27/03/2017

Política brasileira aumentando a Pobreza Social e a Pobreza Biológica

Por Wolmer Ricardo Tavares – Mestre em Educação e Sociedade, Escritor, Palestrante, Articulista, Colunista, Docente, Consultor de Projetos Educacionais e Gestão do Conhecimento na Educação – www.wolmer.pro.br

 

            A música tem também a função de contextualizar o presente, como o caso da música cantada por Gilberto Gil conhecida como Não chores mais. Nesta música tem uma frase que contextualizava a realidade brasileira para reprimir movimentos políticos e sociais que divergiam de quem estava no poder. Esta ordem era mantida pelo DOPS, que significava Departamento de Ordem Política e Social e a música dizia "Observando hipócritas, disfarçados, rondando ao redor", pois policiais a paisano observando grupinhos de pessoas ou se infiltrando entre eles para buscar informações de quem era quem, para depois, prendê-los, o que é também ressaltado pela música na letra "amigos presos, amigos sumindo assim, pra nunca mais".

            Hoje, os hipócritas não estão mais disfarçados, estão todos no Senado, Palácio do Governo e Câmaras, e são hipócritas por se passarem de bons moços, mas que tomam as decisões na "calada da noite" para enfraquecer ou anular qualquer manifesto público.

            São corruptos em sua maioria, reclamando dos manifestos e fazendo uma infeliz analogia com o holocausto, se comparando a judeus perseguidos por nazistas, a denúncias levianas bruxarias na época da inquisição em que as mesmas pessoas denunciadas eram simplesmente queimadas.

            São analogias infelizes de alguém sujo e marcado pela corrupção. São analogias de ladrões querendo se passar por vítimas de uma sociedade que cansou de esperar pela esperança.

            Harari em seu livro uma breve história da humanidade, em sua 18 ed., publicado pela editora L&PM em 2016, narra que temos dois tipos de pobrezas, a pobreza social que nega a algumas pessoas as oportunidades oferecidas a outras, e a pobreza biológica que põe em risco a integridade física, pondo em risco a própria vida do indivíduo por falta de dinheiro e abrigo, jogando-o no risco social.

            O autor alerta que em muitos países desenvolvidos esta pobreza biológica é coisa do passado, mas se analisarmos, o Brasil não faz parte destes países, e ambas pobrezas estão aumentando cada vez mais nos últimos tempos, e segundo Souza em seu livro Introdução a Sociologia da Educação, publicado pela Editora Autêntica no ano de 2007, isso se dá devido a miséria dos trabalhadores, o aviltamento das condições de trabalho e a alienação.

            Demo no seu livro Saber Pensar publicado pela Editora Cortez em 2000 que a miséria biológica é inventada e imposta e para superar isso, não basta dar comida, mas é essencial oferecer condições de prover o próprio sustento, ou seja, minimizar ou erradicar a pobreza social.

            O autor sintetiza sua fala ao afirmar que a ignorância passou a ser o centro da pobreza, pois para ele pobre é quem não sabe ou é coibido de saber que é pobre e se sentir privado de construir as próprias oportunidades.

            Assim tem caminhado nosso Gigante marcado pelas marcas da corrupção que deixarão feridas difíceis de cicatrizarem.

            A história tem se repetido e segundo Harari qualquer tentativa de ir além de nossas limitações implica em frustrações e desastres, assim aconteceu com a Torre de Babel, a história de Ícaro e a História de Golem dentre muitas outras histórias.

            Precisamos continuar apontando o dedo para a ferida do país que se chama corrupção e que é representada pelos piores ladrões. Não se fala aqui da máfia, do tráfico ou de qualquer outra infração que é penalizada pela lei. Fala-se da corrupção que nada se faz para resolvê-la porque os piores ladrões são os que criam a lei para se beneficiarem da mesma, ou se inserem neste seleto grupo de corruptores a manipular tudo e todos.

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