25/06/2018

ingestão de chás com fins medicinais por idosas ativas de projetos sociais

Ingestão de chás com fins medicinais por idosas ativas de projetos sociais


Kamila Moreira de Alencar1

Tassiana Paz Araújo1

 

1Centro Universitário Santo Agostinho – UNIFSA, Coordenação do Curso de Nutrição, Teresina – PI, Brasil

 

Resumo

O envelhecimento humano ocorre por um processo natural e induz a uma série de alterações no organismo acarretando na diminuição funcional dos órgãos, alterações fisiológicas e o surgimento de patologias, que propicia à ação recorrente de fármacos. Os chás medicinais contêm compostos biologicamente ativos, como flavonoides, catequinas, poli fenóis, alcaloides e sais minerais, que são compreendidos pelas idosas por aliviar ou curar enfermidades e sendo tradicionalmente utilizados como remédios naturais.Este trabalho teve como objetivo avaliar o conhecimento das idosas acerca dos chás medicinais com fins fitoterápicos. Trata-se de uma pesquisa com estudo descritivo, abordagem quantitativa, realizado em cinquenta idosas, as quais foram avaliadas por meio de um questionário contendo onze questões de múltipla escolha. Das participantes todas sinalizaram que conhecem os conceitos de chás medicinais. Constatou-se que as idosas têm idade entre sessenta a oitenta anos (42,9 a 48,9%), a maioria tem de dois a seis filhos (10,2 a 14,3%). A frequência de utilização dos chás é de um até três vezes por semana (6,1 a 42,9%). Oito dos chás medicinais incluídos na pesquisa obtiveram um maior resultado no conhecimento e utilização, como: hortelã, camomila, maracujá, alho, eucalipto, romã e gengibre, enfatizando que a maioria deles tem características funcionais. Todas as idosas relatam sentir melhoras e alivio dos sintomas após a ingestão dos chás, também possuem o hábito de tomar os chás medicinais desde a infância, o que denota ser uma tradição passada de geração em geração.

 

Palavras-Chave: Chás Medicinais. Fitoterápicos. Idosas. Envelhecimento.

 

 

Abstract

Human aging occurs through a natural process and induces a series of changes in the organism leading to the functional decrease of organs, physiological changes and the appearance of pathologies, which leads to the recurrent action of drugs. Medicinal herbs contain biologically active compounds, such as flavonoids, catechins, polyphenols, alkaloids and mineral salts, which are understood by the elderly to relieve or cure diseases and are traditionally used as natural remedies. of medicinal herbs for phytotherapeutic purposes. This is a descriptive study, a quantitative approach, performed in fifty elderly women, which were evaluated through a questionnaire containing eleven multiple choice questions. Of the participants all indicated that they know the concepts of medicinal teas. It was found that the elderly are between sixty to eighty years old (42.9 to 48.9%), the majority have two to six children (10.2 to 14.3%). The frequency of use of the teas is one to three times a week (6.1 to 42.9%). Eight of the medicinal teas included in the research have obtained a greater result in the knowledge and use, such as: mint, camomile, passion fruit, garlic, eucalyptus, pomegranate and ginger, emphasizing that most of them have functional characteristics. All the elderly women report improvement and relief of symptoms after the ingestion of the teas, they also have the habit of taking the medicinal teas since childhood, which denotes a past tradition from generation to generation.

Keywords: Medicinal Teas. Herbalremedies. Elderly. Aging

 

 

 

 

INTRODUÇÃO

O envelhecimento é um processo natural que ocorre em todos os indivíduos e leva uma série de alterações no organismo. Hoje em dia os avanços da medicina trouxeram maiores possibilidades para que as pessoas vivessem mais, porém é importante envelhecer com qualidade de vida, e isso se tornou uma necessidade real e frequente.

Os idosos possuem o hábito de ingerir uma elevada quantidade de vários tipos de medicamentos, muitos por indicação médica, outros por indicação de terceiros, ou até incentivados pelo marketing de medicamentos, o que acaba influenciando na qualidade de vida.

