23/02/2017

Oximoro da Educação

Por Wolmer Ricardo Tavares – Mestre em Educação e Sociedade, Escritor, Palestrante, Articulista, Colunista, Docente, Consultor de Projetos Educacionais e Gestão do Conhecimento na Educação – www.wolmer.pro.br

 

            É uma palavra que exprime conceitos contrários como “lúcida loucura”, “sábia ignorância” ou seja, essa palavra trabalha com significados opostos representando sarcasmo ou ironia e é a palavra ideal para utilizarmos na definição de nossa educação pública.

            Harari ressalta em seu  livro Sapiens, uma breve história da humanidade, publicado pela L&PM em 2016, que assim como dinheiro gera dinheiro, pobreza gera pobreza, ignorância gera ignorância. Os que foram vítimas da história uma vez tendem a ser vitimados novamente e em contrapartida, aqueles que a história privilegiou, tendem a ser privilegiados novamente.

            Será que isso se trata de uma ficção ou é realmente um fato? São vários textos publicados pela Revista Gestão Universitária em que eu trato do mesmo assunto, como Educação: da Exclusão a Inclusão publicado dia 20/02/2017; Educação Pública Brasileira e os Focinhos de Porcos publicado em 23/01/2017; APAE: O Braço da Inclusão Social publicado em 18/01/2017; Escolas e Presídios publicado em 10/01/2017 dentre outros publicados ainda neste ano que faço menção sobre fatos históricos e outros publicados em anos anteriores.

            É relevante perceber que educação não é ficção e que não cabe aplicar oximoro. Imagine falarmos “a libertadora alienante da educação”, ou até mesmo “criticidade e domesticação subalterna da educação pública?".

            A educação de acordo com Freire em seu livro Educação como Prática da Liberdade publicado pela editora Paz e Terra em 1980 deve almejar os anseios de liberdade e justiça social, em busca de uma transformação social exigindo reflexão e ação, entretanto cabe aqui o seguinte questionamento:  a atual educação pública tem implicado nisso?

            Vamos além ao citar Dalben e Castro no livro A relação pedagógica no processo escolar: sentidos e significados, publicado pela UFMG em 2010. Para as autoras, a sociedade não oferece condições equânimes de cidadania, logo, caberá a escola não legitimar esta distorção, mas será que isso tem ocorrido com as instituições de ensino público?

            Não existe este sedimento entre as escolas? Porque a discrepância então entre as escolas públicas e privadas?

            Realmente a educação pública está cheia de oximoros e depende a sociedade sair desse vício e dar apenas um sentido, ou seja, equalizar a educação para que todos tenham a mesma oportunidade e possam alçar vôos construindo seus sonhos alicerçados pela pedra da dignidade, transformando assim a sua realidade e tendo uma perspectiva mais otimista quanto as suas vidas.

            Caso continuemos com os Oximoros, estaremos fadados a trabalhar como Sísifo, com um trabalho rotineiro e cansativo e que nunca se colherá o fruto deste. Sejamos como a Gaivota Capelo Gaivota para alçar nossos próprios vôos e buscarmos a nossa felicidade e realização.

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