O Flagelo da Educação Brasileira

Por Wolmer Ricardo Tavares – Mestre em Educação e Sociedade – www.wolmer.pro.br

            Alguns políticos, responsáveis pela alienação de certas bancadas e seguidores, costumam repetir como um mantra que o flagelo da educação brasileira é o professor fazer uso de práticas ilegais inconstitucionais. Não me limitarei a escrever novamente sobre doutrinação ideológica ou crime de assédio ideológico dentre outros temas afins, pios temas como estes já foram publicados na Revista Gestão Universitária que poderão ser vistos em www.wolmer.pro.br/artigos.htm, e também já foram escritos por excelentes educadores que, são mal vistos por estes políticos corruptos, que tem como objetivo princial um povo cada vez mais alienado.

            Sempre que um educador procura oferecer condições para seus educandos pensarem por sí só, são taxados de subversivos, criminosos de uma lei baseada na miséria de um povo, e assim aconteceu com Paulo Freire e alguns professores que trabalharam com afinco no PNA (Plano Nacional de Alfabetização). Para Freire, a educação é sempre um ato político e por isso, o PNA não era uma luta só contra o analfabetismo, era um resgate a cidadania e a uma educação para democracia, que ao alfabetizar, criava um novo eleitor e o governo via esta educação como uma doutrinação, mas cabe reforçar as falas de Freire ao aduzir que o professor não doutrina, o professor ensina, e cabe aqui uma ressalva que é um ensinar a pensar, um ensinar a ser critico e protagonista de sua própria vida, o que incomoda sempre a elite corrupta.

            O governo militar ciente desta conscientização de um povo, viu no PNA uma subversão e através do DOPs, (Departamento de Ordem Política Social) fez-se um caça as bruxas, com prisões de alguns educadores, exílios de outros, torturas e até mesmo assassinatos, tudo em nome de uma educação alienante e estéril.

            Deste tempo para cá, muitas escolas continuam trabalhando da mesma forma. O que era temido por Freire, continua acontecendo com o ensino bancário e conteudista. O professor continua sendo o que ensina, o centro de todo processo. O importante é o que o professor ensina e não o que o aluno aprende, e nós educadores temos que ensinar a nossos alunos uma total submissão, de acordo com estes políticos que não passam de um câncer social.

            O flagelo da educação brasileira acontece quando fragmentamos o conhecimento, sem trabalhar o lado cognoscente dos alunos. Somos obrigados a ensiná-los um conhecimento inútil, estéril que não fará tanta diferença em sua vida em sociedade.

            Cabe a nós educadores, ser o elo entre o aluno e o conhecimento. Cabe a nós educadores estimular o seu desenvolvimento cognitivo e intelectual, fazendo com que estes, possam universalizar o conhecimento, ligar com os outros conhecimentos, ou seja, sair de um estado micro e passar para um macro. Ter melhor compreensão holística, fazendo-se uso da transdicisplinaridade, o que implica em dizer que precisamos desenvolver em nossos alunos a articulação intelectual, saindo do particular para o universal.

            Para que isso ocorra, faz-se necessário o aluno saber conviver, e o ato de conviver é saber lidar com diferenças seja de cútis, credo, sexistas e sociais, crescendo como ser humano e ser integral que somos.

            Logo, percebe-se que o flagelo da educação brasileira não está nos professores que acham que podem falar qualquer coisa em sala de aula, pois realmente podemos sim, falar o que acreditarmos ser necessário para a criticidade de nossos alunos, para que estes possam romper as amarras da ignorância e alienação.

            O flagelo da educação brasileira está nos políticos que acham que podem instituir absurdos, empurrar inverdades, manipular fatos e esconder verdades.

            Flagelo da educação se chama corrupção.