27/11/2020

Pedagogia da Delicadeza e Gestão Afetiva

Por Wolmer Ricardo Tavares – Mestre em Educação e Sociedade, Escritor, Palestrante e Docente – www.wolmer.pro.br

 

A pedagogia da delicadeza nos remete ao livro Gestão Afetiva: Sistema Educacional e Propostas Gerenciais publicado pela WAK em 2020, já que torna-se difícil sem afetividade e amor pelo que faz e por quem faz, proporcionar uma educação de qualidade, principalmente nas series inicias que são representadas pela educação infantil e ensino fundamental I.

Almeida elucida em seu livro Pedagogia da Delicadeza, publicado pela WAK em 2014 que esta pedagogia visa enxergar as potencialidades de seus alunos além de suas potencialidades intelectuais. Para este autor, a delicadeza encontra-se também na capacidade de ouvir, o que é supracitado no livro Gestão Afetiva e denominado de escuta pedagógica. 

Como ressaltado no livro Gestão Afetiva, "uma criança para aprender, ela precisa criar um vínculo com a professora e uma forma de isto ocorrer será através da escuta pedagógica, isso porque as demandas efetivas, físicas, sociais e cognitivas não se excluem, mas coexistem". Dito isso, podemos complementar ainda que "a escuta pedagógica auxiliará o professor a desenvolver em seu aluno a autoestima e a acreditar em si mesmo."

Para Almeida quando se aplica a pedagogia da delicadeza, possibilita um resgate daquilo que a escola perdeu que foi a importância da relação afetiva ao substituir o domínio cego e inócuo de conteúdos e conceitos estéreis bem como outros saberes institucionalizados e manipulados por um sistema educacional falho e manipulável.

Interessante observar as informações do livro Gestão Afetiva supracitado acima que a "afetividade é importante para o processo de ensino-aprendizagem, mas precisa contar com a tríade que é professor/família/aluno, isso porque a aprendizagem passa pela emoção".

Souza em seu livro Introdução a Sociologia da Educação, publicado pela Autêntica em 2007, cita Forquini (1993) quando ressalta a pedagogia cínica e infelizmente nosso sistema educacional trabalha mediante esta pedagogia que manipula de forma consciente e mentirosa.

Para o autor, ninguém pode ensinar de forma verdadeira e válida se esta mesma não for considerada por quem ensina como verdadeiramente válida aos próprios olhos.

A pedagogia da delicadeza diverge da pedagogia dos dominantes que se baseia em discursos tendo o educador com centro de tudo e o dono de uma verdade baseado em falácias. Esta pedagogia é muito ressaltado por Freire em seu livro Pedagogia da Autonomia: Saberes Necessários à Prática Educativa, publicado pela Paz e Terra em 1996.

Pode-se observar que a pedagogia da delicadeza e a gestão afetiva aflui com as Propostas Freireanas, uma vez que elas convergem com a pedagogia do oprimido, trabalhando nosso educando para que o mesmo seja mais humanizado e torná-lo uma presença no mundo, com o mundo e com os outros.

Dito isso, torna-se perceptível o quão difícil separar a afetividade da aprendizagem e quando isso acontece, esta aprendizagem fica inócua na vida do educando para a sua formação como ser integral que perpassa pela capacidade física, intelectual e moral sem perder o foco na formação de habilidades e concomitância no caráter, personalidade social e humanismo.

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