a criança pode conhecer a forma de viver, pensar, agir e o universo de valores, costumes e comportamentos de outras culturas situadas em outros tempos e lugares que não o seu.

 O primeiro momento faz um breve resgate em relação ao processo da leitura no decorrer dos anos, permitindo assim, conhecer melhor o universo da leitura e da contação de histórias. A leitura na educação infantil é fundamental para estimular nas crianças a conhecer um novo mundo, possibilitando a criação, construção e a transformação, por meio da sua imaginação.

No segundo momento, trata-se da importância da hora do conto na educação infantil, a pesquisa destaca a necessidade das histórias infantis no espaço escolar. Contribuindo como fonte de recurso, a interferência na aprendizagem, enriquecedora de experiências que podem ser vivenciadas de forma lúdica, como o mundo da fantasia e do faz de conta.

No terceiro momento, cabe ao professor estabelecer uma reflexão sobre a prática educativa que respeite a criança em sua cultura. Essa prática planejada e desenvolvida em torno da ludicidade pode tornar a escola um espaço recheado de criações e emoções. Desta forma, o professor, como mediador da literatura infantil e suas histórias, desenvolve muito mais do que uma arte.

A hora do conto é um recurso fundamental para o incentivo à leitura prazerosa, na qual está presente um mundo de fantasia, que suscita a imaginação e desperta à criança para o mundo do faz-de-conta. A literatura também pode ampliar o conhecimento de mundo da criança, que por sua vez, vivencia a leitura como parte de sua realidade.

ROMPENDO AS BARREIRAS DO TEMPO

O processo da leitura na história

           Sabe-se que na antiguidade os povos, desenvolviam algum tipo de linguagem, e para se comunicarem com outros seres sociais usavam as imitações, na qual a aprendizagem se dava basicamente por imitação. No decorrer dos anos, a leitura era uma ação que acontecia naturalmente, através das explicações ou histórias contadas pelos mais velhos, que costumavam relatar suas experiências de vida. Segundo Ferreira (2001, p. 18) “o mundo natural era seu acervo literário, a leitura era uma interação homem – mundo”. Era uma necessidade de expressar-se, de ouvir e contar histórias, sendo essa a única forma de relação que se dava entre o ser e o mundo natural.

         Como naquela época o conhecimento era transmitido oralmente pelos mais velhos, a arte da oratória passou a ser a base dos ensinamentos, sendo ela transmitida por meio do diálogo, assim os mestres ensinavam os aprendizes. Com a dificuldade de publicar e divulgar as obras escritas, o leitor era um ouvinte, na qual os leitores e não leitores tinham mais contato no sentido de ressignificar os textos. Os textos eram escritos em volumes ou rolos de papiros, os papiros foram um dos primeiros meios de registrar os pensamentos.

          A leitura e a contação de histórias naquela época estavam muito restritos a poucos privilegiados. Na Grécia, os beneficiados eram os filósofos e os aristocratas, enquanto na Roma era uma forma de garantir os direitos dos patrícios as propriedades. Na Idade Média, uma minoria era alfabetizada, dentre deles eram as igrejas, os mosteiros e as abadias (uma comunidade cristã), os quais eram os únicos centros da cultura letrada. Assim nos mosteiros e nas abadias se encontravam as únicas escolas e bibliotecas da época, e era lá que se preservavam e restauravam textos antigos dos gregos na Grécia.

          Com o surgimento do cristianismo, a leitura, antes vista como uma ação natural, passou a ser acessada por poucos, pois segundo Ferreira (2001, P.21) “ ler torna-se uma espécie de militância da fé: há leitura para compreender melhor esta origem e pode reforçar a fé ”. Ou seja, os cristãos liam somente o que era permitido, uma vez que precisavam preparar a sua alma, passando a interpretar a leitura como sagrada, entendida como uma força divina assim salvando a sua alma.

          Com o passar do tempo, a leitura se expandiu na sociedade, surgindo novos suportes para a contribuição da expansão da mesma, principalmente após a invenção da imprensa, divididos em duas etapas, as formas independentes como os autores escrevem, encontrando assim a melhor maneira de atrair o leitor para as publicações. Conforme Ferreira (2001, p.27), “somente a partir do século IX é que o ato de ler tornou-se individualizado, sendo possível ler e pensar, sem dar satisfações sobre o que estava pensando”. Assim aumentando a procura pelos livros, houve o aumento de produção dos mesmos, e quanto mais eram lidos mais autonomia os homens desenvolviam, ampliando assim seus conhecimentos e a preocupação em ensinar a ler.

