11/06/2025

MEDICINA VETERINÁRIA: O QUE É. PARA QUE SERVE.

MEDICINA VETERINÁRIA: O QUE É. PARA QUE SERVE.

1MARINHO CELESTINO DE SOUZA FILHO

2GLAUCO PERTICARI

3LETÍCIA ISABELLA VIEIRA SOUZA

Resumo: O artigo procura mostrar as principais diferenças, a origem, finalidade entre a Medicina Humana e Animal. Para alcançar tal objetivo, utiliza-se da pesquisa bibliográfica.

Palavras-Chave: Medicina Humana. Medicina Animal. Origem . Finalidade.

Abstract: Abstract: The article seeks to show the main differences,    origin and purpose between Human and Animal Medicine. To achieve this objective, bibliographic research is used.

               Keywords: Human Medicine. Animal Medicine. Origin. Purpose.

1. Introdução

Antes de responder aos questionamentos feitos no título desse estudo, assinalar-se-ão, abaixo, os critérios para a construção dessa pesquisa,são eles:

  • Primeiro: salienta-se um breve histórico da Medicina Humana, sua origem, sua importância e os seus fundamentos básicos para o desenvolvimento, a manutenção da saúde dos indivíduos;
  • Segundo, apresenta-se o filósofo considerado pelo ocidente, pai da Medicina Humana, apontando ainda outros que contribuíram para a difusão dessa Ciência: Herófilo, Erasístrato e Galeno;
  • Terceiro: apontam-se a origem, o desenvolvimento, as vantagens e, as principais contribuições da Medicina Veterinária para os animais e os indivíduos que cuidam, mantêm seus animais de estimação, ou seja, os seus “pets”;
  • Quarto: assinalam-se as relações entre a Medicina Humana e a Veterinária;
  • Finalmente, serão tecidas as Considerações Finais acerca desse ensaio.

Assim, após a Introdução feita anteriormente, a seguir, tratar-se-á do segundo subitem desse estudo: breve histórico da Medicina Humana e, “a posteriori” serão apresentados os benefícios, as relações, as implicações oriundos da Medicina Humana para a Medicina Veterinária.

E ainda, por meio desse estudo, elencar-se-ão os benefícios oriundos dos pets para melhorar a saúde dos seres humanos, citando pelo menos dez desses benefícios, os quais contribuirão, não só para o desenvolvimento da saúde do corpo, mas também poderão favorecer o engendramento de uma “Mens sana in corpore sano”.

 2. Breve Histórico da Medicina Humana

Sabe-se que a Medicina Humana aparece na Antiguidade, ou seja, surge nas primeiras civilizações, apesar disso, de acordo com o Blog da UCPL – Universidade Católica de Pelotas que trata da temática: evolução da Medicina, naquela época, mostra que a Medicina não possuía o aparato tecnológico o qual existe hoje, além disso, a Medicina era praticada no intuito de curar enfermidades do corpo sem fundamentação teórica e muito menos tecnologia, ou seja, a Medicina, praticada, na antiguidade, era embasada em supostos poderes mágicos e, especialmente, em conhecimentos provindos da igreja, religião.

Nesse contexto, ainda em conformidade com o site acima mencionado, é mister evidenciar como algumas das nações antigas praticavam a Medicina. São elas:

  • Babilônica: a função do médico na Babilônia era outorgada aos religiosos, antigos sacerdotes babilônicos que procuravam tratar, principalmente, enfermidades provocadas pela psique humana, isto é, doenças psicológicas, transtornos mentais, os quais eram tratados como se fossem possessões demoníacas por meio de cultos de cunho religiosos.

Contudo, equivocam-se as pessoas ao pensarem que os cultos religiosos não desempenharam influências positivas para a Medicina, já que por meio deles, a Medicina se desenvolveu, pois, os juremeiros exerceram para a Medicina grandes funções, tais como: mapearam e detalharam vários tipos de enfermidades, revelando várias concepções médicas importantes não só para aquela época, como também para a época atual.

  • Egípcia:

A relação profunda que os africanos possuíam com a natureza trazida para o Egito e o misticismo religioso oriundo do Oriente fizeram com que o primeiro médico egípcio, conhecido como Imhotep, sobressaísse pela cura de várias enfermidades, esse fato foi registrado a cerca de 2850 anos a.C.

Além disso, na História Antiga da Medicina Egípcia, pode-se asseverar que Imhotep é um dos profissionais da saúde mais importantes, pois, as suas prescrições eram embasadas, principalmente, em cirurgias, por isso, muitos puçanguaras na antiguidade egípcia abandonaram a cura por meio da magia e da religião.

  • Hindu:

Já quanto aos habitantes da Índia, a Medicina deles, na antiguidade, alicerçava-se sobre duas das mais relevantes divindades divinas da Índia, Vishnu que representa a restauração e, Shiva simbolizando a destruição e ao mesmo tempo a regeneração.

Nessa perspectiva, a Medicina Hindu não era separada dos ritos de magia e religião, visto que os habitantes da Índia, daquela época, acreditavam em possessões demoníacas, apesar de os Hindus terem descobertos que muitos dos problemas inerentes à saúde estavam, intrinsecamente, ligados a fatores referentes à idade e à morte dos indivíduos.

  • Hebraica:

Quanto aos hebreus, eles criam que tanto a saúde quanto às enfermidades emanavam de um Deus Uno, pois, o povo hebreu era monoteísta, acreditava apenas em um único Deus, ao contrário de outros povos, tais como: egípcios, babilônicos, gregos, hindus, sumérios etc, os quais eram politeístas, assumiam vários deuses.

Isto posto, os médicos hebreus eram responsáveis, principalmente, pela higiene de seus conterrâneos, pois acreditavam também piamente que a saúde era oriunda, especificamente, da higiene, por isso, elaboraram algumas regras de higiene: tomar banho, lavar as roupas, reserva de lugar privativo para destino dos excrementos humanos, isolamento ou quarentena para quem fosse suspeito de alguma doença infectocontagiosa etc.

Além de exigir das pessoas acometidas por alguma enfermidade depois que se recuperasse, tomasse banho e lavasse as roupas bem lavadas.

E no que tange à evolução da Medicina Hebraica é imprescindível asseverar que essa evolução se deu, exclusivamente, por meio de dissecação de animais sacrificados.

