26/01/2018

O PIBID como estratégia para a Formação Inicial e Continuada de Professores de Química

Resumo

O presente artigo é um recorte das experiências desenvolvidas no subprojeto do Programa de Iniciação a Docência - PIBID/CAPES: “Ressignificando as Práticas Educativas na Formação de Professores de Química”, do Instituto Federal Farroupilha-Campus São Vicente do Sul. Nesse sentido, esse trabalho realiza um relato de experiência das atividades desenvolvidas durante o subprojeto, integrando os diversos saberes da área com a Educação, enfatizando a importância da reflexão/ação na Formação Inicial e Continuada de Professores de Química. O objetivo do subprojeto visa proporcionar ao aluno associar suas vivências com o ambiente escolar e viabilizar interações e ações para o exercício da docência. As ações previstas estiveram articuladas com o Curso de Licenciatura em Química do referido campus.

Palavras-chave: PIBID, Ensino de Química, Formação de Professores.

 

Introdução

 

O subprojeto PIBID intitulado “Ressignificando as práticas educativas na formação de professores de Química” busca refletir sobre as situações de aprendizagem em sala de aula, o contexto no qual a escola está inserida, as formas diversificadas de construção dos saberes, o papel do professor, a significação da pesquisa e em especial o processo de Formação Inicial e Continuada de professores, tanto para os discentes da Licenciatura em Química como para os docentes atuantes na Educação Básica local e regional.

No âmbito do presente subprojeto, é atividade dos bolsistas de iniciação científica a realização do levantamento de dados através de pesquisa, em conjunto com as escolas parceiras, buscando um diagnóstico das potencialidades, características e desafios a serem estruturados nas implementações. Isso direciona a seleção de temas norteadores das ações/implementações realizadas na Educação Básica.

O PIBID/Química/SVS no que se refere a formação docente inicial e continuada objetiva, através de um processo contínuo, a melhoria da sua própria ação discente/docente. Propõe superar o modelo no qual o professor é concebido como mero transmissor de conhecimentos, passando a incorporar a ideia de professor-reflexivo e pesquisador (MALDANER, 2000; SCHNETZLER 2004).

A importância da pesquisa sobre a própria ação docente no ensino é uma maneira dos discentes/docentes aprimorarem sua prática pedagógica em sala de aula, bem como refletirem sobre suas ações no âmbito pedagógico e epistemológico de atuação. O envolvimento do professor em qualquer circunstância de formação, seja ela inicial ou continuada, faz com que a pesquisa seja considerada tanto como princípio formador e como prática da sua ação constitutiva. 

O professor pesquisador conhece a realidade de seu aluno, seu meio, questiona e interage com os educandos e isso requer uma nova postura de ser professor. Mas existe uma maneira específica para que isso seja efetivado? O educador tem que sentir-se engajado tanto no seu papel como na sua função, pois somente assim, partindo de uma revisão de vários discursos, é que ele pode também (re)construir sua prática.

Acredita-se que o educador precisa dar ‘ação’ aos seus conhecimentos, estabelecendo os caminhos, percursos, métodos, mediações e planejamentos a serem desenvolvidos. As propostas de ações do PIBID/Química pretendem provocar reflexões na própria concepção da prática docente, levando a construção de novas situações problematizadoras, que contribuam na melhoria do processo de mediação do ensino e da aprendizagem.

 

Referencial Teórico

 

A necessidade da Formação Inicial e Continuada com enfoque na pesquisa, passa a contemplar aspectos como: propriedade de conteúdos tanto epistemológicos quanto históricos, culturais, além de planejamentos voltados para a construção/reconstrução da prática pedagógica. Como afirma Maldaner (2000),

 

A ideia de professor/pesquisador, que cria/recria a sua profissão no contexto da prática, que procuramos desenvolver coletivamente, permite superar as formas tradicionais de “treinamento em serviço”, cujo os resultados satisfazem, apenas, a quem gosta de grandes números e dados estatísticos e precisa justificar a aplicação de verbas públicas ou de agências internacionais. (p. 391).

 

A importância da pesquisa sobre a ação docente no ensino ultrapassa as barreiras de simples cursos de formação, pois é uma forma dos discentes/docentes aprimorarem sua prática pedagógica na sala de aula, compartilhando os conhecimentos e as metodologias observadas, buscando novas ações desafiadoras. Tanto os licenciandos quanto os docentes, engajados em constantes investigações sobre a realidade educacional, passam a incorporar em sua formação/ação a perspectiva investigativa e reflexiva, de modo com que isso impacte na sua própria prática.

