07/07/2016

O Caso Paulo Freire comprometendo a Gestão do Conhecimento

Por Wolmer Ricardo Tavares – Mestre em Educação e Sociedade – www.wolmer.pro.br

            Uma de muitas ações absurdas tomadas por nosso Estado ilegítimo, narcisista, fascista e usurpador poderá comprometer a Gestão do Conhecimento. Mas o que vem a ser Gestão do Conhecimento e como um ato tão execrável como o caso de Paulo Freire poderá influenciar negativamente essa gestão?

            A Gestão do Conhecimento não é, e nunca foi uma ideia marxista, pois alguns néscios poderão afirmar tal absurdo. Ela é uma forma de disseminar cada vez mais um conhecimento útil na sociedade, visto que o conhecimento é a base de tudo, ou seja, é o fator primordial para quaisquer transformações, seja no nível social, psicológico, cultural, e socioeconômico.

            A Gestão do Conhecimento é um tema emergente e que diz respeito a um conjunto de práticas que visam incrementar a produtividade dos ativos de conhecimento, dito isso, faz-se necessário observarmos alguns pontos que norteiam sua prática, como a incitação de uma postura reflexiva sobre questões relevantes e que contribuem para o crescimento do cidadão, e a importância deste conhecimento. O conhecimento tem que ser útil e aplicável para que as pessoas consigam transformar seu entorno, fazendo prevalecer a coletividade e o cooperativismo.

            Com a prática da Gestão do Conhecimento (GC) nas escolas públicas, será possível retirar o educando da inércia e alienação em que se encontra, transformando-o em um cidadão crítico e protagonista, rompendo a passividade e manipulação do sistema corruptor e integrando-o na ética e na responsabilidade, e consequentemente, o mesmo terá mais confiança, senso de justiça, flexibilidade, adaptabilidade, capacidade de superação, relação interpessoal, capacidade de organização, tomada de decisões assertivas e um caminho pela seara do crescimento moral, intelectual e social.

            A GC aplicada de forma correta será o tesouro de Bresa na educação pública brasileira, entretanto, uma atitude insana tomada por um Estado ainda mais insano fez valer a máxima da administração que é “dê autonomia a idiota e terá decisões idiotas”, e essa atitude refletirá negativamente na prática da GC.

            Este Estado ilegítimo oficializado pela elite corrupta e arbitrária, simplesmente adulterou informações na Wikipédia sobre Paulo Freire, colocando um dos maiores ícones da educação pública brasileira como um marxista. O fato aqui não é trabalharmos este ato vil, pois o mesmo já foi trabalhado no texto Paulo Freire: Ícone da Educação, publicado pela Revista Gestão Universitária e disponível em http://www.gestaouniversitaria.com.br/artigos/paulo-freire-icone-da-educacao. O fato aqui é analisarmos as conseqüências deste nefasto ato.

            Sabemos que a informação é a base para construção do conhecimento, mas qual é, e como dar crédito em uma informação adulterada, manipulada para fins políticos?

            A GC utiliza-se de várias técnicas e/ou ferramentas e uma delas é a wikipedia. A wikipedia é uma enciclopédia livre que todos podem editar, é uma técnica que reforça outra como crowdsourcing, ou seja, existe nela o poder de uma multidão, isso implica em dizer que é uma enciclopédia multilíngue e escrita de maneira colaborativa. É a informação democratizada e de domínio público, mas que a partir do momento em que o Estado faz uso de sua arbitrariedade, uma das bases para a construção do conhecimento fica abalada, pois deixou de ser domínio público e passou a ser um domínio elitizado e instituído.

            Obviamente poderemos utilizar de outras técnicas, todavia não terá a mesma abrangência que a wikipédia, ou seja, houve um comprometimento quanto ao teor verdade exposto nessa enciclopédia de domínio público.

            O Estado que deveria ter sua preocupação voltada para uma educação emancipadora, fazendo uso de técnicas conscientes e permeadas pela intencionalidade, simplesmente faz uso da manipulação com o intuito de emudecer quem tem sede de mudança e roubando a dignidade do professor, além das perspectivas de uma vida melhor de seus alunos.

            Cabe a nós profissionais da educação, atuantes ou não, trabalharmos ações protagônicas, pois serão através dessas ações que nossas crianças e adolescentes adquirirão e ampliarão seus repertórios interativos, aumentando assim suas capacidades de interferirem de forma ativa e construtiva o entorno escolar e sociocomunitário.

Assine

Assine gratuitamente nossa revista e receba por email as novidades semanais.

×
Assine

Está com alguma dúvida? Quer fazer alguma sugestão para nós? Então, fale conosco pelo formulário abaixo.

×