21/07/2018

MODELOS NO CAMPO DOS SISTEMAS DE INFORMAÇÃO GEOGRÁFICA: A DEFINIÇÃO DA TIPOLOGIA

Por Ivan Carlos Zampin – Professor Doutor, Docente no Ensino Superior, Ensino Fundamental, Médio e Gestor Escolar.

 

Apreciando de uma forma lógica que o modelo é uma representação da realidade, sob configuração material ou simbólica, Berry (1995) distingue duas categorias gerais de modelos: a estrutural e a relacional. A categoria estrutural foca o arranjo e construção de componentes, tais como objetos e ações. Os objetos são entidades sob a forma estática, formando uma representação visual de um elemento, e suas características incluem a escala, bi ou tridimensional, e representação simbólica, As ações são a entidades sob a forma de movimentos, focalizando as relações espaço temporais dos elementos e, suas  características envolvem períodos temporais, detecção de mudanças, estatística das transições e animação

A categoria relacional focaliza a interdependência com as relações entre os fatores e processos, sob as perspectivas funcional e conceitual. A relação funcional trata das relações entre as variáveis de inputs e outputs e, suas características incluem relações de causa-efeito, ciências físicas com análise da sensibilidade. A relação conceitual encontra suas bases na percepção, incorporando tanto a interpretação como os valores atribuídos aos fatos e, suas características incluem a heurística (regras especificas), ciências humanas e cenários (paisagens).

De acordo com essa categorização genérica, os modelos no campo dos Sistemas de Informação Geográfica são de dois tipos básicos: cartográficos e espaciais. Os modelos cartográficos resultam da automação de técnicas manuais que tradicionalmente usam instrumentos de desenho e sobreposição de transparências baseando-se em lógica binária expressa como geo-query (linguagem geográfica). Os modelos espaciais são expressões das relações matemáticas entre variáveis mapeadas.

Com base em Berry (1995) verifica-se que as teorias relacionam as características dos modelos envolvidos nos Sistemas de Informação Geográfica, e para cada uma assinalou-se os aspectos para escolha entre dois setores terminais do espectro, numa lógica binária, entretanto sem esquecer a gama variante da lógica difusa entre os termos extremos. Portanto, identifica-se ai as características básicas que são: escala, extensão, objetivo, abordagem, técnica, associação, agregação e temporalidade.

A abordagem sistêmica torna-se fundamental para orientar os procedimentos da modelagem sobre sistemas ambientais. Por outro lado, a questão relacionada com a tipologia de modelos possui significância genérica para conhecer as proposições realizadas e analogias, assim como referências para novas iniciativas. As classificações delineadas oferecem esquemas abrangentes considerando as atividades desenvolvidas em várias esferas científicas, tais como, na Geomorfologia, Hidrologia e Climatologia.

Os matizes tipológicos dos modelos e de suas características também se revelam no campo dos Sistemas de Informação Geográfica. Há riqueza de proposições no tocante aos modelos, mas ainda não há uma tentativa específica que se direcione para estabelecer a tipologia do amplo leque de modelos trabalhados na modelagem de sistemas ambientais.

Em virtude do espectro fenomenologia envolvido nos sistemas ambientais, as proposições, de modo prático, orientam-se para objetivos específicos, temáticos ou de uso de técnicas, e empregam critérios satisfatórios à solução do problema enfrentado. Por essa razão, surgem constantemente novos adjetivos especificando categorias de modelos, cuja proliferação não causa estranheza nem ocasiona dificuldades conceituais da aplicabilidade.

Nessa linha de pensamento é visto que a paisagem passa por constantes e permanentes processos de transformações como já foi abordado anteriormente, ou seja, na Geomorfologia, Hidrologia e Climatologia, todavia essas mudanças nem sempre se apresentam para uma fácil percepção. Tal realidade acarreta a falsa sensação de inércia, de forma que, somente se apresentam para essa tal percepção quando ocorrem episódios físicos considerados extremos, assim, a dinâmica produzida e suas consequências passam a ser percebidas pelo observador.

Nesse sentido, vir a compreender os distintos componentes, relacionados ao meio ambiente e suas paisagens suas formações, especificidades e a forma como se interrelacionam torna-se de inquestionável importância para a academia e para a sociedade. Quando analisados há a possibilidade de reconhecimento das formas pelas quais, os fenômenos naturais materializados na superfície terrestre operam de forma combinada no meio físico natural e no antropizado.

Quanto à conceituação na ciência geográfica não existe um consenso em relação ao conceito de paisagem. Nos termos atuais a paisagem é subdividida em natural e cultural, dessa forma a compreensão e os tratados conceituais ficam acoplados aos objetivos teóricos na percepção do pesquisador. Com relação à compreensão de paisagem, ou seja, a natural tem como característica primordial em termos de ações a mínima ou nenhuma interferência do ser humano. Na contramão do observado na paisagem natural, a paisagem cultural é idealizada pela intensa intromissão das ações antrópicas definidas então como atuantes nos aspectos do desenvolvimento humano sobre o planeta.

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