O PIBID como um programa de política pública implantado nos últimos anos pelo governo federal visa melhorar o desempenho dos licenciandos, aproximando-os da realidade educacional brasileira. Investe na formação inicial e continuada de professores, objetivando inovações metodológicas/epistemológicas na construção de educadores com uma visão inovadora, sendo instigados a refletir e pesquisar sobre suas ações escolares.

Conforme afirmam Delizoicov e Angotti (2002) a formação de professores na área de ciências, deve estar voltada a superar as distâncias entre os conteúdos científicos do universo dos alunos, sendo fundamental considerar os conhecimentos prévios adquiridos por esses durante sua vida. Os autores acima referenciados defendem que a aprendizagem divide-se em três momentos: Problematização Inicial, Organização do Conhecimento e Aplicação do Conhecimento, para que os educandos possam compreender e (re)significar os saberes, além de possibilitar ao educador uma maior organização do que será desenvolvido.

Ao professor cabe orientar seus alunos a pensar, ensinar formas de acesso e apropriação do conhecimento elaborado, de modo que ele possa praticá-las automaticamente ao longo de sua vida, além da permanência na escola. (REGO, 2001, p. 108).

Nesse contexto existem muitos pontos ainda em aberto, almejando novas ações/reflexões/contribuições. Espera-se um novo perfil de educadores tendo em vista a realidade em que o Brasil está inserido e as novas perspectivas educacionais. A sala de aula, conforme Machado (1999) deve ser vista como:

 

Espaço de participação em um diálogo: interrogar, escutar, responder, concordar, etc. É participar todo e com toda a sua vida: com os olhos, os lábios, as mãos, a alma, o espírito, com o corpo todo, com as suas ações. É participar desse diálogo, podendo conhecer um certo modo de pensar e de falar do mundo, compreendendo que existem muitos modos de conhecer e de dizer. É se pôr todo na palavra e com essa palavra, entrar no tecido dialógico da existência humana, no simpósio universal. (p. 182).

 

É nesse sentido que nas implementações dos bolsistas de iniciação, busca-se desmistificar a ideia de que a Química trata-se de uma ciência inquestionável, experimental e desvinculada do contexto dos educandos. Por isso, é enfatizada a permanente contextualização, permitindo que a sala de aula seja espaço de diálogo, investigação, mediações e questionamentos, para além do que o conhecimento cartesiano científico das Ciências positivistas do século passado.

 

Objetivos do PIBID/Química/SVS

 

O subprojeto do PIBID/Química/SVS visa proporcionar aos discentes do Curso de Licenciatura em Química, atividades curriculares articuladas com a realidade local, mediadas por temas em discussão, que envolvem práticas docentes, em função da reconstrução do conhecimento químico. Através de ações interativas busca auxiliar na Formação de Professores, desenvolver práticas investigativas e metodológicas permeadas pela pesquisa educacional contemporânea. Sendo assim, pretende:

- buscar parcerias com escolas da rede pública, identificando problemas presentes na prática pedagógica, da área de Química e contribuir com intervenções curriculares nas práticas discente/docentes que orientem para a superação desses;

- despertar o interesse pelo auto aperfeiçoamento contínuo, pela curiosidade e capacidade para estudos extracurriculares individuais ou em grupo, espírito investigativo, criatividade e iniciativa na busca de soluções para questões individuais e coletivas relacionadas com o ensino de química, visando um ensino interdisciplinar como forma de garantir a qualidade do ensino químico;

- valorizar a escola básica como espaço reflexivo para a reconstrução de saberes/conhecimento na formação continuada de professores de Química, contribuindo para a qualificação deste espaço público.

Com base nos objetivos a serem desenvolvidos, o subprojeto PIBID/QUÍMICA/SVS dá ênfase a uma aprendizagem significativa em detrimento ao ensino tradicional, pautado apenas pelas memorizações de fórmulas e conceitos. Para melhor compreensão sobre o PIBID/Química será apresentado, a seguir, o percurso metodológico do subprojeto, que norteia as ações executadas durante sua implementação.

 

Percurso Metodológico

 

O primeiro contato dos discentes/bolsistas do PIBID/Química foi através do reconhecimento tanto do espaço físico das escolas como de seu Projeto-Político-Pedagógico (PPP). As primeiras observações apresentaram caráter investigativo, onde se pretendeu conhecer a realidade e o perfil das escolas e dos educandos que dela fazem parte, para que assim fosse possível direcionar os saberes necessários para a implementação.