O conhecimento dos princípios ativos presentes nas plantas medicinais ainda é limitado, isso se torna motivo de preocupação dos profissionais da área da saúde, pois são utilizados na forma de chás, xaropes e suas propriedades muitas vezes apresentam semelhanças aos medicamentos sintéticos, podendo causar efeitos adversos por conta da interação medicamentosa (BRASIL, 2012).

Os chás medicinais geralmente são uma atribuição das pessoas idosas, que também são responsáveis pelo preparo das formulações a partir de plantas. A terapêutica com plantas medicinais entre idosos parece se sobressair principalmente como prática de automedicação, mesmo quando existem disponibilidade e acesso aos medicamentos industrializados.

É comprovado que as plantas medicinais possuem propriedades de cura, prevenção, diagnostico ou tratamento de doenças, mas devem ser utilizadas com cautela, pois muitas de suas substancias podem ser maléficas a saúde por isso é muito importante conhecer seus riscos toxicológicos.

As plantas terapêuticas, desde o início da história da humanidade e até o final do século passado, desempenharam um papel chave na cura das doenças. O homem pré-histórico já utilizava e sabia distinguir as plantas comestíveis daquelas que podiam ajudar a curá-lo de alguma moléstia. A natureza foi, portanto, o primeiro remédio e a primeira farmácia a que o homem recorreu. Imagina-se que foi por meio da observação dos animais que o homem iniciou a utilização das plantas terapêuticas. Os chás medicinais, desde o início da história da humanidade e até o final do século passado, desempenharam um papel chave na cura das doenças. O homem pré-histórico já utilizava e sabia distinguir as plantas comestíveis daquelas que podiam ajudar a curá-lo de alguma moléstia. A natureza foi, portanto, o primeiro remédio e a primeira farmácia a que o homem recorreu. Imagina-se que foi por meio da observação dos animais que o homem iniciou a utilização das plantas terapêuticas.

O objetivo do estudo foi avaliar o conhecimento das idosas sobre os chás medicinais com fins fitoterápicos, determinar a periodicidade, quantidade e tipo de chás medicinais ingeridos pela as idosas identificar os fatores que tem motivado as idosas a ingerir chás medicinais com fins fitoterápicos e identificar as formas de obtenção do conhecimento adquirido sobre as plantas medicinais com fins fitoterápicos.  

METODOLOGIA

Trata-se de um estudo descritivo, com abordagem quantitativa, que visa avaliar o conhecimento sobre chás medicinais com fins fitoterápicos das idosas de projetos sociais.

O campo selecionado para o desenvolvimento do estudo foi de idosas de projetos sociais.

As amostras foram constatadas com 50 (cinquenta) idosas do sexo feminino, com idade igual ou superior a setenta anos. Os participantes foram abordados na sala de atividades da associação, respeitando-se a preferência de disponibilidade e foi realizado agendamento de horários pela a assistente social do centro.

Os mesmos foram avaliados através de um questionário contendo onze questões, apresentando questões referentes a dados sócio demográficos das idosas e em relação a chás medicinais com fins fitoterápicos: conceito, utilização, eficácia e finalidade.

A aplicação dos questionários teve como objetivo obter informações referentes ao conhecimento ou não dos chás medicinas pelas as idosas, bem como investigar quais os chás que já indicam ou conhecem.

A escolha do questionário como técnica de coleta de dados se deve ao fato de que o questionário ou roteiro de entrevista é uma das técnicas mais utilizadas nas pesquisas de cunho descritivo.

A coleta de dados teve início logo após o atendimento aos preceitos éticos da pesquisa. A pesquisa de campo foi realizada de outubro a novembro de 2017.

Os dados foram submetidos análise descritiva e tratado em forma de tabelas utilizando a ferramenta Microsoft Excel (Office 2007) for Windows e posteriormente foi utilizado o software Statistical Package for Social Science (SPSS), versão 16.0 para Windows.

Idosas ativas que participam de projetos sociais com faixa etária de 60 anos.

Foram excluídas do estudo as idosas que não aceitaram participar da pesquisa, que não estavam presente nos dias de aplicação dos questionários, e aquelas que não aceitarem assinar o termo de consentimento livre e esclarecido do sujeito (TCLE).

Os Princípios éticos foram respeitados, procurando identificar os direitos dos envolvidos na pesquisa, em atenção às determinações das Diretrizes e Normas Regulamentadoras de Pesquisa Envolvendo Seres Humanos, estabelecidas pela resolução 466/12 do Conselho Nacional de Saúde.

Os participantes foram abordados verbalmente, com um breve relato sobre a finalidade e objetivos da pesquisa, quando aceitava participar da pesquisa, foi disponibilizado o conhecimento do termo de consentimento livre e esclarecido.

Os participantes foram informados detalhadamente de todo o procedimento durante a entrega dos questionários. Mesmo com seu consentimento e autorização para as publicações, o anonimato quanto à identidade será resguardado.  

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Na tabela 1 podemos perceber que apesar de não haver muitos estudos relatando o uso e eficácia dos chás medicinais, a idosas sabem do que se trata ao serem perguntada sobre os chás medicinais.

Na tabela 1 podemos perceber que apesar de não haver muitos estudos relatando o uso e eficácia dos chás medicinais, a idosas sabem do que se trata ao serem perguntada sobre os chás medicinais. O estudo foi realizado apenas com idosas do sexo feminino com idade entre 60 e 80 anos (42,9 e 48,9%), todas têm em média de 2 a 6 filhos (10,2% e 14,3%). Dentre os chás medicinais incluídos na pesquisa, 10 obtiveram um grau maior de conhecimento, foram eles: hortelã, camomila, boldo, erva doce, maracujá, alho, eucalipto, romã, gengibre e capim santo. São estas também as espécies mais fáceis de serem encontradas.

Tabela 1. Resultado da pesquisa sobre descrição
sócia demográfica da amostra, Teresina, PI, 2018.
 

  •  
  •  
  •  

Idade (anos)

 

 

60 a 64

  1.  
  1.  

65 a 69

  1.  
  1.  
  1.  
  1.  
  1.  

Nº de filhos

 

 

  1.  
  1.  
  1.  
  1.  
  1.  
  1.  
  1.  
  1.  
  1.  
  1.  
  1.  
  1.  
  1.  
  1.  
  1.  
 

Tabela elaborada pelos próprios autores.


Na tabela 2, estão distribuídos os resultados referentes a periodicidade, frequência de utilização do uso e os tipos de chás ingeridos pela idosas em Teresina- PI.

Tabela 2. Resultado da pesquisa sobre descrição da periodicidade e
tipo de chás medicinais ingeridos pela as idosas, Teresina, PI, 2018.
 

  •  
  •  
  •  

Frequência (semanal)

 

 

 

  1.  
  1.  
  1.  
  1.  
  1.  
  1.  
  1.  
  1.  
  1.  
  1.  
  1.  
  1.  
  •  
  1.  
  1.  

Influência para utilização de chás

 

  •  
  1.  
  1.  

Costumes

  1.  
  1.  
  •  
  1.  
  1.  

Não consome

  1.  
  1.  

Total

  1.  
  1.  
           
 

Tabela elaborada pelos próprios autores.


Na tabela 3, estão distribuídos os resultados referentes ao grau de conhecimento das idosas acerca dos chás medicinais, as técnicas de utilização, a finalidade para a utilização desses chás, os tipos, relados sobre melhora de sintomas após a ingestão dos chás, e relado sobre a crença na eficácia desses chás.

 

Tabela 3. Resultado da pesquisa sobre distribuição das
características da utilização dos chás pelas idosas, Teresina, PI, 2018.
 

Significado de chás

 

  •  
  1.  
  1.  

Costumes

  1.  
  1.  

Formas de utilização de chás

 

  •  
  1.  
  1.  
  •  
  1.  
  1.  

Não sabe

  1.  
  1.  

