26/08/2015

Núcleo Docente Estruturante e Gestão de Cursos em Institutos Superiores de Educação, Ciência e Tecnologia

INTRODUÇÃO

As mudanças no contexto dos Institutos de Educação Superior apresentaram desafios como competitividade, liderança, administração, inovação, entre outros. O trabalho em equipe passou a fazer parte do cotidiano dessas instituições. Essa realidade trouxe a necessidade de mudança no comportamento das pessoas, e a tradução de diretrizes que orientam e que podem ser compreendidas pela comunidade acadêmica. Para tanto se tornou necessário a presença de dirigentes, líderes e gestores que levassem as pessoas à ação.

Como uma função administrativa, a gestão de curso exige habilidades variadas, considerando a natureza das atividades exercidas por quem ocupa esta função em uma Instituição de Ensino Superior.

O tema foi escolhido levando em consideração a realidade da gestão dos cursos superiores do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Amazonas-IFAM, Campus Manaus Centro.

O objetivo geral foi destacar a importância do funcionamento dos Núcleos Docentes Estruturantes (NDE) na gestão de cursos. Os específicos foram identificar as principais atribuições do NDE no ensino superior; definir gestão de cursos e identificar a importância do NDE na gestão de cursos.

A relevância do tema consiste em esclarecer a influência do funcionamento do NDE no desenvolvimento dos cursos e orientar quais ações devem ser tomadas pelo gestor do curso e pelo núcleo definido.

  1. NÚCLEO DOCENTE ESTRUTURANTE- NDE

Conforme Muriel (2015) a Comissão nacional de Avaliação da Educação Superior do Ministério da Educação (CONAES/MEC), por meio da publicação da Resolução 1, estabeleceu que todo curso de graduação deveria constituir um grupo de docentes para conceber e acompanhar o desenvolvimento dos projetos pedagógicos dos cursos de graduação.

Este grupo foi estabelecido por meio de um Núcleo Docente Estruturante (NDE). Nesse grupo deveria haver membros do corpo docente, intitulados líderes acadêmicos. Com um tempo, o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP) passou a exigir o NDE como requisito obrigatório em um curso de graduação.

Além de definir as atribuições do NDE, o MEC também estabeleceu regras acerca da constituição do mesmo. Nesse sentido, podem ser indicados cinco professores, todos contratados em regime de tempo parcial ou integral, sendo 20% em regime de tempo integral e

  1. NDE NO ENSINO SUPERIOR

De acordo com Muriel (2015, p. 2)

“O MEC indica que a finalidade do NDE é a de conceber e acompanhar o desenvolvimento do Projeto Pedagógico do Curso (PPC) como uma peça desvinculada da realidade institucional e do meio externo que chamamos de sociedade e mercados”.

O Projeto Pedagógico do Curso contém os principais parâmetros para a ação educativa, fundamento a gestão acadêmica, pedagógica e administrativa de cada curso. Deve estar em permanente construção, sendo elaborado, reelaborado, implementado e avaliado.

No IFAM o NDE é entendido como órgão consultivo responsável pela concepção do projeto pedagógico dos cursos de graduação e tem por finalidade a implantação, atualização e revitalização do mesmo. Nesse sentido, com o acompanhamento do NDE, o PPC de graduação está sintonizado com nova visão de mundo, garantindo a formação global e crítica para os envolvidos no processo, como forma de capacitá-los para o exercício da cidadania, bem como sujeitos de transformação da realidade, com respostas para os grandes problemas contemporâneos.

  1. GESTÃO DE CURSOS

Conforme Muriel (2015, p. 1) “gerir é, antes de tudo, praticar uma ação relativa à profissão de gestor. Consiste em tomar decisões considerando-se os objetivos e os recursos institucionais”.

Nessa função é necessário o planejamento, a organização, a coordenação e o controle de todos os resultados apresentados pela empresa, bem como o processo.

De acordo com Vidigal (2011, p. 2)

“As novas características das instituições de ensino e as exigências em relação à atuação gerencial do coordenador de cursos tornam necessários o aprendizado sistematizado e a capacitação daquele que vai desempenhar a função, tradicionalmente legada a um professor que tem formação científica na área do curso. O fazer gerencial pode ser definido como “a arte de fazer acontecer”, de obter resultados que têm que ser alcançados em um processo de interação constante com as pessoas, é a arte de refletir, decidir e agir”.

