Paulo Freire: Ícone da Educação
Por Wolmer Ricardo Tavares – Mestre em Educação e Sociedade – www.wolmer.pro.br
O Estado tem feito de bom grado para os corruptos, o uso da máquina com nunciopolíticas, subornos e agora, adulterações de informações com o intuito de mudar o rumo da história da educação brasileira.
Este Estado usurpador que usa como se fosse uma prática normal o ato de enganar e roubar, faz jus a sua índole, e manda adulterar a história de um cidadão que tanto lutou por uma educação de qualidade. Cidadão este que foi reconhecido mundialmente, que recebeu 29 títulos de Doutor Honoris Causa de universidades da América e Europa, dentre vários prêmios como Educadores Cristãos, Educadores para Paz e foi a primeira pessoa a receber o prêmio King Baudouin International Development Prize. Tal prêmio tem como objetivo o reconhecimento quanto a contribuição duradoura para justiça, democracia e respeito à diversidade, e demonstra que a pessoa que o recebeu teve como objetivo servir a sociedade e quanto a isso, Freire se dedicou com afinco esmero.
Paulo Freire foi e continua sendo para nós educadores um exemplo de profissional que tanto lutou pela autonomia de seu educando, trabalhando a Pedagogia do Autonomia, mas hoje é visto por este governo facista como um educador marxista.
Para Freire, o simples fato de duvidar das certezas era a melhor maneira de se pensar e por isso se faz mister o método dialógico, pois o diálogo é indispensável ao ato cognoscente.
Para este ícone, o futuro não é inexorável. Não existe um determinismo, pois através de uma cidadania crítica bem trabalhada em suas obras, o indivíduo se faz na história e essa feitura, não está limitada a um determinismo. Este cidadão se faz cada vez mais protagonista de sua vida.
Este governo facista, usurpador e ilegítimo, oficializado por uma elite corrupta e corruptora, com auxílio de uma mídia manipuladora, está enfraquecendo ainda mais o sistema educacional já tão combalido. Estão roubando a dignidade dos educadores com base em falácias.
Freire em vida, foi perseguido pelo governo militar e preso em 1964, só porque o seu método de alfabetização representava uma verdadeira ameaça aos interesses da elite, e hoje, a sua pedagogia da autonomia e o desenvolvimento da cidadania crítica, continuam sendo uma ameaça a esta mesma elite, logo, o governo facínora tenta colocá-lo no ostracismo.
Não adiantará nada estereotipá-lo de marxisista, pois os verdadeiros educadores sabem que ele apenas nos norteou para uma educação de qualidade, nos mostrou que precisamos contextualizar nossos alunos com suas histórias enquanto sujeitos, para que assim possam alçar os altos vôos da liberdade.
Freire deixa claro que a luta contra a desigualdade não é para eliminar as diferenças, e ele nunca viu a igualdade como sinônimo de heterogeneidade.
Este ato execrável deste governo vil, faz valer a fala de Freire em seu livro Pedagogia da Autonomia, o qual o mesmo diz: "Não junto a minha voz as do que, falando em paz, pedem aos oprimidos, aos esfarrapados do mundo, a sua resignação. Minha voz tem outra semântica, tem outra música. Falo da resistência, da indignação, da “justa ira” dos traídos e dos enganados. Do seu direito e do seu dever de rebelar-se contra as transgressões éticas de que são vitimas cada vez mais sofridas".
A semântica aqui está para a transgressão ética deste governo, transgressão por manipular a biografia de um educador de peso mundial, transgressão por usar de uma arbitraridade e manipular tudo e todos.
Freire mostrou a todos nós educadores a importância do "falar com", pois antes era um "falar a" e um "falar para" mediante um discurso manipulador, fazendo-se valer da consciência transitiva critica, pois de acordo com Freire, o existir humanamente é pronunciar o mundo, é modificá-lo.
Freire nunca foi ideologizador como é afirmado por muitos néscios, foi apenas um educador, sonhador e articulador de uma educação de qualidade para uma classe tão sofrida que é a do povo brasileiro.