Finalidade da utilização de chás

 

  •  
  1.  
  1.  
  •  
  1.  
  1.  

Não consome

  1.  
  1.  

Tipos de chás utilizados

 

  •  
  1.  
  1.  

Não usa

  1.  
  1.  

Notou melhora depois que começou a usar chás medicinais

  •  
  1.  
  1.  
  •  
  1.  
  1.  

Não utilizou

  1.  
  1.  

Acredita na eficácia dos fitoterápicos

 

  •  
  1.  
  1.  

Não respondeu

  1.  
  1.  

Total

  1.  
  1.  
         
 

Tabela elaborada pelos próprios autores.

 

No gráfico 1 apresenta o número de vezes que o tipo de chá foi citado, pois cada idosa citava mais de um tipo. O mais citado foi chá de hortelã, seguido do de camomila, boldo e erva doce respectivamente.

Gráfico 1. Resultado da pesquisa sobre a frequências dos
tipos de chás utilizados pelas idosas, Teresina, PI, 2018.
 

Gráfico elaborada pelos próprios autores.


Esses chás são usados como medicamentos naturais e sempre foram utilizados de acordo com a sabedoria popular (ANVISA). Por isso é muito importante ter o conhecimento dos seus efeitos adversos, como também a sua interação medicamento nutrientes, já que a partir dos 60 anos existe uma maior probabilidade de serem portadoras de patologias como diabetes e hipertensão, como também fazer uso de remédios industrializados.  

CONCLUSÃO

Concluiu-se que apesar da presente deficiência de estudos publicados as idosas relatam saber o que são chás medicinais, percebemos em maior parte que esse conhecimento vem dos costumes familiares passados de geração em geração. Estudos demonstram que a prática da medicina popular vem desde os primórdios da colonização, quando a prática dos usos de plantas medicinais para tratamento de patologias era utilizada pelos índios, e depois de algum tempo esse costume se espalhou por todo o território brasileiro.

 Ainda, que as idosas fazem usos dos chás medicinais baseadas apenas nesses ensinamentos populares e não por prescrição do profissional nutricionista, ou seja, não possuem conhecimento sobre efeitos adversos que essas plantas podem ter, assim como também a interação medicamento nutriente. A maior parte das idosas relatou que as técnicas de preparo dos chás são através da infusão (85,7%), e adquirem essas plantas na forma natural e não industrializada (97,9%), o que é bom, pois é a melhor forma de conservar os seus nutrientes e princípios ativos. As maiores partes das idosas dizem perceber melhora nos sintomas (96,0%) e acreditam na sua eficácia (98,0%).

REFERÊNCIAS

ANTONIO, Gisele Damian; TESSER, Charles Dalcanale; MORETTI-PIRES, Rodrigo Otavio. Fitoterapia na atenção primária à saúde.Revista de Saúde Pública, v. 48, n. 3, p. 541-553, 2014.

AGUIAR, L. C. G. G.; BARROS, R. F. M. Medicinal plantscultivated in homegardensof rural communities in thedomainof Cerrado in Piaui (Demerval Lobão Municipality, Piauí State, Brazil). Revista Brasileira de Plantas Medicinais, v. 14, n. 3, p. 419-434, 2012.

ANVISA. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Resolução Nº 10, de 9 de março de 2010. Dispõe sobre a notificação de drogas vegetais junto à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) e dá outras providências. Disponível em: <http:://www.anvisa.gov.br>. Acesso em: 21 setembro 2017.

ANVISA. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. RDC Nº 26, de 13 de maio de 2014. Dispõe sobre o registro de medicamentos fitoterápicos. Brasília: ANVISA, 2014.

BALBINOT, S.; VELASQUEZ, P. G.; DÜSMAN, E. Reconhecimento e uso de plantas medicinais pelos idosos do Município de Marmeleiro–Paraná. Revista Brasileira de Plantas Medicinais, v. 15, n. 4, p. 632-638, 2013.