          Com a chegada da Revolução Industrial, a leitura passou a ser vista de outra forma, conforme Ferreira (2001, p.30), “ os poemas, os romances de cavalaria, grandes clássicos, passaram a ser formas de lazer permitidas”.  Nesse contexto os livros tornaram-se de alto valor, poucos tinham acesso aos mesmos, mas para que ocorresse a maior procura era necessário baixar os preços, assim produzindo mais, barateando os valores.

A FORMAÇÃO DE LEITORES NA EDUCAÇÃO INFANTIL

Contando e encantando através da hora do conto

Nos dias atuais, nós como adultos temos pouco tempo para a leitura, devido aos nossos inúmeros compromissos. Dessa forma, há uma grande necessidade de se repensar esse aspecto, para que na infância haja muito mais contato com a leitura, assim conhecendo a variedade de opções e sua diversidade.

 É na arte de contar histórias que professoras e alunos se envolvem, trazendo um valioso meio no processo educativo, de forma lúdica e divertida. O leitor estabelece uma relação dinâmica entre a fantasia, encontrada nos universos dos livros e a realidade encontrada em seu meio social. De acordo com Goes (1991, p.22) destaca a finalidade dos livros infantis, bem como para que serve:

O ideal da Literatura Infantil é deleitar, entreter, instruir e educar as crianças, e melhor ainda, se as quatro coisas de uma vez... repetindo: educar, instruir e distrair, sendo que o mais importante é a terceira. O prazer deve envolver tudo e mais. Se não houver arte que produza prazer, a obra não será literária e, sim didática.

Se a criança for incentivada a ler desde o início de sua infância, e ao mesmo tempo sendo auxiliada por um adulto, terá um estímulo muito maior para gostar e querer conhecer novas histórias. Assim terá um repertório mais amplo de informações e de conhecimento.  Portanto, é na escola que as crianças que não possuem acessos aos livros em casa, irão ter. Este contato com os livros na escola é necessário para a criança conhecer e também aprender a cuidar dos livros. As professoras precisam buscar meios que possam contribuir de forma significativa e construtiva para as crianças.

Se a criança for incentivada a ler desde o início de sua infância, e ao mesmo tempo sendo auxiliada por um adulto, terá um estímulo muito maior para gostar e querer conhecer novas histórias. Assim terá um repertório mais amplo de informações e de conhecimento.

Para tanto, faz necessário que haja maior preocupação por parte dos professores em selecionar uma literatura infantil que trata de temas julgados como sendo do interesse da criança e também aquelas consideradas fundamentais na contribuição de aprendizagens para o aluno.

É relevante também considerar o caráter estético, lúdico e reflexivo da literatura infantil, uma vez que proporciona a articulação entre a linguagem verbal, escrita e a visual (imagem), a valorização do imaginário e o estabelecimento de relações com o real. Para isso é necessário que o professor trabalhe muitas histórias com seus alunos, de diversas formas e diferentes tipos de textos, para que também a criança saiba reconhecer as suas diferenças, mas a sua mesma finalidade de transmitir a ideia, como exemplo, textos poéticos, musicados, entre outros. Segundo Abramovich, (1999, p.16):

Ah, como é importante para a formação de qualquer criança ouvir muitas, muitas histórias... Escutá-las  é o início da aprendizagem para ser um leitor, e ser um leitor é ter um caminho absolutamente infinito de descoberta e de compreensão do mundo (...) é também suscitar o imaginário e ter a curiosidade respondida em relação a tantas perguntas, é encontrar outras ideias para solucionar questões (...) é uma possibilidade de descobrir o mundo imenso de conflitos, dos impasses, das soluções que todos vivemos e atravessamos.

Nas histórias infantis encontra-se um mundo maravilhoso. É o faz de conta que, ao mesmo tempo encanta com a fantasia e se reproduz na imaginação fértil da criança e serve de referencial para a realidade que elas vivem. As histórias fascinam e atraem as crianças de tal maneira que elas se imaginam no papel dos personagens principais, e por isso, muitas vezes, se identificam e vivenciam os mesmos.