O PPP em uma instituição de ensino é primordial porque é através dele que se dá a articulação, tanto do instituinte como do instituído. Nele são deliberadas as finalidades em que se constituem as perspectivas dos segmentos escolares, enfatizando embasamentos éticos no sentido das aprendizagens e articulado com todos os integrantes do meio escolar, de maneira compartilhada, organizada e aberta à capacidade criadora/inovadora e com vontade coletiva.

As ações pautadas pelo projeto procuram formas diferenciadas de apresentar a ciência aos educandos, sempre com base em estudos prévios realizados através de bibliografias variadas. Todas as atividades realizadas pelos bolsistas de iniciação partem de um conhecimento prévio o qual visa estabelecer o perfil dos educandos, bem como seus conhecimentos.

Em um primeiro momento, os bolsistas de iniciação encaminharam um roteiro de entrevista, com a proposta de conhecer o contexto sociocultural dos educandos. A coleta de dados direcionou o tema que foi desenvolvido nas atividades do grupo. Com a escolha do tema em conjunto com os supervisores/bolsistas e coordenadora/bolsista, definiu-se qual conceito ligado à Química seria contemplado, em consonância com a atividade.

Posteriormente, observam-se aulas no Ensino Médio, na disciplina de química, ministradas pelos professores supervisores do subprojeto. Nessas aulas pode-se verificar a metodologia utilizada pelo professor, bem como o envolvimento dos educandos com o tema abordado. Constatou-se que ocorria pouca interação professor/aluno no processo de aprendizagem. As aulas ministradas foram expositivas com pouca relação dialógica, sem levar em conta os conhecimentos prévios dos alunos, no sistema “transmissão/recepção” de conteúdos.

Os bolsistas de iniciação partiram para o estudo e elaboração dos planejamentos, os quais se utilizaram da realidade observada e dos dados levantados, objetivando a contextualização e os Três Momentos Pedagógicos (DELIZOICOV, 2002). Os planejamentos, após a elaboração, foram apresentados na forma de seminários, acarretando modificações que contribuíram na sua melhoria.

Após as considerações feitas durante o seminário, os planos foram implementados nas escolas participantes do subprojeto, contando com o apoio e mediação dos supervisores/bolsistas. Uma das formas de avaliação utilizada nas aulas é a elaboração de relatos escritos, feitos pelos alunos, os quais expressam seu entendimento sobre o assunto abordado. Ao finalizar as implementações, os bolsistas de iniciação relataram os resultados através de seminário, enfatizando os pontos negativos e positivos, bem como sugestões para próximos planejamentos.

A capacidade do educador de estabelecer canais de comunicação entre os conceitos e a realidade no espaço escolar, possibilita a interação dos educandos frente ao desenvolvimento de raciocínios e conclusões. Utilizar dinâmicas na mediação da aprendizagem é uma ferramenta viável para que o professor torne a relação de ensino/aprendizagem atraente, visto que a atualidade exige uma reformulação pedagógica por parte do educador.

 

Propostas Implementadas pelo PIBID/Química/SVS

 

Utilizando-se desse percurso metodológico e da realidade em que as escolas estão inseridas, os alunos/bolsistas do PIBID/Química/SVS foram divididos em dois grupos para participar das atividades em cada escola, as quais nesse trabalho serão identificadas como Escola A e Escola B. Após a observação do contexto escolar, em especial a sala de aula, prosseguiu-se com o roteiro de entrevista em ambas as escolas. Com base nos dados levantados, constatou-se que na Escola A os alunos provinham da zona rural do município e, na escola B eram em sua maioria, oriundos da zona urbana. Em nossa concepção, ambas as escolas necessitariam de um planejamento de ação diferenciado, que levasse em conta suas realidades e peculiaridades sociais.

Dessa forma, partindo das constatações e da orientação dos professores/supervisores, juntamente com o coordenador/bolsista do projeto os alunos/bolsistas desenvolveram em seus planejamentos, assuntos da química, os quais foram relacionados com os dados levantados e a realidade onde a escola estava inserida. Buscou-se construir uma aula contextualizada/dialógica, oportunizando uma participação efetiva dos educandos, nas atividades propostas. Optou-se por desenvolver uma temática que trabalhasse o conteúdo científico aliado às vivências, contextualizando-as, utilizando-se dos Três Momentos Pedagógicos (DELIZOICOV, 2002).

Na Escola A o assunto estipulado foi Reações Orgânicas – com ênfase em ‘Reações de Saponificação’ e na Escola B ‘Acidez e Basicidade’.

O assunto de Reações Orgânicas foi trabalhado a partir da Reação de Saponificação, buscando-se elucidar, através da prática de confecção do sabão caseiro, conteúdos específicos da Química Orgânica, para que os educandos pudessem esclarecer na prática assuntos que antes eram apenas abordados na teoria. Já na Escola B o assunto teve como enfoque a qualidade da água que apresenta característica salobra, no município que serviu de tema para todos os conceitos químicos desenvolvidos posteriormente, sobre acidez e basicidade.