BOCHNER, Rosanyet al. Problemas associados ao uso de plantas medicinais comercializadas no Mercadão de Madureira, município do Rio de Janeiro, Brasil. Revista Brasileira de Plantas Medicinais, v.14, n.3, p.537-547, 2012.

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Práticas integrativas e complementares: plantas medicinais e fitoterapia na Atenção Básica/Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. – Brasília: Ministério da Saúde, 2012.

CAMARGO, S.; Pereira,V,B,L.; RASBRAN - Revista da Associação Brasileira de Nutrição. São Paulo, SP, Ano 5, n. 1, p. 69-72, Jan-Jun. 2013 - ISSN 1983-3164 | ISSN 2177-7527 (online).

FEIJÓ, A. M. et al. Plantas medicinais utilizadas por idosos com diagnóstico de Diabetes mellitus no tratamento dos sintomas da doença. Embrapa Clima Temperado-Artigo em periódico indexado (ALICE), 2012.

MARQUES, L. C. Aspectos legais dos fitomedicamentos e produtos afins. Lima SMRR. Fitomedicamentos na prática médica. São Paulo: Atheneu, p. 1-14, 2012.

PETRY, Katyanna; ROMAN JÚNIOR, W. A. Viabilidade de implantação de fitoterápicos e plantas medicinais no Sistema Único de Saúde (SUS) do município de Três Passos/RS. RevBrasFarm, v. 93, n. 1, p. 60-7, 2012.

REIS, Denizi Oliveira; ARAÚJO, Eliane Cardoso de; CECÍLIO, Luiz Carlos de Oliveira. Políticas públicas de saúde: Sistema Único de Saúde. São Paulo: UNIFESP, 2012.

RUFINE, Marcela Ferreira Ciprianiet al. Escala de qualidade de vida: análise estrutural de uma versão para idosas. Ciência & Saúde Coletiva, v. 18, p. 1993-2000, 2013.

VICENTE RS, Santos SMA texto contexto, florianópolis. Abr-Jun; 22(2): 370, 2013.

Ingestão de chás com fins medicinais por idosas ativas de projetos sociais


Kamila Moreira de Alencar1

Tassiana Paz Araújo1

 

1Centro Universitário Santo Agostinho – UNIFSA, Coordenação do Curso de Nutrição, Teresina – PI, Brasil

 

Resumo

O envelhecimento humano ocorre por um processo natural e induz a uma série de alterações no organismo acarretando na diminuição funcional dos órgãos, alterações fisiológicas e o surgimento de patologias, que propicia à ação recorrente de fármacos. Os chás medicinais contêm compostos biologicamente ativos, como flavonoides, catequinas, poli fenóis, alcaloides e sais minerais, que são compreendidos pelas idosas por aliviar ou curar enfermidades e sendo tradicionalmente utilizados como remédios naturais.Este trabalho teve como objetivo avaliar o conhecimento das idosas acerca dos chás medicinais com fins fitoterápicos. Trata-se de uma pesquisa com estudo descritivo, abordagem quantitativa, realizado em cinquenta idosas, as quais foram avaliadas por meio de um questionário contendo onze questões de múltipla escolha. Das participantes todas sinalizaram que conhecem os conceitos de chás medicinais. Constatou-se que as idosas têm idade entre sessenta a oitenta anos (42,9 a 48,9%), a maioria tem de dois a seis filhos (10,2 a 14,3%). A frequência de utilização dos chás é de um até três vezes por semana (6,1 a 42,9%). Oito dos chás medicinais incluídos na pesquisa obtiveram um maior resultado no conhecimento e utilização, como: hortelã, camomila, maracujá, alho, eucalipto, romã e gengibre, enfatizando que a maioria deles tem características funcionais. Todas as idosas relatam sentir melhoras e alivio dos sintomas após a ingestão dos chás, também possuem o hábito de tomar os chás medicinais desde a infância, o que denota ser uma tradição passada de geração em geração.

 

Palavras-Chave: Chás Medicinais. Fitoterápicos. Idosas. Envelhecimento.