 É através da leitura de histórias infantis que a criança pode descobrir bons modelos para seguir, referências sobre os quais pode criar e estabelecer para si própria uma linha de conduta. Neste contexto, é interessante que o professor proporcione várias sugestões inovadoras, procurando conhecer os gostos de seus alunos e a partir daí escolher um livro ou uma história que vá ao encontro das necessidades da criança, adaptando o seu vocabulário.

A qualidade das histórias infantis é parte fundamental do processo da formação de leitores na educação infantil. A criança que vive o mundo da imaginação gostará muito mais de ler. A imaginação facilita a compreensão das crianças, pois se aproxima mais da maneira como veem o mundo, já que ainda não são capazes de compreender respostas realistas. As crianças dão vida a tudo, para elas, o sol é vivo, a lua é viva, assim como todos os outros elementos do mundo da natureza e da vida.  

 As histórias ouvidas pelas crianças, muitas vezes, ficam em sua mente até mesmo, em sua fase adulta, e às vezes são usadas como inspiração para suas atitudes na interação com o meio e a sociedade. Uma história ou uma hora de conto bem contada e interpretada pode ajudar o aluno a interessar-se pela aula e pela atividade na qual está se realizando.

UMA PROPOSTA DE INCENTIVO À LEITURA

O professor como mediador para a contação de histórias

A literatura infantil é um amplo campo de estudos que exige do professor bastante conhecimento para saber adequar os diversos tipos de contos às crianças. Gerando um momento propício de encanto e estimulação para a sua imaginação. A sala de aula deve ser o ambiente estimulador e o professor seu colaborador, oferecendo aos alunos oportunidade de serem bons leitores, fazendo interferências a partir do conhecimento prévio e explorando o que mais poderá se tornar fonte de aprendizagem.

Antunes (2001, p.24) afirma: “O grande professor será aquele que se preocupa em ensinar o aluno a ler e compreender um texto e a se expressar com lucidez”. Embora, no cotidiano da criança existam muitos outros meios atrativos para envolver e atrair a atenção, é necessário continuar incentivando o contato com a literatura infantil. Sendo que é por meio da palavra que emociona, que instiga a imaginação da criança.

Antes de ser lido para as crianças, o narrador precisa conhecer o livro previamente, ou seja, o professor precisa ter conhecimento prévio, pois este precisa oferecer segurança, chamar a atenção e despertar o interesse da criança para a história. Abramovich (1999, p.98) afirma ainda que: “é necessário saber como contar uma história e estar familiarizado com ela, pois sempre surgem palavras novas, aparece a sonoridade das frases, dos nomes, ritmos fluindo como canções...”. 

O professor como mediador na contação de histórias no espaço escolar, tem o papel de reconhecer os livros de literatura infantil de acordo com a faixa etária de seus alunos, para incentivar a formação do hábito de leitura, pois a leitura é um caminho que leva a criança a desenvolver a imaginação, emoções e sentimentos de forma prazerosa e significativa. Sendo o professor um mediador, estabelecendo uma visão atrativa de modo que se torne um hábito.  

            A escola tem uma grande responsabilidade nesse processo, a partir das narrativas é possível construir a identidade do aluno. O professor, como mediador desse processo, tem o papel de contribuir de forma significativa na vida de cada criança.

Assim mostrar as nossas crianças que é a partir da literatura infantil que se desenvolve a imaginação, e se a leitura for cultivada desde cedo poderemos adquirir diversos conhecimentos, tais como: enriquecimento do vocabulário, desenvolvimento da criatividade, sensibilidade, escrita, além do prazer que a leitura nos fornece. O professor, ao contar uma história, poderá envolver a criança e fazê-la identificar-se com os personagens, ao interagirem com as histórias, as crianças passam a despertar emoções como se estivessem vivendo o que ali lhe é narrado, os sentimentos apresentados permitem que a criança, através da imaginação, exercite a capacidade de resolução de situações que vivem em seu cotidiano.

CONCLUSÃO

            Ao realizar a pesquisa sobre a contação de histórias na educação infantil, constatou-se que é uma forma poderosa e fundamental para o professor/a utilizar em sala de aula, pois contribuem de diversas maneiras na educação das crianças, despertando nelas a imaginação, a criatividade, o interesse e o gosto pela leitura. A contação de histórias é bastante significativa, porque proporciona um momento mágico de valor educativo. Sabemos que a partir do momento em que a criança tem acesso ao mundo da leitura, ela passa a buscar novos textos literários, faz novas descobertas e consequentemente amplia a compreensão de si e do mundo que a cerca.