Tendo em vista o comportamento dos educandos frente a essa diferenciada construção de saberes e com base nos relatos elaborados por eles ao fim da implementação, em ambas as escolas, pode-se afirmar que foram agentes no processo de significação do conhecimento, pois compartilharam seus saberes prévios e puderam transformá-los em científicos, dialogicamente, visto que ocorreram discussões permeando as diferentes formas de saber.

 

O diálogo é uma exigência existencial e, se ele é encontro onde se solidarizam o refletir e o agir de seus sujeitos endereçados ao mundo a ser transformado e humanizado, não pode reduzir-se a um ato de depositar idéias de um sujeito no outro, nem tão pouco tornar-se simples trocas de idéias a serem consumidas pelos permutantes. Não é também discussão guerreira, polêmica, entre sujeitos que não aspiram a comprometer-se com a pronúncia do mundo, nem a buscar a verdade, mas impor a sua. (FREIRE, 2004 p.79).

 

Desse modo, a relação dialógica presente na implementação, em ambas as escolas, permitiu aos educandos um processo construtivo do saber, baseado na reflexão e análise do contexto. A elaboração do conhecimento deu-se de forma compartilhada e não impositiva, onde o professor apenas mediou à discussão, proporcionando aos educandos uma autonomia no pensar.

A contextualização é originada dos Parâmetros Curriculares Nacionais – PCNs (BRASIL, 1999) o qual se caracteriza por ter relação com a realidade dos educandos, estimulando dessa forma os alunos a interagirem com o assunto abordado, despertando o interesse e a curiosidade. Dessa forma, realizou-se a transposição de saberes, utilizando diversos recursos como: textos, dinâmicas de grupo e jogos educativos, que contribuíram no processo de aprendizagem, dando real significado aos conhecimentos em estudo.

Em ambas as escolas, a Organização e Aplicação do Conhecimento ocorreram de forma dialogada, dando ênfase a conceitos relacionados à realidade dos aprendizes, que possibilitassem associar o que estava sendo aprendido com as vivências cotidianas de forma a contribuir no entendimento de ações rotineiras. Numa escala geral, sabe-se que reconstruir um conhecimento será significativo se não for utilizado como imposição e verdade absoluta, mas sim no sentido de estabelecer relações científicas e críticas sobre os assuntos trabalhados em aula, e observados no cotidiano. Conforme afirmou o aluno A em seu relato:

 

A aula foi muito boa por ser mais prática do que teórica e nos ensinou coisas simples que fazemos diariamente mas não temos noção de que a química está presente em grande parte do que fazemos no dia-a-dia.

 

Nesse sentindo, a atividade procurou desenvolver nos alunos o saber científico, além de tentar torná-los cidadãos que analisem suas atitudes perante o meio ambiente e a sociedade. A Química passou a ter significado na vida dos educandos, pois deixou de ser tratada como ‘vilã’ que apenas constitui-se de fórmulas e memorizações no ambiente escolar, passando a ser significativa em seu contexto geral tendo em vista o diferenciado modo de tratá-la metodologicamente pelos bolsistas.

 

Considerações finais

 

Na instituição escolar, o aluno interage com o professor numa relação múltipla e peculiar. O ensinar/aprender é explícito para que o educando, diante da tarefa de compreender e/ou reconstruir, receba mediações necessárias do professor. Cabe, nessa relação de alunos/bolsistas e futuros docentes, propor acesso aos conceitos sistematizados ou científicos, construindo dialogicamente com seus alunos formas de raciocínio e problematização através de novos significados.

Os conceitos espontâneos e científicos são construídos quando os indivíduos participam socialmente em falas, atividades e tarefas comuns. A interação do aluno com o novo conceito, a partir da linguagem, deve ser mediada por outro conceito, pois se trata de uma ação dialógica e construtiva.

Quando se afirma que o ensino e a formação de professores deve ser repensada/reconstruída, não significa que a escola produza uma nova História, uma nova Matemática ou uma nova Química, um novo modelo de Ensino, mas sim que a escola (re)construa esses e outros saberes, trabalhando com os processos de mediação didática, capaz de tornar ensináveis e assimiláveis os saberes científicos e/ou eruditos, que anteriormente eram abordados através da linguagem como verdades absolutas.

