15/12/2015

Policiais: Marionetes dos Podres Poderes

            A força policial se mostra ativa não só contra os professores no Rio de Janeiro e Paraná, mas também contra os educandos em São Paulo.

            Isso apenas mostra a incompetência de governadores que deveriam defender a vontade do povo e não a sua própria, para manter-se no poder e perpetuar o câncer a inundar toda a sociedade.

            A polícia se faz altiva e truculenta contra educadores e não bastando, contra educandos.

            Sua arrogância é tão pedante, que a aplica em pessoas indefesas, que usam como arma o conhecimento e a sentido de cidadania, recursos inúteis para governos inescrupulosos e nefastos.

            A polícia poderia usar toda essa truculência contra os traficantes e corruptos, mas para quê? Isso poderia refletir em seu saldo no fim do mês, ou gerar um conflito com quem nada tem a perder.

            Estes policiais que fazem uso dessa força desnecessária, são os verdadeiros covardes e não são dignos de vestir uma farda para defender a sociedade, pois eles, nada estão defendendo senão a vontade de um débil governo, a fazer valer sua arbitrariedade.

            A educação deve ser libertadora e levar o educando a uma criticidade, protagonismo e cidadania, embora poucos alcancem este estado, estes quando fazem uso do aprendizado, são calados por socos, cassetetes e mata leões, tudo amparado pelo Estado.

            Evitei escrever na primeira pessoa, mas não tive como fugir, porque isso fez-me lembrar de minha remota infância, e uma das profissões que eu queria ser depois de gari para poder andar na carroceria de um caminhão, era ser Policial Militar.

            Meu pai, me chamava atenção, e me falava “você teria coragem de bater ou prender seu próprio pai?”

            Obviamente, eu nada entendia, pois eu era criança e pensava como criança. Porque bateria em meu pai? Aí está a resposta. Não precisamos ser conhecedores da história para sabermos do que é capaz um regime autoritário. Claro que ele conheceu de perto a ditadura, e acredito que pior que um regime autoritário, é um regime autoritário camuflado de democrático, onde as vozes são emudecidas de forma sigilosa.

 

            Infelizmente, sinto-me incapaz perante este sistema corruptor em que um secretário de Educação se deixa levar por um genocídio da educação e de tudo aquilo que ela poderia propor, como uma simples cidadania.

            Fico a divagar sobre as falas de Giles (1983) quando aduz que “compete ao processo educativo levar o educando ao nível da crítica avaliativa”, mas que crítica é essa que estes educandos não podem manifestar? Isso só reforça os pensamentos de Durkheim quando dizia que a educação era tão boa que os indivíduos se sujeitavam a submissão total, e é isso que os governadores querem. Eles querem oferecer esta “educação boa”. Eles querem a mais pura e ingênua submissão, reforçando o que temia Freire quanto a pedagogia dos dominantes.

            Estes governos são covardes porque mostram suas forças nas pessoas que não se defendem com as mesmas armas, mas com livros e conhecimentos. Covardes porque aniquilam a dignidade, humilhando o ser, como visto em São Paulo, policiais truculentos arrastando jovens humilhados e doloridos por golpes injustos.

            São covardes porque temem enfrentar os verdadeiros bandidos, e os deixam dominar bairros e famílias, ao invés de direcionar toda essa brutalidade a quem é realmente se faz merecedor, e usam argumentos de que nada podem fazer devido a lei.

            Parabéns aos educadores que ensinaram realmente o que é educação a estes jovens e parabéns em especial, a estes jovens que souberam fazer o uso desta educação protagonista, e não se calaram e nem se calarão diante de um governo néscio e inescrupuloso.

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