30/09/2015

O que contam do Brasil!

 

Estamos em crise? Se considerarmos a redução do ritmo de crescimento econômico, o risco da perda de emprego, a crescimento da inflação, de fato estamos em crise. Isto é preocupante. Mas houve um tempo do tempo em que os preços das mercadorias mudavam num intervalo de horas, por isso era preciso estocar alimentos, a inflação aproximava-se dos três dígitos, a recessão era rotineira. Isto também era crise.

Somos uma democracia? Se considerarmos o fato de que a cada tempo nos encontramos diante das urnas depositando votos e de que temos a sensação de liberdade de expressão, pensamento e raciocínio, somos uma grande democracia. Porém se considerarmos que somos uma massa guiada pelos interesses de algumas famílias que dominam a mídia nacional, propagando dogmas políticos e econômicos quase incontestáveis, seja pela falta de quem os contraponha ou de espaços para isso, então há dúvidas quanto ao estágio democrático em que nos situamos.

Somos um país de inteligentes e ignorantes? Dizem os analistas de plantão, também denominados de “qualificados” que uma massa de ignorantes sustentados por programas socais elegeu Dilma e que agora, convencidos pelos inteligentes percebem que ela não sabe governar. Não é a “gerentona” de que tanto se falou. De fato nesta perspectiva somos uma nação formada por inteligentes e ignorantes. Porém se considerarmos que o conceito de “gerentona” e a concepção de que Dilma não sabe governar provém da mídia dogmática, não há que se falar muito em inteligentes e ignorantes. Talvez seja mais prudente falar em pessoas bem e mal convencidas.

Estamos diante de um ciclo político em fase terminal? Se considerarmos que  tanto o governo quanto a oposição não conseguem propor uma alternativa inovadora e corajosa para o futuro, da fato o ciclo está em fase de conclusão. Porém se reconhecermos que estabilidade econômica e distribuição de renda, são parte de um processo de consolidação de uma nação cidadã, pode-se dizer que estamos num processo político em franca evolução. Um processo, no qual o melancólico clássico PT x PSDB, é muito pequeno diante das ambições a que toda a nação tem direito.

O fato é que contam coisas para convencer sobre certas verdades e sutilmente ignoram a capacidade pensante inerente a todo o ser humano. Nas manifestações “populares” que tomam as ruas de tempos em tempos há um grande contingente de pessoas bem intencionadas, que pelo que lhe contam, há apenas duas opções: ficar como está ou voltar ao passado. Mas será que é só isso mesmo?

Esta história parece muito mal contada. Não seria o momento de nos desafiarmos ainda mais. Depois de estabilizar a economia e redistribuir renda, não seria o momento promover uma grande revolução, garantindo a todos os brasileiros uma formação capaz de “ler” o Brasil como ele realmente é? Adotar um modelo econômico ecológica e socialmente viável, onde todos possam garantir dignidade à suas vidas? Endireitar o Brasil optando por uma saída pela esquerda?

Contam que isso parece impossível! Será impossível até que alguém (ou muitos), desafiados pela crise, ignorem certos dogmas e alarguem ainda mais o ciclo e saiam às ruas em nome de si mesmos. Então se contará uma nova história sobre o Brasil. Uma história na perspectiva dos historicamente derrotados!

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