18/11/2023

Poluição Ambiental Visual e Sonora: Impactos e Consequências

Sonora

Beatriz Georgia da Silva Lopes, Bruna Monique Barbosa Amorim e Magelly Silva de Jesus

Poluição Ambiental: Profª  Elenir Souza Santos Rocha

Poluição Visual e Sonora

A poluição pode ser caracterizada como a formação excessiva de resíduos sólidos, líquidos ou gasosos, que muitas vezes entram na natureza sem cautela e podem causar extensas alterações ambientais. Dessa forma, a poluição também pode ser entendida como uma alteração no equilíbrio ecológico que ocorre através da poluição ambiental. Existem muitos poluentes diferentes e suas principais fontes são as indústrias, veículos automotores, queimadas e fenômenos da natureza, tais como vulcanismo e ação dos ventos, que acabam gerando alterações na atmosfera, água e solo, no país e especialmente nas cidades.

A poluição é resultado de estilos de vida de consumo criados pelo homem. Além dos tipos de poluição mencionados, a poluição sonora e visual também tem um efeito negativo, causando sérios problemas nos grandes centros urbanos do país. Seja por meio de banners, outdoors, cartazes, telas de led, além disso, há também outras formas de poluir o ambiente visualmente, como grandes fiações expostas, lixo acumulado nos espaços, construções em andamento ou sem manutenção, pichações, grafites, locais com acúmulo de objetos etc.

Todos esses elementos, além de responsáveis pela poluição (que muitas vezes não é somente visual), causam também o efeito contrário do embelezamento das grandes cidades, tornando-as desvalorizadas e carregadas com o excesso de informações. Além disso, a poluição visual pode distrair motoristas e pedestres, aumentando o risco de acidentes de trânsito. Letreiros luminosos brilhantes, por exemplo, podem ofuscar a visão noturna e dificultar a orientação nas estradas. Isso representa um risco à segurança pública, juntamente a instalação de outdoors, cartazes e outras estruturas, requer frequentemente o corte de árvores e a destruição da vegetação, afetando a biodiversidade e contribuindo para a degradação ambiental, gerando impactos ambientais.

Apesar dos muitos problemas gerados pela poluição visual, geralmente nenhuma providência é tomada para resolver este problema. Um dos motivos é que muitas vezes os próprios moradores desconhecem os danos e interferências causados por esses processos. Ao contrário de outros tipos de poluição, como o ar, a água, o solo e o ruído, que causam problemas visíveis, a poluição visual causa distúrbios, especialmente distúrbios psicológicos, que muitas vezes são ignorados pelo público, ou até mesmo desconhecidos.

Para lidar com a poluição visual, algumas cidades implementaram regulamentações mais rigorosas em relação à publicidade externa, limitando o tamanho e o número de anúncios permitidos em determinadas áreas. Como a Lei da Cidade Limpa (Lei Municipal n.º 14.223/2006) a qual é uma legislação implementada em São Paulo, em 2007, e regulamentada pelo Decreto Municipal n.º 48.048/2006, cujo objetivo é melhorar a publicidade na cidade e reduzir a poluição visual. 

Esta lei estabelece regras para veiculação de anúncios em locais públicos e privados, como fachadas de edifícios, outdoors, totens e outros suportes publicitários. Entre as principais regras estão a proibição de publicidade em locais como postes, árvores, pontes, calçadas e viadutos, e limites ao tamanho e quantidade de publicidade em fachadas de edifícios e espaços privados visíveis a partir de espaços públicos. Foi uma iniciativa pioneira no Brasil e inspirou outras cidades do país a adotarem leis semelhantes para controlar a poluição visual e melhorar suas paisagens urbanas.

Em relação a “poluição sonora”, é o termo utilizado para descrever o excesso de ruído indesejado e perturbador em um ambiente, muitas vezes causado por atividades humanas e fontes de ruído excessivo. As fontes de poluição sonora podem incluir tráfego rodoviário, ferroviário e aéreo, construção civil, indústrias, entretenimento noturno, eventos esportivos, festas barulhentas, sistemas de som de carros, alarmes e muito mais. 

O som é a sensação auditiva que o ouvido humano consegue detectar, sendo definido como a compressão mecânica ou onda mecânica que se propaga em algum meio. Sons de qualquer natureza podem se tornar prejudiciais à saúde quando emitidos em grande volume, ou seja, elevada intensidade. O termo “ruído”, nesse contexto, é um barulho, som ou poluição sonora não desejada que pode prejudicar a percepção de um sinal ou gerar desconforto.

O ruído sonoro é um som que prejudica a comunicação, constituído por um número alto de vibrações acústicas com uma amplitude e fase muito alta, elevando sua pressão sonora, o que é bastante prejudicial aos seres vivos. A nocividade da emissão de ruídos está relacionada a essa pressão sonora, sua direção, tempo de exposição e a suscetibilidade individual, em que cada pessoa possui uma sensibilidade a sons intensos.

Os sons são captados pelo ouvido de forma mecânica e decodificados pelo sistema nervoso. No final do conduto auditivo, há uma membrana (tímpano) que vibra conforme a intensidade e a frequência do som. Por sua vez, as vibrações do tímpano se transmitem a um grupo de pequenos ossículos articulados que se localizam no ouvido médio. O movimento desses ossículos permite a passagem do som do ouvido externo para o interno.