Deste modo, o referido subprojeto PIBID/Química/SVS contribuiu tanto na Formação Inicial como na Formação Continuada de professores, com objetivo de que sejam sujeitos reflexivos/pesquisadores e busquem saberes a fim de manterem-se atualizados e conectados com os avanços do campo do Ensino de Química e da Educação. Educadores preocupados e abertos a envolverem-se tanto na reestruturação do PPP quanto nas demais atividades que visem melhorias no processo ensino/aprendizagem, demonstram uma nova face do processo educativo ascendente, pois encorajados em perspectivas inovadoras constroem possibilidades de um futuro que prioriza uma educação de qualidade.

O subprojeto ressalta em suas ações, a importância do professor pesquisador, atuante dentro da escola, apresentando possibilidades de gerar mudanças através de pesquisas educacionais e ações direcionadas ao sistema Público de Ensino. A Pesquisa é uma forte aliada, tanto da Formação Inicial de professores como da Continuada, pois através dela é possível tecer uma análise, descrever erros e acertos e planejar novos rumos para a educação.

A valorização da docência é, certamente, uma das ações do PIBID/Química, que aproxima os licenciandos/bolsistas das escolas, possibilitando assim que o futuro docente construa sua identidade desde os primórdios do curso de formação de professores de Química. O contato proporcionado pelo programa PIBID, instituições escolares e cotidiano é de extrema importância e vem ao encontro da modificação no sistema educacional, que prevê um maior contato dos alunos com o mundo e com as problemáticas que se encontram do lado externo dos muros escolares. Esse contato se estabelece através da contextualização e é essencial para a construção de saberes relevantes e significativos.

Referente a essa primeira experiência citada no artigo, os discentes/bolsistas puderam vivenciar o real papel do educador, visto que pode-se transpor os conhecimentos teóricos para a prática, levando em consideração o contexto dos educandos. Além disso, pode-se conhecer a vivência dos professores, compreendendo suas dificuldades e anseios nesse ambiente.

Ressalta-se que esta foi a primeira atividade de vivência em sala de aula pelo grupo do referido subprojeto, porém além das implementações, outras ações são realizadas com diferentes enfoques e metodologias. O grupo PIBID/QUÍMICA/SVS desempenhou ações/implementações em sala de aula durante dois anos destacando-se: Oficinas, seminários, atividades integradas e interdisciplinares.

Haja vista as atividades desenvolvidas pelo subprojeto pode-se considerar a vasta contribuição do programa na Formação Inicial de professores de Química, tanto no que tange o acesso do bolsista de iniciação à docência com a escola de Educação Básica, quanto ao estudo aprofundado de questões epistemológicas, metodológicas e de cunho específico da Química na atualidade.

 

Referências

 

BRASIL. Ministério da Educação, Secretaria de Educação Média e Tecnológica SEMTEC. Parâmetros Curriculares Nacionais para o Ensino Médio. Brasília: MEC/SEMTEC, 1999.

DELIZOICOV, Demétrio; ANGOTTI, José André Peres. Metodologia do Ensino de Ciências. São Paulo: Cortez, 1990.

_____________. PERNAMBUCO, Marta Maria. Ensino de Ciências: fundamentos e métodos. São Paulo: Cortez, 2002.

MACHADO, Andréa Horta. Aula de Química – Discurso e Conhecimento. Ijuí, Unijuí, 1999.

MALDANER, Otávio Aloísio. A Formação inicial e Continuada de professores de Química – Professores/Pesquisadores. Ijuí, UNIJUI, 2000.

_____________. O Professor – Pesquisador: Uma Nova Compreensão do Trabalho Docente. In: Revista Espaços da Escola, nº 31. Editora Unijuí, 1999.

_____________. A pesquisa como perspectiva de formação continuada do professor de Química. In: Química Nova, v. 22, São Paulo, n. 2, março/abril 1999.

REGO, Teresa Cristina. Vygotsky: Uma perspectiva histórico – cultural da educação. 12ª Edição. Petrópolis: Editora Vozes, 2001.

FREIRE, Paulo. Pedagogia da Autonomia: Saberes necessários da prática educativa. 29 ed. São Paulo: Paz e Terra, 2004.

SCHNETZLER, Roseli Pacheco. Contribuições e alertas sobre formação continuada de professores de Química. In: Química Nova na Escola. São Paulo, n. 16, p. 15-20, 2002.

_____________. A pesquisa no ensino de Química e a importância da Química Nova na Escola. In: Química Nova na Escola. São Paulo, n. 20, p. 49-54, 2004.

_____________. A pesquisa em ensino de Química no Brasil: Conquistas e perspectivas. In: Química Nova. São Paulo, Edição Especial p. 142-152, 2004.

 

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