            Foi possível perceber que através da contação de histórias o professor pode tornar a aprendizagem mais significativa e atraente para os alunos da educação infantil, pois é na infância que as crianças estão mais propícias a desenvolver hábitos que serão seguidos futuramente, por isso considero essencial estimular as crianças a gostarem de ler desde bem novas. Além disso, considera-se que contar histórias para as crianças, proporciona momentos de grande interação entre eles e o professor, é uma forma diferente e significativa de ensinar.

Quando o professor conta histórias para as crianças pequenas está mostrando a elas como é o mundo em que vivem, ajudando a criança a pensar, olhar e entender um pouco daquilo que as circunda. É fundamental que a criança na educação infantil seja estimulada a todo tempo, mantendo-se curiosa e criativa, aprendendo de forma lúdica e significativa. O professor que utiliza a contação de história como recurso em sala de aula aguça a imaginação das crianças, desenvolvendo nelas a capacidade cognitiva de percepção do livro como instrumento de informação e descontração.

Através da pesquisa realizada, percebe-se como a leitura pode ser uma excelente maneira de trabalhar vocabulário, imaginação, criatividade e sensibilidade. Ou seja, mais do que um prazer, ela também é fonte de aprendizado e conhecimento. Dessa forma, as atividades lúdicas envolvendo a leitura, realizadas diariamente pelos professores, bem como a disponibilização de livros de literatura infantil fazem com que os primeiros contatos com a leitura sejam agradáveis e divertidos. Assim, quanto mais lúdico for o trabalho com a literatura infantil, melhor será seu impacto na formação de leitores e na aprendizagem da leitura.

Com esta pesquisa espera-se despertar nos professores de educação infantil um interesse maior por contar histórias em sala de aula, tornando-se assim pesquisadores de novos conhecimentos, e que conduzam a uma forma atraente e significativa de ensinar e aprender. Então, contar e ouvir histórias continua e permanecerá em nossas práticas e vivências, sendo aprimorada e utilizada como recurso para conquistar o leitor, proporcionando a ele ampliar suas informações, gerando curiosidades e pode-se estender por toda a vida. Isso requer força de vontade, cumplicidade com a leitura de todos que fazem parte da vida de uma criança.

Foi possível comprovar durante o trabalho na escola pesquisada, que o espaço escolar tem muitos caminhos a serem descobertos e trilhados, mas que para isso, é preciso parar, refletir, lançar um olhar atento para as possibilidades de aprendizagem, que às vezes estão em segredo, escondidas nas entrelinhas de uma história ou até mesmo de uma palavra.

            A hora do conto, na educação infantil, é um trabalho que deve ser permanente e sempre buscando a forma em que essa atividade com a leitura leve a apreensão não somente da leitura e da escrita, mas de uma forma mais abrangente, na qual os conhecimentos, atitudes e valores possam ser percebidos. É um trabalho que exige aperfeiçoamento constante e mudança de postura por parte dos educadores para que não se torne algo mecânico ou pouco atrativo.

Formar leitores autônomos é uma tarefa continua, incluindo a leitura como hábito rotineiro na realidade dos alunos, instigando-lhes e propiciando esse contato prazeroso com a leitura e com os livros, permitindo que o livro atue como mediador entre a criança e o mundo e atuando como mediador entre os mesmos. Todo aprendizado requer mediação, direcionamentos, um impulso para uma nova formulação por parte do educando, para que este possa reconstruir e organizar o próximo passo tornando-se capaz de avançar em direção à sua autonomia.    

REFERÊNCIAS

ABRAMOVICH, Fanny. Literatura infantil: gostosuras e bobices. São Paulo: Scipione, 1999.

ANTUNES, Celso. Como desenvolver as competências em sala de aula. 2. ed. Petrópolis: Vozes, 2001.

FERREIRA, Liliana Soares. Produção de leitura na escola: a interpretação do texto literário nas séries iniciais. Ijuí: Unijuí, 2001

GOES, Lucia Pimentel. Introdução à literatura infantil e juvenil. 2. ed. São Paulo: Pioneira, 1991.

 


[1] Licenciatura em Pedagogia – UNIJUI; Pós-Graduada em Psicopedagogia Institucional – UNOPAR. Monitora de Educação Infantil. E-mail: arcelitak@hotmail.com  

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