Política do Governo de Bolsas Sociais agora também na qualificação profissional-Quem é que está ganhando com isso?
O Partido dos trabalhadores no final do Governo da Presidenta Dilma Rosseff terá permanecido por 12 anos no poder e conforme os cenários que vão se montando e as estratégias que se seguem há uma grande possibilidade que a dinastia Petista siga até os 16 anos.
Depois de bolsa disso e daquilo o governo também pretende conceder 75 mil bolsas de estudo no exterior até 2014. Sem falar que R$ 1 bilhão será investido, ainda este ano, para concessão de bolsas e para o financiamento de cursos de educação profissional, através do Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec).
A grande clientela do Pronatec, conforme declaração da própria Presidente é para aqueles que já recebem o Bolsa Família e diga-se de passagem, isso é uma tremenda piada ou estão nos tirando para bobos. É verdade que em muitas localidades do Brasil o Bolsa Família age com a dignidade quando idealizado pelo Betinho, mas em sua totalidade é estimulo ao conformismo, ao paternalismo e as velhas técnicas de voto de cabresto. Segue apenas um dos muitos casos que você já deve ter ouvido e que não nos deixam mentir. Após costureiras do Ceará passarem por curso de capacitação com investimentos do Governo, quer dizer, nosso dinheiro, afirmou com pesar, o diretor do Sinditêxtil: todas as costureiras, por estarem incluídas no Bolsa Família, se negaram a trabalhar com carteira assinada. Para todas as 500 costureiras que fizeram o curso, o Bolsa Família é um benefício que não pode ser perdido.
Se não fosse dramático, seria cômico. No Rio Grande do Sul existe a LIC -a Lei de Incentivo a Cultura. Para o país, o mecanismo de incentivos fiscais da Lei n° 8.313/1991 (Lei Rouanet) é uma forma de estimular o apoio da iniciativa privada ao setor cultural. Qual é o impedimento que se crie algo do tipo como LIEP (Lei de Incentivo a Educação Profissional )? Mecanismos de incentivos fiscais que estimulassem as empresas a fomentarem projetos “in company” com intuito, inclusive de erradicar o analfabetismo funcional e digital que é avassalador neste país. Mas não, as estratégias do governo, parecem muito mais inclinadas a permanecer no governo, do que realmente produzir capacitação profissional. Do total de 3,5 milhões de trabalhadores que o governo espera capacitar em quatro anos, estima-se que 200 mil virão do Bolsa Família.
O economista e especialista em educação Claudio de Moura Castro faz uma análise muito contundente e que merece pararmos para pensar sobre como é equivocada essa proposta do Ministério da Educação (MEC) de integrar o ensino médio ao técnico. Conforme o pesquisador e que é autor de vários livros e artigos sobre o assunto e considerado um dos maiores estudiosos sobre educação no Brasil o PRONATEC na verdade vai na contra-mão da história, história que já identificou em outros momentos que essa integração não deu certo. Nem produziu bons técnicos e desqualificou o ensino médio. Em outra ressalva do economista ele bate exatamente onde queremos chegar. Diz o especialista, o ensino técnico tem um custo elevado. "São escolas muito caras, têm quase custo de universidade federal, que, por sua vez, custam o mesmo que a média da Europa. Não há recursos para a expansão que seria desejável no setor público." Quem é que vai ganhar com uma qualificação profissional que não corresponde às competências do mercado? Que a empresa na hora de contratar terá que re-capacitar?
Se o Governo estivesse menos preocupado em política e mais em Gestão de pessoas seria aconselhável que seguisse entre outros ensinamentos os de Peter Drucker: “Para alcançar resultados, os gestores devem explorar oportunidades, no entanto na maioria das empresas, os profissionais passam boa parte do tempo apagando incêndios, em vez de buscar novas oportunidades que podem se tornar o próximo negócio lucrativo”. A nosso ver o mais lucrativo nesse momento para o país é que não tenhamos mais uma bolsa social que nos passe a perna.
É claro que muitas pessoas deixarão de ser atendidas. Quem desejar formação técnica irá pagar novamente, como o caso da saúde, dos pedágios dentre outros. E como buscarão esta certificação? Sim o que temos hoje é certificação, conhecimento acontecerá depois com o sacrifício dos novos profissionais e das empresas que pagarão janela. Certamente a política social passa por dificuldades enquanto a população compra certificados de empresários que compram espaço na mídia, novamente com seu suor, impostos, tributos e é claro tempo jogado fora, que é o mesmo que jogar dinheiro pela.
Vejam quem ocupa 90 % das mídias!
Pensar é o início da mudança, um pensar pelo social, um pensar fluido.