Destarte, após tratar-se, anteriormente, da Medicina Humana oriunda de alguns povos da Antiguidade, a seguir, no próximo subitem, apresentar-se-á um breve panorama da Evolução da Medicina acima citada.

2.1 Evolução da Medicina Humana

     No que tange à História da Medicina Humana, é considerado o pai da Medicina, o filósofo grego Hipócrates, por isso, esse ensaio também mostrará breve biografia do filósofo acima mencionado.

Assim, de acordo com Frazão (2019), Hipócrates, nasceu, provavelmente, no ano 460 entre 377 a.C, na ilha da Grécia cujo nome é Cós, localizada, especificamente, na costa da Ásia Menor, sendo filho de Heráclides e Fenareta, ambos parentes de Asclépio, considerado o deus grego e romano da Medicina, parentesco  por parte de pai e, por parte de mãe era parente de Hércules, conhecido como o deus grego mais forte da Antiguidade.

Hipócrates, ainda em conformidade com Frazão (2019), oriundo de uma família abastada pertencente à aristocracia grega, durante várias gerações, dedica-se ao ofício da Medicina e da magia.

Nesse contexto, o pai da medicina cria sua própria escola para estudar a origem e a cura das enfermidades.

Nesse processo, consoante Frazão (2019), sobre a escola de Hipócrates, sabe-se o seguinte: localizada na ilha de Cós, substituiu no século VI a.C a escola do Matemático, filósofo, engenheiro proveniente da Grécia, Tales de Mileto.

A escola de Hipócrates além de ministrar noções de Medicina, ministrava também como o médico deveria se relacionar com os seus pacientes, ou seja, relações interpessoais entre médicos e pacientes.

Anteriormente a Hipócrates, em consonância com Frazão (2019), o exercício da Medicina era atribuído aos sacerdotes de Esculápio, famoso deus  grego e romano que se dedicava à cura das enfermidades humanas.

Nessa época, acreditava-se que as enfermidades provinham da fúria dos deuses contra os humanos, ou seja, as doenças seriam uma espécie de castigo dos deuses dirigido aos homens.

Destarte, os enfermos procuravam a cura de suas enfermidades no templo de Esculápio, que era comandado pelos sacerdotes desse deus, por isso, eram os sacerdotes de Esculápio os responsáveis pela cura dos enfermos.

Contudo, ainda conforme Frazão (2019), Hipócrates discorda da cura originária dos deuses, por isso, o pai da Medicina busca explicitar que as doenças tinham relação com a realidade e não com os poderes supostamente curativos dos deuses.

Assinala ainda que o profissional da Medicina tem a obrigação de investigar e anotar meticulosamente os sintomas de algumas das enfermidades as quais acometiam os doentes.

Nesse sentido, segundo Frazão (2019), estabeleceu critérios para mostrar se os pacientes estavam ou não curados, dentre eles, destacavam-se: a fisionomia do tecido epitelial e da visão, temperatura corporal, observação do apetite e se o paciente evacuava normalmente.

Nesse processo, ainda de acordo com Frazão (2019), Hipócrates insistia também, para que o médico tomasse nota sobre o progresso da cura do paciente, analisando ainda as consequências dos efeitos climáticos e das influências das quatro estações sobre algumas doenças, por exemplo: as gripes, os resfriados eram mais comuns no inverno, enquanto outras doenças, tais como: dermatites, insolação, desidratação etc, eram mais comuns no verão.

Além disso, ainda de acordo com Frazão (2019), Hipócrates acreditava que as patologias eram originárias do que ele designou de Doutrina dos quatro humores: sanguíneo, o fleumático (humor, personalidade), o biliático (bílis de coloração amarela) e o atrabiliático (bílis de coloração escura).

De acordo com Hipócrates, em conformidade com Frazão (2019), todo organismo humano é passível de recuperação e cura, entretanto, o conhecimento dos órgãos humanos só é possível em detrimento do conhecimento integral do homem.

Isto posto, no subitem a seguir, serão citadas algumas das principais obras de Hipócrates.

2.2 Principais obras de Hipócrates

De acordo com Frazão (2019), a coletânea de obras denominada “Corpus Hippocraticus”, que em Latim significa: coleção, coletânea de obras escritas por Hipócrates.

Nesse sentido, historiadores admitirem que esse conjunto de aproximadamente sessenta e seis obras, conhecidas pela designação de “Corpus Hippocraticus”, serem atribuídas ao pai da Medicina, outros não admitem essa hipótese, por isso, há dúvidas até hoje no que tange à autoria e à data de publicação da coleção das obras anteriormente mencionadas.

Mesmo assim, tratar-se-á, no transcorrer desse artigo científico, mais detalhadamente, ainda que sumariamente acerca do “Corpus Hippocraticus”.

Pelo que se sabe, a obra acima mencionada, possuía 66 livros, destes dentre os capítulos indicados a médicos, além de algumas simples sugestões para quem iniciava a Medicina, a coletânea atribuída ou não a Hipócrates, de acordo com Cairus (2005, p. 26), contém as seguintes obras:

OBRAS SEMIÓTICAS: Prognóstico, Prorrético I, Prorrético 1], Dos humores.

OBRAS ETIOLÓGICAS E FÍSICAS: Dos ventos, Da natureza do homem, Da doença sagrada, Da natureza da criança, Lugares e estações [= Ares, águas e lugares].

OBRAS TERAPÊUTICAS: 1) Algumas referentes à cirurgia: Das fraturas, Das articulações, Das chagas, Dos fenmentos e cortes, Das fendas na cabeça, O.fiâna do médico, Mochlique [= Da natureza dos ossos e Instrumentos de redução (lat. Vectiarius) ], Das hemorróidas e fístulas; 2) referindo-se ao regime: Etifermidades lI!, Das semanas [...] e Das qfecções internas; Sobre a tisana [= Da dieta nas doenças agudas], Dos lugares no homem, Das doenças das mulheres I -II, Do alimento, Das mulheres estéreis, Sobre as águas [= Do uso dos líquidos].

TRATADOS MISTOS: Aforismos, Epidemias: VII livro.

TRATADOS COM CARACTERÍSTICAS ARTÍSTICAS: juramento, Lei e o Epibómios       mostram o homem mais como médico.

Isto posto, ainda em consonância com Frazão (2019), alguns estudiosos gregos da Antiguidade asseguravam que Hipócrates era associado à sociedade secreta intitulada Asclepíades, provavelmente, fundada pelos filhos de Asclépio, considerado deus da cura, filho de Apolo, o qual, além de ser considerado deus do sol, também era responsável tanto por espalhar doenças, quanto por curá-las.

Além disso, a sociedade fundada pelos filhos de Asclépio, foi considerada relevante para o desenvolvimento da Medicina, porque, reunia em seu bojo sábios e estudiosos.

Assim, após tratar-se ainda que brevemente da biografia de Hipócrates, abaixo, apresenta-se o famoso Juramento atribuído a ele.

Esse juramento é feito pelos acadêmicos graduados em Medicina, apesar da importância desse Juramento, no Brasil, ele é recitado pelos futuros profissionais da Medicina de forma sintetizada.

Sendo assim, de acordo com Frazão (2019), a síntese do Juramento de Hipócrates consiste no seguinte texto:

[...] Prometo que, ao exercer a arte de curar, me mostrarei sempre fiel aos preceitos da honestidade, da caridade e da Ciência. Penetrando no interior dos lares, meus olhos serão cegos, minha língua calará os segredos que me forem revelados, o que terei como preceito de honra. Nunca me servirei de minha profissão para corromper os costumes ou favorecer o crime. Se eu cumprir este juramento com fidelidade, goze eu a minha vida e minha arte de boa reputação entre os homens e para sempre. Se dele me afastar ou infringi-lo, suceda-me o contrário [...].   

     Já quanto ao ano da morte de Hipócrates, ainda em consonância com Frazão (2019), os estudiosos desse filósofo não têm certeza, alguns acreditam que ele faleceu em 377 a. C, já outros não, por isso, até hoje pairam dúvidas sobre a data certa da morte do pai da medicina.

     Quanto ao seu sepultamento, seu corpo foi enterrado em Larissa, na Tessália, Grécia e, o seu túmulo, conforme Frazão (2019), foi reverenciado pelos povos da antiguidade por vários séculos.            

     Após os argumentos, anteriormente arrolados acerca de Hipócrates, no subitem seguinte, elencar-se-ão mais alguns filósofos que foram de suma relevância para o desenvolvimento da Medicina Humana, são eles: Herófilo, Galeno e Erasístrato.

2.3 Principais Filósofos que contribuíram para o aperfeiçoamento da Medicina Humana: Herófilo, Erasístrato e Galeno

     É sabido que, de acordo com Frazão (2019), Herófilo teria nascido por volta de 335-280 a. C, sendo um dos primeiros médicos gregos a dissecar e a investigar cadáver humano, por isso, considerado pelo Ocidente, no transcorrer da História da Medicina Humana, pai da Anatomia.

     Sendo assim, conforme Frazão (2019), Herófilo é natural de Calcedônia, Ásia Menor, atualmente, Kaduköy, Turquia, ano 335 a. C, porém, em sua juventude, muda para Alexandria no Egito. Ali, começa a estudar Anatomia, inicia os seus estudos, sendo discente de Ptolomeu, todavia, “a posteriori”, teve contato com Erasístrato, torna-se seu mestre e funda com ele a famosa Escola de Alexandria.

Empreende enormes progressos na área do conhecimento científico da Anatomia. Sendo, de acordo com Frazão (2019), o primeiro a utilizar o método da dissecação em seres humanos, embasando cientificamente os estudos acerca da Medicina Humana.

Ainda, consoante Frazão (2019), incrementa as Teorias de Praxágoras no que tange ao diagnóstico do pulso, constituindo-se o primeiro médico a reconhecer o pulso como uma das batidas do coração e não mais como propriedade proveniente das artérias.

Demonstra também, conforme Frazão (2019), as principais diferenças entre pulsação, palpitação muscular, espasmos e tremores. Diferenciando ainda nervos de vasos sanguíneos.

Constituindo-se no primeiro médico a mostrar que as artérias apresentavam em seu bojo sangue e não ar, segundo a maioria dos seus colegas criam em sua época.

Herófilo, ainda de acordo com Frazão (2019), explicita a localização, a divisão, o formato, o tamanho e a distribuição dos principais órgãos que formam o organismo humano.

Identifica e descreve, em conformidade com Frazão (2019), o funcionamento e as precípuas características dos seguintes órgãos: fígado, baço, pâncreas, aparelho gastrointestinal e os órgãos responsáveis pela reprodução humana.

Além disso, estuda detalhadamente, profundamente o método hipocrático inerente à Medicina Humana e, produz um tratado profícuo no que tange ao método, ao legado de Hipócrates acerca da Medicina Humana.

Destarte, Frazão (2019), pesquisa profundamente o cérebro humano, admite que esse órgão é o centro do sistema nervo e da inteligência, opondo-se a Aristóteles o qual admitia o coração como centro do sistema nervoso e da inteligência.

Ainda de acordo com Frazão (2019), discorre sobre as meninges, apresentando a semelhança que elas possuem com a membrana a qual reveste o feto. Esmiúça e reconhece sete pares de nervos relativos ao crânio. Mas também, reconhece a função dos olhos e das glândulas salivares.

Nesse sentido, crê-se que Herófilo, em consonância com Frazão (2019), teria esmiuçado aproximadamente seiscentos cadáveres. Além de introduzir o método experimental na escola de Medicina Humana, porque, acredita que tal método é indispensável para o estudo das atribuições do corpo humano.

É o responsável pela criação e manutenção do Método Científico voltado para o desenvolvimento da Medicina Humana, insere diversas nomenclaturas científicas no âmbito da Ciência acima assinalada, inclusive, essas nomenclaturas são utilizadas ainda atualmente para especificar fenômenos relativos à Anatomia Humana.

Além isso, reconhece-se que o vocábulo duodeno (medida de doze dedos) é introduzido na Medicina Humana por Herófilo. Apesar dos estudos e das pesquisas realizados por ele terem se perdido no tempo, acredita-se que foram recuperados por Erasístrato e Galeno os quais os preservaram e fizeram com que chegassem até nós nos dias atuais.

Apesar de todas as contribuições de Herófilo para o desenvolvimento das pesquisas e estudos inerentes à Medicina Humana, infelizmente, de acordo com Frazão (2019), ele falece em Alexandria, no Egito, em 280 a. C.  

Assim, no próximo subitem, apresentar-se-ão as principais contribuições de Erasístrato e, parte de sua biografia.

De acordo com Smith (1982), Erasístrato é natural supostamente de Loulis, ilha de Ceos, ainda que Estéfano de Bizâncio reporta-se a ele como nascido em Cos e, a Galeno como natural de Chios.

Ainda em conformidade com Smith (1982), Erasístrato seria neto de Aristóteles, cuja filha chamava Pítias, apesar de esse fato não ser confirmado por nenhum historiador ou escritor da antiguidade.

Assim, consoante Smith (1982), ele mora algum tempo no palácio de Seleuco I Nicator, onde conquista enorme notoriedade, pois, deslinda a enfermidade de Antíoco I Sóter, um dos filhos mais velhos do rei Seleuco I Nicator, este fato acontece, aproximadamente em 294 a. C, o rei, anteriormente citado, quando idoso, havia contraído o matrimônio, há pouco tempo com Estratonice, que, segundo Smith (1982), constituía-se na jovem e linda filha de Demetrius Poliorcetes, a qual havia lhe dado um filho.

Contudo, Antíoco enamora-se totalmente por sua madrasta e não demonstra esse amor fulminante, optando, segundo Smith (1982), por definhar em absoluto silêncio.

Diante do fato outrora mencionado, o pai de Antíoco chama vários médicos para descobrirem a razão de tanta tristeza e, definhamento, não obstante, esses médicos não conseguem descobrir por que Antíoco andava abatido, sem apetite, emagrecendo cada vez mais e totalmente desanimado da vida, no princípio até o próprio Erasístrato fica abismado, assustado, aterrorizado com a doença do rapaz, finalmente, Erasístrato examina profundamente, detalhadamente o príncipe e não encontra nada de anormal.

 Entretanto, o médico grego acima citado, percebe que , de acordo com Smith (1982), Antíoco poderia estar apaixonado, pois, ficava totalmente nervoso, assustado com a temperatura acima do normal, pele estritamente avermelhada, principalmente o rosto, cor bastante intensa e o pulso completamente alterado.

Assim, Erasístrato ratifica a sua hipótese, o problema de Antíoco não era enfermidade do corpo, mas, da alma, da mente, da psique, pois, todas as vezes que Estratonice aproximava-se do moço, ele sentia todos os sintomas anteriormente descritos.

Por isso, Erasístrato comunica ao rei o ocorrido, ou seja, que o seu filho estava ardente de amor pela sua própria madrasta e essa paixão poderia levá-lo a morte e parecia ser incurável, por isso, Seleuco, o pai de Antíoco, resolve entregar a sua própria esposa ao filho, todavia, o rei, antes de permitir que o seu filho tomasse posse de sua esposa, questiona a Erasístrato, se fosse ele quem passasse por aquela situação, teria coragem de entregar sua própria esposa ao seu filho, contudo, após a resposta afirmativa do médico acima assinalado, o rei entrega a sua esposa ao filho, curando-lhe daquela enfermidade causada por aquela fulminante paixão.
         Assim, além do rei conceder a mão de sua consorte a Antíoco, ele ainda doa a seu filho várias cidades do seu império.

Nesse contexto, o rei ainda como forma de pagamento pela cura de seu filho, recompensa a Erasístrato, de acordo com Smith (1982), cem talentos, pagamento esse, equivalente a um dos maiores salários já pagos a um médico daquela época.

Apesar disso, sabe-se bem pouco sobre a história particular de Erasístrato, somente que supostamente tenha vivido em Alexandria, onde seus estudos científicos numa egrégia academia de Medicina Humana, mas, deixou-a, quando idoso, com a finalidade de se dedicar exclusivamente ao estudo científico da Anatomia.

Destarte, de acordo com Smith (1982), ele e seu colega da Medicina Humana, Herófilo, cultivam Anatomia com bastante afinco, profundidade, dedicação, sucesso, pois, eles são tão dedicados que, provavelmente, cometem o absurdo de dissecar transgressores vivos. Esses foras da lei foram certamente fornecidos pelo rei, quando solicitado por Herófilo.

Apesar do absurdo cometido pelos médicos, anteriormente mencionados, esse fato trouxe uma grande contribuição para a Ciência da Cura, pois, ao dissecarem criminosos vivos, em conformidade com Smith (1982), percebem de fato a real coloração e o real formato dos órgãos internos dos fora da lei, características essas ausentes em seres humanos falecidos.

Mesmo assim, de acordo com Smith (1982), apesar dessas biotomias, eles não conseguem descobrir que as artérias possuem sangue e não somente pneuma, esse fato teria que ser mais do que claro numa dissecação de um ser humano vivo.

Isto posto, Erasístrato, hipoteticamente, teria falecido, conforme alguns estudiosos, na Ásia Menor, supõe-se, em conformidade com Smith (1982), que o pai da Anatomia teria sido enterrado no monte Mycale na Jônia.

Contudo, quanto ao dia exato da sua morte, grande número de estudiosos daquele tempo não sabem com certeza que dia foi esse.

Isto posto, tratar-se-á, no próximo subitem, desse estudo, de acordo com os critérios apontados na Introdução, do grande médico grego da antiguidade conhecido por Galeno.

2.  Breve histórico e biografia de Galeno

De acordo com Wasson (2019), Galeno teria vivido entre (129-216 a. C), médico natural da Grécia, sendo também escritor e filósofo, exerce suas atividades laborais em Roma e, influencia tanto a parte teórica, quanto prática no que tange à Medicina Humana até o século XVII.

     Possui uma enorme biblioteca particular, por isso, em consonância com Wasson (2019), escreve mais de cem ensaios médicos, inclusive, estudos na área da Anatomia, Fisiologia, Farmácia e Terapia. Faz palestras e escreve, exclusivamente, sobre Anatomia, elencando a função do coração, cérebro e sangue. Ainda que discorde de seus colegas hodiernos, Galeno, em consonância com Wasson (2019), adota as teorias propaladas por Hipócrates, exclusivamente, sua teoria dos quatro humores, as quais determinam a existência humana: sangue, fleuma, bílis escura e bílis de coloração amarela.

Assim, bastantes conhecimentos científicos acerca da Medicina Humana Moderna, conforme Wasson (2019), são oriundos de Galeno, Hipócrates, dentre outros médicos, filósofos da Antiguidade Grega.

Nesse sentido, Galeno admite que as enfermidades eram causadas por ausência de equilíbrio no ser humano e, para restaurar o equilíbrio sugere, segundo Wasson (2019), sangramento, banho e vômitos.

Contudo, de acordo com Wasson (2019), apesar de que sua produção escrita abarcasse mais conteúdos voltados à sua área, também produziu tratados sobre, linguagem, lógica, psicologia, ética e, inclusive, filosofia moral.

Infelizmente, consoante Wasson (2019), muitos dos seus trabalhos e instrumentos foram perdidos num incêndio em 192 a. C, de alguns estudos restaram apenas fragmentos.

Contudo, mesmo com todas as contribuições oriundas de Galeno, inclusive no que tange à Medicina Humana Moderna, tais quais: atividades físicas, higiene pessoal e uma dieta equilibrada, falece em 216 a. C, sendo desconhecidas a data e a localização corretas do seu sepultamento.

Após as considerações feitas sobre a Medicina Humana anteriormente, no subitem seguinte, apresentar-se-ão a origem, o desenvolvimento, as vantagens e, as principais contribuições da Medicina Veterinária para os animais e os seres humanos que não só têm pets, mas também mantêm seus animais de estimação, alimentam, gostam e cuidam com muito amor, carinho e dedicação.

3. Medicina Humana: origem, conceito, finalidade, vantagens e contribuições

Pode-se considerar que a medicina veterinária surgiu na mesma época em que o ser humano conquistou os primeiros animais, contudo, cronologicamente falando, esse marco data de cerca de 4000 a.C. através de registros encontrados no Papiro de Kahoun. É certo que em cada continente, o surgimento e evolução da “arte de curar animais” tem sua história, o que vem sendo enfatizado até os dias atuais, sempre na perspectiva de trazer benefícios não só para os animais (principal centro da atenção), mas também para os seres humanos.

Contudo, considerando que naquela época a espécie equídea era uma das que tinha maior utilidade, a denominação do “profissional” que curava animais fora definida, na Grécia (século VI a.C.), com base nessa espécie, o qual passou a ser chamado de hipiatra (do grego hippos = horse + iatros = médico).

Em Roma, a denominação desse “profissional” era Veterinarii e que, por sua vez, tem etimologia diferente (do latim Vetus = velho, idoso), o que surgiu com base na quantidade de equinos oriundos do exército romano e que ficavam velhos, necessitando de tratamento especial. Outras denominações descritas ao longo da história foram Medicus equarius (médico dos cavalos), Mulomedicus (médico das mulas) e Medicus iumentarius (médico do gado), mas não se consolidaram.

Historicamente e de maneira equivocada, a sociedade, de uma forma em geral, concebe o profissional médico veterinário como sendo alguém que cuida única e exclusivamente de animais em seus aspectos clínico e cirúrgico.

 Este fato tem justificativa, pois a criação e reconhecimento dessa profissão deram-se no âmbito histórico de como surgiu esse profissional, tendo, o seu campo de atuação, sido ampliado ao longo da evolução da sociedade, pelo aparecimento de necessidades (padrões de convivência coletiva, por exemplo) as quais, com suas características de execução e levando em conta o que as envolvia (produção animal, produção de alimentos de origem animal e derivados, higiene e inspeção de matadouros e frigoríficos, entre outras), com o perfil de formação e os componentes curriculares trabalhados, foram atribuídas funções de responsabilidade do médico veterinário.

Assim, o conjunto de atividades concernentes ao profissional médico veterinário, algumas áreas ganharam destaque especial, as quais vêm crescendo de maneira bastante significativa, como é o caso da saúde pública (sendo a vigilância sanitária o primeiro campo de trabalho desta área por ser ocupado pelo médico veterinário), pela promoção da saúde, prevenção e controle de doenças das mais diversas etiologias, possíveis e passíveis de serem transmitidas aos humanos e vice-versa.

Aliado a esse fato, o aumento na circulação de pessoas entre os continentes, o surgimento de enfermidades cujas caraterísticas antropozoonóticas e que vêm ultrapassando as barreiras dos mais diversos países, compromete muitas vezes a integridade da saúde de uma nação, por exemplo, bem como sua produção de alimentos, tornando-os vulneráveis a contaminações e, consequentemente, colocando em jogo a economia de uma ou várias cadeias produtivas ou seus elos, exige a presença e atuação de um profissional que tenha versatilidade suficiente para, que em articulação com os demais segmentos da área da saúde, possa agir com eficiência, eficácia, agilidade e destreza.

Políticas públicas de reconhecimento e divulgação da presença indispensável do médico veterinário nas mais diversas linhas de produção e inspeção de alimentos de origem animal, ovos, leite, pescado e mel, bem como na preparação de produtos com qualidade e seguros à saúde, incluindo aí a sua importante atuação em barreiras sanitárias de controle de trânsito animal seja ela em âmbito municipal, estadual ou internacional, são fundamentais no que diz respeito à informação que a sociedade precisa para compreender que, no dia-a-dia, cada alimento que se faz presente em nossa mesa, foi devidamente inspecionado por um profissional médico veterinário.

Nessa perspectiva, a abrangência de atuação desse profissional vai além do que se pensa ainda hoje em determinados segmentos da sociedade,  inclusive, apresenta justificativas plausíveis para incluí-lo nas áreas de vigilância epidemiológica e ambiental.

Todavia, para que isso seja devidamente consolidado e reconhecido, faz-se necessário a reformulação da práxis do ensino, bem como a reestruturação das matrizes curriculares, na perspectiva de romper com a visão hospitalocêntrica do acadêmico em medicina veterinária, mostrando-lhes a amplitude de áreas de atuação, que inclusive encontram-se carentes desses profissionais, como uma forma de suprir, futuramente, essa demanda nos campos de trabalho, fortalecendo cada vez mais a sua presença nesses segmentos.

No entanto, fragilidade no processo de formação e a ausência de políticas voltadas a esse aspecto contribuem para que campos de atuação específicos do médico veterinário acabem sendo aquinhoados por profissionais de outras áreas de formação e conhecimento.

4. Considerações Finais:

            Compreender as diferenças,origens da Medicina Humana e da Veterinária ajudam os homens a compreender melhor os animais,  de estimação, “pets”, valorizando-os, sem, no entanto, maltratá-los.

 

 

 

 

 

MEDICINA VETERINÁRIA: O QUE É. PARA QUE SERVE.

1MARINHO CELESTINO DE SOUZA FILHO

2GLAUCO PERTICARI

3LETÍCIA ISABELLA VIEIRA SOUZA

Resumo: O artigo procura mostrar as principais diferenças, a origem, finalidade entre a Medicina Humana e Animal. Para alcançar tal objetivo, utiliza-se da pesquisa bibliográfica.

Palavras-Chave: Medicina Humana. Medicina Animal. Origem . Finalidade.

Abstract: Abstract: The article seeks to show the main differences,    origin and purpose between Human and Animal Medicine. To achieve this objective, bibliographic research is used.

 

               Keywords: Human Medicine. Animal Medicine. Origin. Purpose.

 

1. Introdução

Antes de responder aos questionamentos feitos no título desse estudo, assinalar-se-ão, abaixo, os critérios para a construção dessa pesquisa,são eles:

  • Primeiro: salienta-se um breve histórico da Medicina Humana, sua origem, sua importância e os seus fundamentos básicos para o desenvolvimento, a manutenção da saúde dos indivíduos;
  • Segundo, apresenta-se o filósofo considerado pelo ocidente, pai da Medicina Humana, apontando ainda outros que contribuíram para a difusão dessa Ciência: Herófilo, Erasístrato e Galeno;
  • Terceiro: apontam-se a origem, o desenvolvimento, as vantagens e, as principais contribuições da Medicina Veterinária para os animais e os indivíduos que cuidam, mantêm seus animais de estimação, ou seja, os seus “pets”;
  • Quarto: assinalam-se as relações entre a Medicina Humana e a Veterinária;
  • Finalmente, serão tecidas as Considerações Finais acerca desse ensaio.

Assim, após a Introdução feita anteriormente, a seguir, tratar-se-á do segundo subitem desse estudo: breve histórico da Medicina Humana e, “a posteriori” serão apresentados os benefícios, as relações, as implicações oriundos da Medicina Humana para a Medicina Veterinária.

E ainda, por meio desse estudo, elencar-se-ão os benefícios oriundos dos pets para melhorar a saúde dos seres humanos, citando pelo menos dez desses benefícios, os quais contribuirão, não só para o desenvolvimento da saúde do corpo, mas também poderão favorecer o engendramento de uma “Mens sana in corpore sano”.

 2. Breve Histórico da Medicina Humana

Sabe-se que a Medicina Humana aparece na Antiguidade, ou seja, surge nas primeiras civilizações, apesar disso, de acordo com o Blog da UCPL – Universidade Católica de Pelotas que trata da temática: evolução da Medicina, naquela época, mostra que a Medicina não possuía o aparato tecnológico o qual existe hoje, além disso, a Medicina era praticada no intuito de curar enfermidades do corpo sem fundamentação teórica e muito menos tecnologia, ou seja, a Medicina, praticada, na antiguidade, era embasada em supostos poderes mágicos e, especialmente, em conhecimentos provindos da igreja, religião.

Nesse contexto, ainda em conformidade com o site acima mencionado, é mister evidenciar como algumas das nações antigas praticavam a Medicina. São elas:

  • Babilônica: a função do médico na Babilônia era outorgada aos religiosos, antigos sacerdotes babilônicos que procuravam tratar, principalmente, enfermidades provocadas pela psique humana, isto é, doenças psicológicas, transtornos mentais, os quais eram tratados como se fossem possessões demoníacas por meio de cultos de cunho religiosos.

Contudo, equivocam-se as pessoas ao pensarem que os cultos religiosos não desempenharam influências positivas para a Medicina, já que por meio deles, a Medicina se desenvolveu, pois, os juremeiros exerceram para a Medicina grandes funções, tais como: mapearam e detalharam vários tipos de enfermidades, revelando várias concepções médicas importantes não só para aquela época, como também para a época atual.

  • Egípcia:

A relação profunda que os africanos possuíam com a natureza trazida para o Egito e o misticismo religioso oriundo do Oriente fizeram com que o primeiro médico egípcio, conhecido como Imhotep, sobressaísse pela cura de várias enfermidades, esse fato foi registrado a cerca de 2850 anos a.C.

Além disso, na História Antiga da Medicina Egípcia, pode-se asseverar que Imhotep é um dos profissionais da saúde mais importantes, pois, as suas prescrições eram embasadas, principalmente, em cirurgias, por isso, muitos puçanguaras na antiguidade egípcia abandonaram a cura por meio da magia e da religião.

  • Hindu:

Já quanto aos habitantes da Índia, a Medicina deles, na antiguidade, alicerçava-se sobre duas das mais relevantes divindades divinas da Índia, Vishnu que representa a restauração e, Shiva simbolizando a destruição e ao mesmo tempo a regeneração.

Nessa perspectiva, a Medicina Hindu não era separada dos ritos de magia e religião, visto que os habitantes da Índia, daquela época, acreditavam em possessões demoníacas, apesar de os Hindus terem descobertos que muitos dos problemas inerentes à saúde estavam, intrinsecamente, ligados a fatores referentes à idade e à morte dos indivíduos.

  • Hebraica:

Quanto aos hebreus, eles criam que tanto a saúde quanto às enfermidades emanavam de um Deus Uno, pois, o povo hebreu era monoteísta, acreditava apenas em um único Deus, ao contrário de outros povos, tais como: egípcios, babilônicos, gregos, hindus, sumérios etc, os quais eram politeístas, assumiam vários deuses.

Isto posto, os médicos hebreus eram responsáveis, principalmente, pela higiene de seus conterrâneos, pois acreditavam também piamente que a saúde era oriunda, especificamente, da higiene, por isso, elaboraram algumas regras de higiene: tomar banho, lavar as roupas, reserva de lugar privativo para destino dos excrementos humanos, isolamento ou quarentena para quem fosse suspeito de alguma doença infectocontagiosa etc.

Além de exigir das pessoas acometidas por alguma enfermidade depois que se recuperasse, tomasse banho e lavasse as roupas bem lavadas.

E no que tange à evolução da Medicina Hebraica é imprescindível asseverar que essa evolução se deu, exclusivamente, por meio de dissecação de animais sacrificados.

Destarte, após tratar-se, anteriormente, da Medicina Humana oriunda de alguns povos da Antiguidade, a seguir, no próximo subitem, apresentar-se-á um breve panorama da Evolução da Medicina acima citada.

2.1 Evolução da Medicina Humana

     No que tange à História da Medicina Humana, é considerado o pai da Medicina, o filósofo grego Hipócrates, por isso, esse ensaio também mostrará breve biografia do filósofo acima mencionado.

Assim, de acordo com Frazão (2019), Hipócrates, nasceu, provavelmente, no ano 460 entre 377 a.C, na ilha da Grécia cujo nome é Cós, localizada, especificamente, na costa da Ásia Menor, sendo filho de Heráclides e Fenareta, ambos parentes de Asclépio, considerado o deus grego e romano da Medicina, parentesco  por parte de pai e, por parte de mãe era parente de Hércules, conhecido como o deus grego mais forte da Antiguidade.

Hipócrates, ainda em conformidade com Frazão (2019), oriundo de uma família abastada pertencente à aristocracia grega, durante várias gerações, dedica-se ao ofício da Medicina e da magia.

Nesse contexto, o pai da medicina cria sua própria escola para estudar a origem e a cura das enfermidades.

Nesse processo, consoante Frazão (2019), sobre a escola de Hipócrates, sabe-se o seguinte: localizada na ilha de Cós, substituiu no século VI a.C a escola do Matemático, filósofo, engenheiro proveniente da Grécia, Tales de Mileto.

A escola de Hipócrates além de ministrar noções de Medicina, ministrava também como o médico deveria se relacionar com os seus pacientes, ou seja, relações interpessoais entre médicos e pacientes.

Anteriormente a Hipócrates, em consonância com Frazão (2019), o exercício da Medicina era atribuído aos sacerdotes de Esculápio, famoso deus  grego e romano que se dedicava à cura das enfermidades humanas.

Nessa época, acreditava-se que as enfermidades provinham da fúria dos deuses contra os humanos, ou seja, as doenças seriam uma espécie de castigo dos deuses dirigido aos homens.

Destarte, os enfermos procuravam a cura de suas enfermidades no templo de Esculápio, que era comandado pelos sacerdotes desse deus, por isso, eram os sacerdotes de Esculápio os responsáveis pela cura dos enfermos.

Contudo, ainda conforme Frazão (2019), Hipócrates discorda da cura originária dos deuses, por isso, o pai da Medicina busca explicitar que as doenças tinham relação com a realidade e não com os poderes supostamente curativos dos deuses.

Assinala ainda que o profissional da Medicina tem a obrigação de investigar e anotar meticulosamente os sintomas de algumas das enfermidades as quais acometiam os doentes.

Nesse sentido, segundo Frazão (2019), estabeleceu critérios para mostrar se os pacientes estavam ou não curados, dentre eles, destacavam-se: a fisionomia do tecido epitelial e da visão, temperatura corporal, observação do apetite e se o paciente evacuava normalmente.

Nesse processo, ainda de acordo com Frazão (2019), Hipócrates insistia também, para que o médico tomasse nota sobre o progresso da cura do paciente, analisando ainda as consequências dos efeitos climáticos e das influências das quatro estações sobre algumas doenças, por exemplo: as gripes, os resfriados eram mais comuns no inverno, enquanto outras doenças, tais como: dermatites, insolação, desidratação etc, eram mais comuns no verão.

Além disso, ainda de acordo com Frazão (2019), Hipócrates acreditava que as patologias eram originárias do que ele designou de Doutrina dos quatro humores: sanguíneo, o fleumático (humor, personalidade), o biliático (bílis de coloração amarela) e o atrabiliático (bílis de coloração escura).

De acordo com Hipócrates, em conformidade com Frazão (2019), todo organismo humano é passível de recuperação e cura, entretanto, o conhecimento dos órgãos humanos só é possível em detrimento do conhecimento integral do homem.

Isto posto, no subitem a seguir, serão citadas algumas das principais obras de Hipócrates.

2.2 Principais obras de Hipócrates

De acordo com Frazão (2019), a coletânea de obras denominada “Corpus Hippocraticus”, que em Latim significa: coleção, coletânea de obras escritas por Hipócrates.

Nesse sentido, historiadores admitirem que esse conjunto de aproximadamente sessenta e seis obras, conhecidas pela designação de “Corpus Hippocraticus”, serem atribuídas ao pai da Medicina, outros não admitem essa hipótese, por isso, há dúvidas até hoje no que tange à autoria e à data de publicação da coleção das obras anteriormente mencionadas.

Mesmo assim, tratar-se-á, no transcorrer desse artigo científico, mais detalhadamente, ainda que sumariamente acerca do “Corpus Hippocraticus”.

Pelo que se sabe, a obra acima mencionada, possuía 66 livros, destes dentre os capítulos indicados a médicos, além de algumas simples sugestões para quem iniciava a Medicina, a coletânea atribuída ou não a Hipócrates, de acordo com Cairus (2005, p. 26), contém as seguintes obras:

OBRAS SEMIÓTICAS: Prognóstico, Prorrético I, Prorrético 1], Dos humores.

OBRAS ETIOLÓGICAS E FÍSICAS: Dos ventos, Da natureza do homem, Da doença sagrada, Da natureza da criança, Lugares e estações [= Ares, águas e lugares].

OBRAS TERAPÊUTICAS: 1) Algumas referentes à cirurgia: Das fraturas, Das articulações, Das chagas, Dos fenmentos e cortes, Das fendas na cabeça, O.fiâna do médico, Mochlique [= Da natureza dos ossos e Instrumentos de redução (lat. Vectiarius) ], Das hemorróidas e fístulas; 2) referindo-se ao regime: Etifermidades lI!, Das semanas [...] e Das qfecções internas; Sobre a tisana [= Da dieta nas doenças agudas], Dos lugares no homem, Das doenças das mulheres I -II, Do alimento, Das mulheres estéreis, Sobre as águas [= Do uso dos líquidos].

TRATADOS MISTOS: Aforismos, Epidemias: VII livro.

TRATADOS COM CARACTERÍSTICAS ARTÍSTICAS: juramento, Lei e o Epibómios       mostram o homem mais como médico.

Isto posto, ainda em consonância com Frazão (2019), alguns estudiosos gregos da Antiguidade asseguravam que Hipócrates era associado à sociedade secreta intitulada Asclepíades, provavelmente, fundada pelos filhos de Asclépio, considerado deus da cura, filho de Apolo, o qual, além de ser considerado deus do sol, também era responsável tanto por espalhar doenças, quanto por curá-las.

Além disso, a sociedade fundada pelos filhos de Asclépio, foi considerada relevante para o desenvolvimento da Medicina, porque, reunia em seu bojo sábios e estudiosos.

Assim, após tratar-se ainda que brevemente da biografia de Hipócrates, abaixo, apresenta-se o famoso Juramento atribuído a ele.

Esse juramento é feito pelos acadêmicos graduados em Medicina, apesar da importância desse Juramento, no Brasil, ele é recitado pelos futuros profissionais da Medicina de forma sintetizada.

Sendo assim, de acordo com Frazão (2019), a síntese do Juramento de Hipócrates consiste no seguinte texto:

[...] Prometo que, ao exercer a arte de curar, me mostrarei sempre fiel aos preceitos da honestidade, da caridade e da Ciência. Penetrando no interior dos lares, meus olhos serão cegos, minha língua calará os segredos que me forem revelados, o que terei como preceito de honra. Nunca me servirei de minha profissão para corromper os costumes ou favorecer o crime. Se eu cumprir este juramento com fidelidade, goze eu a minha vida e minha arte de boa reputação entre os homens e para sempre. Se dele me afastar ou infringi-lo, suceda-me o contrário [...].   

     Já quanto ao ano da morte de Hipócrates, ainda em consonância com Frazão (2019), os estudiosos desse filósofo não têm certeza, alguns acreditam que ele faleceu em 377 a. C, já outros não, por isso, até hoje pairam dúvidas sobre a data certa da morte do pai da medicina.

     Quanto ao seu sepultamento, seu corpo foi enterrado em Larissa, na Tessália, Grécia e, o seu túmulo, conforme Frazão (2019), foi reverenciado pelos povos da antiguidade por vários séculos.            

     Após os argumentos, anteriormente arrolados acerca de Hipócrates, no subitem seguinte, elencar-se-ão mais alguns filósofos que foram de suma relevância para o desenvolvimento da Medicina Humana, são eles: Herófilo, Galeno e Erasístrato.

2.3 Principais Filósofos que contribuíram para o aperfeiçoamento da Medicina Humana: Herófilo, Erasístrato e Galeno

     É sabido que, de acordo com Frazão (2019), Herófilo teria nascido por volta de 335-280 a. C, sendo um dos primeiros médicos gregos a dissecar e a investigar cadáver humano, por isso, considerado pelo Ocidente, no transcorrer da História da Medicina Humana, pai da Anatomia.

     Sendo assim, conforme Frazão (2019), Herófilo é natural de Calcedônia, Ásia Menor, atualmente, Kaduköy, Turquia, ano 335 a. C, porém, em sua juventude, muda para Alexandria no Egito. Ali, começa a estudar Anatomia, inicia os seus estudos, sendo discente de Ptolomeu, todavia, “a posteriori”, teve contato com Erasístrato, torna-se seu mestre e funda com ele a famosa Escola de Alexandria.

Empreende enormes progressos na área do conhecimento científico da Anatomia. Sendo, de acordo com Frazão (2019), o primeiro a utilizar o método da dissecação em seres humanos, embasando cientificamente os estudos acerca da Medicina Humana.

Ainda, consoante Frazão (2019), incrementa as Teorias de Praxágoras no que tange ao diagnóstico do pulso, constituindo-se o primeiro médico a reconhecer o pulso como uma das batidas do coração e não mais como propriedade proveniente das artérias.

Demonstra também, conforme Frazão (2019), as principais diferenças entre pulsação, palpitação muscular, espasmos e tremores. Diferenciando ainda nervos de vasos sanguíneos.

Constituindo-se no primeiro médico a mostrar que as artérias apresentavam em seu bojo sangue e não ar, segundo a maioria dos seus colegas criam em sua época.

Herófilo, ainda de acordo com Frazão (2019), explicita a localização, a divisão, o formato, o tamanho e a distribuição dos principais órgãos que formam o organismo humano.

Identifica e descreve, em conformidade com Frazão (2019), o funcionamento e as precípuas características dos seguintes órgãos: fígado, baço, pâncreas, aparelho gastrointestinal e os órgãos responsáveis pela reprodução humana.

Além disso, estuda detalhadamente, profundamente o método hipocrático inerente à Medicina Humana e, produz um tratado profícuo no que tange ao método, ao legado de Hipócrates acerca da Medicina Humana.

Destarte, Frazão (2019), pesquisa profundamente o cérebro humano, admite que esse órgão é o centro do sistema nervo e da inteligência, opondo-se a Aristóteles o qual admitia o coração como centro do sistema nervoso e da inteligência.

Ainda de acordo com Frazão (2019), discorre sobre as meninges, apresentando a semelhança que elas possuem com a membrana a qual reveste o feto. Esmiúça e reconhece sete pares de nervos relativos ao crânio. Mas também, reconhece a função dos olhos e das glândulas salivares.

Nesse sentido, crê-se que Herófilo, em consonância com Frazão (2019), teria esmiuçado aproximadamente seiscentos cadáveres. Além de introduzir o método experimental na escola de Medicina Humana, porque, acredita que tal método é indispensável para o estudo das atribuições do corpo humano.

É o responsável pela criação e manutenção do Método Científico voltado para o desenvolvimento da Medicina Humana, insere diversas nomenclaturas científicas no âmbito da Ciência acima assinalada, inclusive, essas nomenclaturas são utilizadas ainda atualmente para especificar fenômenos relativos à Anatomia Humana.

Além isso, reconhece-se que o vocábulo duodeno (medida de doze dedos) é introduzido na Medicina Humana por Herófilo. Apesar dos estudos e das pesquisas realizados por ele terem se perdido no tempo, acredita-se que foram recuperados por Erasístrato e Galeno os quais os preservaram e fizeram com que chegassem até nós nos dias atuais.

Apesar de todas as contribuições de Herófilo para o desenvolvimento das pesquisas e estudos inerentes à Medicina Humana, infelizmente, de acordo com Frazão (2019), ele falece em Alexandria, no Egito, em 280 a. C.  

Assim, no próximo subitem, apresentar-se-ão as principais contribuições de Erasístrato e, parte de sua biografia.

De acordo com Smith (1982), Erasístrato é natural supostamente de Loulis, ilha de Ceos, ainda que Estéfano de Bizâncio reporta-se a ele como nascido em Cos e, a Galeno como natural de Chios.

Ainda em conformidade com Smith (1982), Erasístrato seria neto de Aristóteles, cuja filha chamava Pítias, apesar de esse fato não ser confirmado por nenhum historiador ou escritor

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