 

 

Abstract

Human aging occurs through a natural process and induces a series of changes in the organism leading to the functional decrease of organs, physiological changes and the appearance of pathologies, which leads to the recurrent action of drugs. Medicinal herbs contain biologically active compounds, such as flavonoids, catechins, polyphenols, alkaloids and mineral salts, which are understood by the elderly to relieve or cure diseases and are traditionally used as natural remedies. of medicinal herbs for phytotherapeutic purposes. This is a descriptive study, a quantitative approach, performed in fifty elderly women, which were evaluated through a questionnaire containing eleven multiple choice questions. Of the participants all indicated that they know the concepts of medicinal teas. It was found that the elderly are between sixty to eighty years old (42.9 to 48.9%), the majority have two to six children (10.2 to 14.3%). The frequency of use of the teas is one to three times a week (6.1 to 42.9%). Eight of the medicinal teas included in the research have obtained a greater result in the knowledge and use, such as: mint, camomile, passion fruit, garlic, eucalyptus, pomegranate and ginger, emphasizing that most of them have functional characteristics. All the elderly women report improvement and relief of symptoms after the ingestion of the teas, they also have the habit of taking the medicinal teas since childhood, which denotes a past tradition from generation to generation.

Keywords: Medicinal Teas. Herbalremedies. Elderly. Aging

 

 

 

 

INTRODUÇÃO

O envelhecimento é um processo natural que ocorre em todos os indivíduos e leva uma série de alterações no organismo. Hoje em dia os avanços da medicina trouxeram maiores possibilidades para que as pessoas vivessem mais, porém é importante envelhecer com qualidade de vida, e isso se tornou uma necessidade real e frequente.

Os idosos possuem o hábito de ingerir uma elevada quantidade de vários tipos de medicamentos, muitos por indicação médica, outros por indicação de terceiros, ou até incentivados pelo marketing de medicamentos, o que acaba influenciando na qualidade de vida.

O conhecimento dos princípios ativos presentes nas plantas medicinais ainda é limitado, isso se torna motivo de preocupação dos profissionais da área da saúde, pois são utilizados na forma de chás, xaropes e suas propriedades muitas vezes apresentam semelhanças aos medicamentos sintéticos, podendo causar efeitos adversos por conta da interação medicamentosa (BRASIL, 2012).

Os chás medicinais geralmente são uma atribuição das pessoas idosas, que também são responsáveis pelo preparo das formulações a partir de plantas. A terapêutica com plantas medicinais entre idosos parece se sobressair principalmente como prática de automedicação, mesmo quando existem disponibilidade e acesso aos medicamentos industrializados.

É comprovado que as plantas medicinais possuem propriedades de cura, prevenção, diagnostico ou tratamento de doenças, mas devem ser utilizadas com cautela, pois muitas de suas substancias podem ser maléficas a saúde por isso é muito importante conhecer seus riscos toxicológicos.

As plantas terapêuticas, desde o início da história da humanidade e até o final do século passado, desempenharam um papel chave na cura das doenças. O homem pré-histórico já utilizava e sabia distinguir as plantas comestíveis daquelas que podiam ajudar a curá-lo de alguma moléstia. A natureza foi, portanto, o primeiro remédio e a primeira farmácia a que o homem recorreu. Imagina-se que foi por meio da observação dos animais que o homem iniciou a utilização das plantas terapêuticas. Os chás medicinais, desde o início da história da humanidade e até o final do século passado, desempenharam um papel chave na cura das doenças. O homem pré-histórico já utilizava e sabia distinguir as plantas comestíveis daquelas que podiam ajudar a curá-lo de alguma moléstia. A natureza foi, portanto, o primeiro remédio e a primeira farmácia a que o homem recorreu. Imagina-se que foi por meio da observação dos animais que o homem iniciou a utilização das plantas terapêuticas.

O objetivo do estudo foi avaliar o conhecimento das idosas sobre os chás medicinais com fins fitoterápicos, determinar a periodicidade, quantidade e tipo de chás medicinais ingeridos pela as idosas identificar os fatores que tem motivado as idosas a ingerir chás medicinais com fins fitoterápicos e identificar as formas de obtenção do conhecimento adquirido sobre as plantas medicinais com fins fitoterápicos.  