Quando as células nervosas detectam sons muito intensos, elas enviam sinais para os músculos tensores, que se contraem. Os movimentos dos ossículos são dificultados, reduzindo a transmissão do som. A exposição à poluição sonora pode causar diferentes efeitos negativos na saúde do ser humano, tanto no campo físico quanto no mental.

Os ruídos sonoros, especialmente quando são altos e persistentes, podem ter um impacto significativo no bem-estar psicológico das pessoas. A exposição constante a ruídos indesejados e perturbadores pode desencadear uma resposta de estresse no corpo, estresse crônico relacionado ao ruído pode levar a problemas de saúde mental, como ansiedade e depressão. Em casos de pessoas que já sofrem de problemas de saúde mental, podem experimentar uma piora dos sintomas quando expostas a ruídos sonoros constantes.

A poluição sonora também tem impactos sociais e econômicos. Pode afetar negativamente a produtividade no trabalho, prejudicar o desempenho escolar e diminuir o valor de propriedades imobiliárias em áreas ruidosas. Além disso, o excesso de ruído pode prejudicar as relações interpessoais e a qualidade de vida em áreas urbanas. Ademais, quando o indivíduo está submetido a intensidades sonoras, constantemente pode ocasionar perda da audição e do sono, distúrbios neurológicos e funcionais no corpo humano, principalmente quando estes indivíduos se localizam nos grandes centros urbanos. 

Consoante a Organização Mundial de Saúde (OMS), qualquer som que ultrapasse o valor de 50 decibéis pode ser considerado nocivo à saúde. Acima dos 65 dB os indivíduos apresentam colesterol elevado, imunidade baixa e aumento dos índices de morfina, podendo torná-lo quimicamente dependente do cigarro, por exemplo, e de qualquer outro tipo de droga. Conforme estudo da Universidade de Harvard, o barulho em excesso também pode agir como uma droga, fazendo com que as pessoas fiquem na dependência dos ruídos. Eles liberam substâncias excitantes no cérebro, como fazem o ópio e a heroína, geram prazer e tornam a pessoa viciada nos ruídos. É uma dependência que pode resultar em agitação e depressão, interferindo em sua capacidade de reflexão e concentração mais profunda. 

Para os valores que ultrapassam os 70 dB as consequências são ainda piores, tendo incidências de zumbidos, tontura, e aumentando também as chances de infarto. Além de começar a afetar as estruturas de audição, levando, progressivamente, a perdas auditivas e podendo chegar a surdez caso a pessoa fique sujeita diariamente, durante 8 horas seguidas, a sons com intensidade superior a 85 decibéis. Já ruído de 140 dB pode destruir totalmente o tímpano.

Além disso, a poluição sonora prejudica o meio ambiente. Muitas espécies de animais, como aves e mamíferos, são afetadas pela exposição a níveis elevados de ruído, o que pode afetar suas rotas de migração, comunicação e comportamento reprodutivo. Já no caso das plantas, o volume excessivo de ruídos atrapalha o seu crescimento por conta dos tremores causados pelas ondas sonoras, que as fazem perder água. Ecossistemas naturais também podem ser perturbadas pela poluição sonora, levando à diminuição da biodiversidade. 

Diante do exposto, poluição sonora e visual é classificada como crime ambiental quando causa danos à saúde humana e requer cuidados, pois mesmo que as pessoas pertencentes a uma determinada área tenham consciência da presença da poluição, devem ter cuidado e tentar evitar suas consequências. Dessa forma, percebe-se que a exposição diária à poluição sonora e visual pode causar sérios problemas de saúde ao ser humano, como distúrbios neurológicos, psicológicos, físicos e cardíacos.

Referências bibliográficas

Organização Mundial da Saúde considera a poluição sonora, um problema de saúde pública. Disponível em: https://www.proacustica.org.br/publicacoes/reportagens/oms-considera-poluicao-sonora-problema-de-saude-publica/. Acesso em: 25 de outubro de 2023;

LACERDA, Adriana Bender Moreira de. et al. Ambiente urbano e percepção da poluição sonora.Ambiente & Sociedade, Campinas, vol.8, n.2, p. 85-98, 2005. Disponível em:https://www.scielo.br/j/asoc/a/KKRbk6V8mFqfqNkChqmPWYJ/?format=pdf&lang=pt. Acesso em 25 de outubro de 2023;

Poluentes. Instituto Nacional de Câncer - INCA. Disponível em: https://www.gov.br/inca/pt-br/assuntos/causas-e-prevencao-do-cancer/exposicao-no-trabalho-e-no-ambiente/poluentes. Acesso em: 27 de outubro de 2023;

Você sabe o que é poluição sonora? Disponível em: https://sudema.pb.gov.br/noticias/voce-sabe-o-que-e-poluicao-sonora. Acesso em 27 de outubro de 2023;

Lei da Cidade Limpa: você já ouviu falar dela? Disponível em: https://propertymanagement.com.br/lei-da-cidade-limpa-voce-ja-ouviu-falar-dela/. Acesso em 28 de outubro de 2023;

 

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