Modelo de organização – Estrutura Matricial
Jorge Barros
Pós-graduado e Mestre em Administração e Gestão Escolar, Doutor em Administração e Gestão Educativa e Escolar, Professor no 2.º Ciclo do Ensino Básico no Agrupamento de Escolas Dra. Laura Ayres (ESLA), Quarteira
A estrutura matricial é um outro modelo organizacional que se pode encontrar, por exemplo, em agências de publicidade, empresas de aeronáutica, construtoras, agências governamentais, empresas de consultoria e empresas de diversão e entretenimento.
Este tipo de estrutura combina duas formas de departamentalização, nomeadamente, a funcional e a por produto, em que se tenta aproveitar os pontos fortes de cada uma das formas de departamentalização e evitar as suas desvantagens.
Um caso particular da estrutura matricial é a estrutura por projetos. Esta refere-se a um ou a vários projetos, em vez de produtos ou mercados, e, por conseguinte, em princípio, terá uma existência temporária, dado que esteja acabado o projeto, a equipa respetiva dissolve-se, a não ser que seja destacada para outro projeto semelhante, o que por vezes acontece.
Neste âmbito, podemos salientar que este tipo de estrutura se aplica em organizações complexas e/ou orientadas para projetos, como acontece na área das grandes construções de pontes, autoestradas, linhas de caminhos de ferro e de metro, barragens, portos, aeroportos, entre outras.
A estrutura matricial configura uma forma de organização que combina a estrutura com base em funções e com base em produtos e que, deste modo, integra um conjunto de órgãos estáveis, correspondentes às grandes funções de qualquer organização como, por exemplo, financeira, técnico-produtiva, administrativa, aquisições, marketing, gestão de recursos humanos ou de pessoas, serviços de pós-venda e um conjunto de equipas que são constituídas temporariamente, pelo tempo que durar a atividade a desenvolver, por profissionais pertencentes aos órgãos permanentes, que funcionam como bolsas de recursos humanos ou de pessoas.
Esta forma de organização mista permite flexibilizar e ajustar a sua estrutura às mudanças que porventura venham a ocorrer em matéria de trabalho a realizar.
Uma caraterística óbvia da estrutura matricial é que ela rompe com o conceito de unidade de comando, na medida em que os funcionários destas organizações têm dois chefes: o gerente do departamento funcional e o gerente do departamento do produto.
O modelo matricial apresenta pontos fracos e pontos fortes. Os seus pontos fracos têm claramente pouca expressão e impacto na organização, na medida em que este tipo de estrutura parece ser ágil, adaptável às circunstâncias, situações, inovações e mudanças, o que a torna capaz de maximizar a eficiência interna e de combinar uma capacidade de alinhamento com os fatores externos. Todavia, a sua implementação é onerosa. Por último, salienta-se que uma vez que neste tipo de estrutura não existe uma unidade de comando, mas sim duas chefias distintas às quais se subordina quem desempenha funções, esta situação pode gerar algum conflito que pode ser traduzido na luta pelo poder, ou pura e simplesmente, pela ambiguidade de papéis que tal situação acarreta para os subordinados e que, porventura, lhes frustra as suas expetativas.
Um dos pontos fortes da estrutura matricial reside na sua capacidade de facilitar a coordenação quando a organização realiza diversas tarefas complexas e interdependentes. Ainda no modelo matricial, o contacto direto entre os diferentes especialistas permite que a informação atravesse a organização e atinja mais rapidamente as pessoas que dela precisam. Além disso, na estrutura matricial, sobressai outro ponto forte que é o facto de permitir que o assessoriamento técnico, o conhecimento de especialistas e outros recursos funcionais estejam presentes no lugar adequado no momento que são necessários.