METODOLOGIA

Trata-se de um estudo descritivo, com abordagem quantitativa, que visa avaliar o conhecimento sobre chás medicinais com fins fitoterápicos das idosas de projetos sociais.

O campo selecionado para o desenvolvimento do estudo foi de idosas de projetos sociais.

As amostras foram constatadas com 50 (cinquenta) idosas do sexo feminino, com idade igual ou superior a setenta anos. Os participantes foram abordados na sala de atividades da associação, respeitando-se a preferência de disponibilidade e foi realizado agendamento de horários pela a assistente social do centro.

Os mesmos foram avaliados através de um questionário contendo onze questões, apresentando questões referentes a dados sócio demográficos das idosas e em relação a chás medicinais com fins fitoterápicos: conceito, utilização, eficácia e finalidade.

A aplicação dos questionários teve como objetivo obter informações referentes ao conhecimento ou não dos chás medicinas pelas as idosas, bem como investigar quais os chás que já indicam ou conhecem.

A escolha do questionário como técnica de coleta de dados se deve ao fato de que o questionário ou roteiro de entrevista é uma das técnicas mais utilizadas nas pesquisas de cunho descritivo.

A coleta de dados teve início logo após o atendimento aos preceitos éticos da pesquisa. A pesquisa de campo foi realizada de outubro a novembro de 2017.

Os dados foram submetidos análise descritiva e tratado em forma de tabelas utilizando a ferramenta Microsoft Excel (Office 2007) for Windows e posteriormente foi utilizado o software Statistical Package for Social Science (SPSS), versão 16.0 para Windows.

Idosas ativas que participam de projetos sociais com faixa etária de 60 anos.

Foram excluídas do estudo as idosas que não aceitaram participar da pesquisa, que não estavam presente nos dias de aplicação dos questionários, e aquelas que não aceitarem assinar o termo de consentimento livre e esclarecido do sujeito (TCLE).

Os Princípios éticos foram respeitados, procurando identificar os direitos dos envolvidos na pesquisa, em atenção às determinações das Diretrizes e Normas Regulamentadoras de Pesquisa Envolvendo Seres Humanos, estabelecidas pela resolução 466/12 do Conselho Nacional de Saúde.

Os participantes foram abordados verbalmente, com um breve relato sobre a finalidade e objetivos da pesquisa, quando aceitava participar da pesquisa, foi disponibilizado o conhecimento do termo de consentimento livre e esclarecido.

Os participantes foram informados detalhadamente de todo o procedimento durante a entrega dos questionários. Mesmo com seu consentimento e autorização para as publicações, o anonimato quanto à identidade será resguardado.  

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Na tabela 1 podemos perceber que apesar de não haver muitos estudos relatando o uso e eficácia dos chás medicinais, a idosas sabem do que se trata ao serem perguntada sobre os chás medicinais.

Na tabela 1 podemos perceber que apesar de não haver muitos estudos relatando o uso e eficácia dos chás medicinais, a idosas sabem do que se trata ao serem perguntada sobre os chás medicinais. O estudo foi realizado apenas com idosas do sexo feminino com idade entre 60 e 80 anos (42,9 e 48,9%), todas têm em média de 2 a 6 filhos (10,2% e 14,3%). Dentre os chás medicinais incluídos na pesquisa, 10 obtiveram um grau maior de conhecimento, foram eles: hortelã, camomila, boldo, erva doce, maracujá, alho, eucalipto, romã, gengibre e capim santo. São estas também as espécies mais fáceis de serem encontradas.

Tabela 1. Resultado da pesquisa sobre descrição
sócia demográfica da amostra, Teresina, PI, 2018.
 

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Idade (anos)

 

 

60 a 64

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Nº de filhos

 

 

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Tabela elaborada pelos próprios autores.


