17/10/2017

Investimento em pós-graduação pode trazer ganhos econômicos e pedagógicos a educadores

Nos últimos anos, as universidades brasileiras estão apostando em programas de pós-graduação voltados para docentes. Esses cursos conferem o título de mestre e de doutor ao licenciado, que, por sua vez, pode dar aula em qualquer instituição de ensino superior do país. A bióloga Clarisse Rezende Rocha, de 35 anos, buscou essa qualificação profissional e hoje desenvolve pesquisas nas áreas de ecologia e zoologia, com ênfase em estudos de populações e comunidades do cerrado. Desde 2016, ela é professora visitante do Centro UnB Cerrado, programa de extensão da Universidade de Brasília. Localizado em Alto Paraíso de Goiás (GO), na Chapada dos Veadeiros, o Centro contempla cursos ligados à área ambiental.

A procura por um currículo diferenciado, alinhado com a possibilidade de se destacar no competitivo mercado de trabalho, motivou Clarisse a investir na carreira acadêmica. Em 2007, ela concluiu o mestrado e, em 2011, o doutorado, ambos na área de ecologia, pela UnB.

“Claro que um possível ganho salarial é legal, mas não é o mais importante”, destaca a bióloga. “Nada é mais gostoso do que aprender. Hoje precisamos aumentar diariamente o nosso conhecimento acadêmico e técnico. Isso sem falar que, com a pós-graduação, ficamos mais bem preparados para encarar os nossos alunos dentro da sala de aula.”

Para o diretor de educação básica da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), Marcelo Câmara dos Santos, uma pós-graduação bem desenhada e executada, além de impulsionar a carreira, tem enorme potencial de modificar as concepções dos professores sobre o processo de ensino e aprendizagem. “Em particular, a pós-graduação valoriza e qualifica os professores”, afirma. “Assim, eles confrontam o que aprendem no curso com a sua prática cotidiana dentro da sala de aula.” 

Bolsas – Ao longo de toda a carreira acadêmica, Clarisse contou com o incentivo do governo federal para concluir os seus estudos. Tanto no mestrado quanto no doutorado, foi bolsista da Capes. “Esse financiamento dá uma segurança para você focar nos estudos e foi fundamental para executar todas as minhas pesquisas”, ressalta.  

Ciente disso, a Capes pretende aumentar a oferta de bolsas para a área de educação, anuncia o diretor de educação a distância do órgão, Carlos Lenuzza. “Atualmente, 30% dos alunos matriculados nos mestrados profissionais em rede nacional recebem bolsa de estudos. A nossa intenção é ampliar ainda mais esse número”.

Em 2017, o investimento global da Capes em bolsas de estudo será de R$ 3.976.221.281. Desse valor, R$ 2.553.646.083 são para investimentos em bolsas no país, R$ 227.577.399 para investimentos no exterior, R$ 407.004.471 para o pagamento de bolsas dos remanescentes no programa Ciência sem Fronteiras (CsF) e R$ 787.993.328 para pagamento das bolsas de formação e formação continuada de professores da educação básica.

Proeb – Por meio do Programa de Mestrado Profissional para Qualificação de Professores da Educação Básica (Proeb), a Capes oferece a educadores da rede pública vários cursos de mestrado profissional, em rede nacional, nos formatos presencial ou semipresencial. Esses cursos visam não só aprimorar o currículo acadêmico do professor, mas também contribuir para a melhoria do ensino nas escolas brasileiras.

Coordenado pela Diretoria de Educação a Distância da Capes, o Proeb possui atualmente cursos nas áreas de matemática (ProfMat); letras (ProfLetras); ensino de física (ProFis); artes (ProfArtes); história (ProfHistória); educação física (ProEF); química (ProfQui); filosofia (Prof-Filo); e biologia (ProfBio). Também são ofertados, neste mesmo formato, os cursos de administração pública (ProfiAP); gestão e regulação de recursos hídricos (ProfÁgua) e ensino de ciências ambientais (ProfCiamb).

O ProfMat é resultado de uma parceria entre a Universidade Aberta do Brasil (UAB) e instituições públicas de ensino de várias regiões do país. Para 2018, o programa espera preencher 1.785 vagas. O ProfLetras, coordenado pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), em parceria com 42 universidades públicas, espera ocupar, no próximo ano, 843 vagas em diversas localidades do Brasil. Já o ProfHistória, organizado pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), também mobiliza outras 27 instituições de ensino e oferece 467 vagas em todo o Brasil.

Profic – Para 2018, a Capes prepara uma reformulação no Plano Nacional de Formação de Professores da Educação Básica (Parfor), que passará a chamar-se Programa de Apoio a Formação Inicial e Continuada de Professores da Educação Básica (Profic). Além da oferta de cursos de primeira licenciatura, segunda licenciatura e formação pedagógica, haverá especialização em educação infantil e alfabetização, para professores dos anos iniciais, e em português e matemática, para professores dos anos finais.

 

Assessoria de Comunicação Social - MEC

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