Conforme a ideia do autor, a capacidade de gerir um curso requer um conjunto de habilidades para que decisões possam ser tomadas e a liderança seja exercida de maneira correta.

Vidigal (2011) indica que o trabalho do gestor é realizado em meio a inúmeras interrupções, o que lhe confere um caráter de descontinuidade e imprevisibilidade. Ao mesmo tempo em que é preciso fazer hoje o que vai garantir resultados futuros, ele é pleno de atividades destacadas pela brevidade, variedade e descontinuidade frente a interesses e demandas múltiplas. Por isso, é necessário compreender o trabalho do gestor como um processo variável que é também, lógico, racional e flexível.

O autor discute também que no contexto acadêmico, é preciso que o coordenador pedagógico saiba identificar e selecionar talentos para atuar no curso, pessoas com formação e conhecimento específico na área, pois a titulação do corpo docente é item fundamental do processo avaliativo das instituições e dos cursos de graduação. Além disso, é preciso escolher pessoas dotadas de habilidades e competências essenciais à nova realidade das IES.

De acordo com a ideia do autor, é nesse sentido que a criação do Núcleo Docente Estruturante pode auxiliar o processo de coordenação de um curso, criando uma instância de comunicação e exercício da reflexão e ação sobre os diferentes aspectos do fazer pedagógico. Isso porque, se são consideráveis os desafios a enfrentar, e se é grande o conjunto de habilidades necessárias ao bom desempenho da função de coordenação, o NDE pode ser a equipe afinada que levará adiante os objetivos de melhoria da qualidade do curso.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Portanto, é possível perceber que para que se obtenha êxito na função de gestor de um curso é necessário que as atividades que integram as diversidades do corpo docente sejam priorizadas. Além disso, é primordial atender os anseios do corpo discente e da comunidade institucional.

O funcionamento do núcleo docente estruturante é considerado de suma importância, pois delibera ações e propostas que podem ser realizadas pelo grupo de professores e pelo reflexo da participação dos alunos.

As reuniões dos NDE dos cursos superiores devem acontecer com frequência, uma vez que o projeto pedagógico tem um processo de mudança constante e necessita de inovação para posterior implementação.

O projeto pedagógico deve ser conectado com a realidade da Instituição, com a formação dos alunos, desenvolvimento de linhas de pesquisa, melhoria dos processos de discentes e docentes e implantação de novas metodologias, para isso, o funcionamento do NDE e o envolvimento dos docentes no mesmo é fundamental.

Os coordenadores de curso devem, na função de gestor, planejar, organizar, exercer as funções de comando, coordenar e controlar o processo e os possíveis resultados. Além disso, a experiência deles com o grupo de professores escolhido para deliberar ações, deve ser única no sentido de que será resultado da interação de um núcleo específico de pessoas em um determinando contexto. Vala ressaltar que se torna uma relação de experiências variadas, na qual é possível reinventá-las, com a consciência de que o que se constrói em conjunto é um conhecimento do qual o grupo se apropria a cada dia.

 

REFERÊNCIAS

IFAM. REGULAMENTO DO NÚCLEO DOCENTE ESTRUTURANTE DOS CURSOS DE GRADUAÇÃO – NDE. Pró- Reitoria de Ensino, 2015.

MURIEL, Willie. NDE E EQUIPES DE ALTO DESEMPENHO. Programa de Capacitação para Coordenadores de Curso. 2015.

MURIEL, Willie. GESTÃO PROFISSIONAL SOB A PERSPECTIVA TEÓRICA QUE AS COODERNAÇÕES DEVEM CONHECER. Programa de Capacitação para Coordenadores de Curso. 2015.

VIDIGAL, Carmelita Elias. A IMPLANTAÇÃO DO NÚCLEO DOCENTE ESTRUTURANTE EM UM CURSO DE ENGENHARIA: AMPLIAÇÃO E ENRIQUECIMENTO DO FAZER PEDAGÓGICO. XXXIX Congresso Brasileiro de Educação em Engenharia. 2011.

 

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