Na tabela 2, estão distribuídos os resultados referentes a periodicidade, frequência de utilização do uso e os tipos de chás ingeridos pela idosas em Teresina- PI.

Tabela 2. Resultado da pesquisa sobre descrição da periodicidade e
tipo de chás medicinais ingeridos pela as idosas, Teresina, PI, 2018.
 

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Frequência (semanal)

 

 

 

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Influência para utilização de chás

 

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Costumes

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Não consome

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Total

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Tabela elaborada pelos próprios autores.


Na tabela 3, estão distribuídos os resultados referentes ao grau de conhecimento das idosas acerca dos chás medicinais, as técnicas de utilização, a finalidade para a utilização desses chás, os tipos, relados sobre melhora de sintomas após a ingestão dos chás, e relado sobre a crença na eficácia desses chás.

 

Tabela 3. Resultado da pesquisa sobre distribuição das
características da utilização dos chás pelas idosas, Teresina, PI, 2018.
 

Significado de chás

 

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Costumes

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Formas de utilização de chás

 

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Não sabe

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Finalidade da utilização de chás

 

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Tipos de chás utilizados

 

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Não usa

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Notou melhora depois que começou a usar chás medicinais

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Não utilizou

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Acredita na eficácia dos fitoterápicos

 

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Tabela elaborada pelos próprios autores.

 

No gráfico 1 apresenta o número de vezes que o tipo de chá foi citado, pois cada idosa citava mais de um tipo. O mais citado foi chá de hortelã, seguido do de camomila, boldo e erva doce respectivamente.

Gráfico 1. Resultado da pesquisa sobre a frequências dos
tipos de chás utilizados pelas idosas, Teresina, PI, 2018.
 

Gráfico elaborada pelos próprios autores.


Esses chás são usados como medicamentos naturais e sempre foram utilizados de acordo com a sabedoria popular (ANVISA). Por isso é muito importante ter o conhecimento dos seus efeitos adversos, como também a sua interação medicamento nutrientes, já que a partir dos 60 anos existe uma maior probabilidade de serem portadoras de patologias como diabetes e hipertensão, como também fazer uso de remédios industrializados.  

CONCLUSÃO

Concluiu-se que apesar da presente deficiência de estudos publicados as idosas relatam saber o que são chás medicinais, percebemos em maior parte que esse conhecimento vem dos costumes familiares passados de geração em geração. Estudos demonstram que a prática da medicina popular vem desde os primórdios da colonização, quando a prática dos usos de plantas medicinais para tratamento de patologias era utilizada pelos índios, e depois de algum tempo esse costume se espalhou por todo o território brasileiro.

 Ainda, que as idosas fazem usos dos chás medicinais baseadas apenas nesses ensinamentos populares e não por prescrição do profissional nutricionista, ou seja, não possuem conhecimento sobre efeitos adversos que essas plantas podem ter, assim como também a interação medicamento nutriente. A maior parte das idosas relatou que as técnicas de preparo dos chás são através da infusão (85,7%), e adquirem essas plantas na forma natural e não industrializada (97,9%), o que é bom, pois é a melhor forma de conservar os seus nutrientes e princípios ativos. As maiores partes das idosas dizem perceber melhora nos sintomas (96,0%) e acreditam na sua eficácia (98,0%).

REFERÊNCIAS

ANTONIO, Gisele Damian; TESSER, Charles Dalcanale; MORETTI-PIRES, Rodrigo Otavio. Fitoterapia na atenção primária à saúde.Revista de Saúde Pública, v. 48, n. 3, p. 541-553, 2014.

AGUIAR, L. C. G. G.; BARROS, R. F. M. Medicinal plantscultivated in homegardensof rural communities in thedomainof Cerrado in Piaui (Demerval Lobão Municipality, Piauí State, Brazil). Revista Brasileira de Plantas Medicinais, v. 14, n. 3, p. 419-434, 2012.

ANVISA. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Resolução Nº 10, de 9 de março de 2010. Dispõe sobre a notificação de drogas vegetais junto à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) e dá outras providências. Disponível&

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