Literatura infantil é destaque em Feira de Livros
Durante evento, será lançado livro escrito e ilustrado por crianças do 6º ano de escolas de 6 distritos de Petrolina (PE)
"O pescador que casou com a mãe do mato", "A serpente do rio São Francisco e o menino do olho de fogo" e "O homem que duvidava" são três das 16 histórias reunidas no livro “Contos de Sequeiro e Ribeirinhos: Mapeamento de histórias orais”, que será lançado no domingo (21), na I Feira de Livros do Vale do São Francisco, em Petrolina (PE).
O livro foi escrito e ilustrado por crianças do 6º ano de escolas dos distritos de Rajada, Pau Ferro, Uruás, Pedrinhas, Tapera e Caatinguinha, todos de Petrolina, e organizado pela jornalista e pesquisadora de cultura popular Cristiane Amador; o artista plástico Murilo Silva coloriu e fez a arte final das ilustrações.
O projeto “Contos de Sequeiro e Ribeirinhos: Mapeamento de histórias orais”, aprovado pelo Funcultura, começou em 2013, com uma série de oficinas realizadas com as crianças. Todo o processo foi registrado em vídeo, que será integrado ao livro como encarte.
“Com a parceria dos professores de língua portuguesa e artes, registramos as histórias que circulam na vida do homem ribeirinho e daquele que sobrevive na seca, através dos contos, lendas e causos da oralidade criativa e fantástica destas crianças”, adianta Cristiane Amador.
De acordo com a organizadora, a obra articula textualidade e a tradição oral do universo cultural de Petrolina e do sertão de Pernambuco, passados de pai para filho. “Verdadeiras ou não, as histórias aqui não têm o propósito de ser, necessariamente, críveis. Engraçadas, curiosas, assombrosas, encantadas, elas dão continuidade à transmissão oral. Como disse um aluno: 'Lobisomem existe. Se não existe é porque não acreditam nele'”, afirma a autora.
No final do posfácio, Cristiane Amador elogia o empenho dos meninos e meninas, que mapearam as lembranças de seus lugares e habitantes. “Este livro, que será distribuído gratuitamente, é o que podemos chamar de suporte da memória e cumpre a função de perpetuar o que estava guardado nas recordações e no imaginário local para gerações futuras”, conclui a organizadora.
Fonte: Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba