04/05/2015

Mestrado para professores de história abrirá vagas este ano

No segundo semestre deste ano, a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) lançará edital para selecionar candidatos à segunda turma do programa Mestrado Profissional em Ensino de História. Atualmente, 130 professores da educação básica de escolas públicas fazem o curso, em 12 núcleos, em municípios dos estados do Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Tocantins.

Há ainda a ideia de, no próximo edital, ampliar o número de instituições com oferta do curso. “O mestrado profissional faz a articulação das disciplinas e das atividades acadêmicas com as novas práticas na sala de aula; é um enriquecimento muito grande para a docência”, explica a coordenadora nacional do programa, professora Marieta de Moraes Ferreira, titular da UFRJ.

O curso tem carga horária de 510 horas. Embora algumas atividades sejam oferecidas a distância, as aulas são ministradas na modalidade presencial.

Professor da rede pública no Rio de Janeiro, Eric Rodrigues desdobra-se para conciliar as atividades de sala de aula com as do mestrado. Ele reserva duas tardes e uma noite durante a semana para cumprir as disciplinas. “É difícil conciliar; como professor 40 horas, é uma forte demanda”, explica Rodrigues, que cursa três disciplinas, ofertadas em polos de três cidades do estado.

Para ir de um local a outro, Rodrigues usa o carro. Os custos a mais no orçamento por conta do combustível são pagos pela bolsa de estudos da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) do Ministério da Educação. Todos os professores do mestrado que conciliam os estudos com o trabalho docente têm direito ao benefício.

Apesar da dupla jornada, Rodrigues não tem dúvidas quanto à importância da qualificação. “Via carência teórica para executar parte do trabalho”, afirma. A ideia dele é pesquisar uma metodologia para o ensino de história que incorpore o uso da tecnologia na escola. “Os estudos no curso reorientam minha visão sobre como pensar métodos avaliativos críticos para a utilização desse recurso, além de como desenvolver uma avaliação capaz de testar a produção do conhecimento do aluno”, explica.

Esperança — Professora de história do município fluminense de Nova Iguaçu, Cíntia Benak, apesar de média 8 na seleção do programa, não conseguiu a classificação. “Minha opção de polo foi a Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ), uma das médias mais altas”, diz. “Infelizmente, são poucas vagas, e o processo seletivo por polo nos impede de ter maiores chances.”

A professora Cíntia cumpre, na condição de aluna especial, disciplina eletiva no polo de Duque de Caxias da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj). No fim do ano, ela tentará a classificação no segundo processo seletivo do mestrado profissional em história. Se aprovada, poderá aproveitar as disciplinas já cursadas.

O Mestrado Profissional em Ensino de História é, segundo Cíntia, a solução e a única esperança para os professores que estão em sala de aula e querem se qualificar. “A bolsa de estudos e o horário do mestrado profissional facilitam a vida do professor que necessita se qualificar, mas precisa trabalhar”, salienta.

Na sociedade do conhecimento, ela acredita que a qualificação torna os docentes mais críticos, reflexivos e atuantes no processo de ensino e aprendizagem. “A geração de alunos exige uma educação inserida nas novas tecnologias; exige de nós aulas dinâmicas, interessantes, atuais e modernas”, diz. “Despertar a atenção desses jovens em plena era tecnológica é desafiante; logo, um professor qualificado é essencial para o processo educacional, e o mestrado profissional amplia essa visão.”

Rovênia Amorim

MEC

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