06/04/2016

Por uma Revolução na Educação

            Em uma entrevista concedida pelo Senador Cristovam Buarque, foi ressaltada a seguinte informação “o que transforma a sociedade é colocar o filho do pobre em uma escola tão boa quanto a do filho do rico”. É fato que apenas facilitar a entrada de pessoas às universidades não seria o bastante para uma transformação na sociedade, ou seja,de acordo com um dito popular “salgaríamos carne estragada” e o problema continuaria, como tem demonstrado nossa atual realidade.

            Isso nos permite perceber que temos um número grande de pessoas com diplomas de curso superior, sabendo menos que um técnico, ou seja, uma massificação para o curso superior, e as “Universidades/Faculdades” oportunistas, preocupando-se apenas em ganhar dinheiro e não em oferecer um ensino superior de qualidade.

            Uma forma de se mensurar a qualidade da educação superior é através do ENADE que é o Exame Nacional de Desempenho de Estudantes, no qual avalia o rendimento dos alunos dos cursos de graduação, egressos e concluintes, em relação aos conteúdos programáticos dos cursos em que estão matriculados.

            Essa avaliação seria um bom termômetro em relação a qualidade do ensino superior, mas, os oportunistas de plantão, percebendo isso, preparam seus universitários para fazerem tal prova, ou seja, uma lavagem cerebral, em que é até aconselhado a “cola”.

            Obviamente, a nota desta instituição tenderá a ser boa, embora o mercado que será o grande juiz, não perdoará tal ineficiência seguida de incompetência, e este jovem, verá o quão foi ludibriado por um diploma de curso superior.

            Pesquisas realizadas pelo Instituto Paulo Montenegro (IPM) mostram que o Índice de Analfabetismo Funcional (Inaf) é 38%, isso implica em dizer que estes estudantes não dominam habilidades básicas de leitura e escrita. Para endossar tais informações, o IBGE e a Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) informam que houve um aumento na procura por cursos superiores, mas a qualidade do ensino caiu por conta deste crescimento, o que pode ser visto como uma ação proposital e não casual, pois para não perder alunos, muitas “universidades” se adaptaram a este público menos qualificado, incorrendo em um ensino sofrível para que grande parte de seus universitários saiam com diplomas.

            O texto aqui não tem o intuito de preconceitualizar estas instituições, apenas fazer com que seus universitários cobrem por qualidade e não se deixem alienar por eventos preparatórios para o ENADE, pois isso deveria ocorrer de forma progressiva com as aulas, uma vez que o mercado tem um nível competitivo elevado.

            Buscando a fala inicial de Cristovam, temos que investir primeiro na educação básica. Será ela que norteará os educandos para um protagonismo, para o exercício da cidadania e progressão em estudos posteriores, mas para que isso ocorra, a educação deverá ser a mesma oferecida pelos filhos das elites dominantes, fugindo a alienação e ao engessamento de nossos educandos e educadores.

            Temos que causar uma revolução na Educação, isso porque a educação pública tem criado o nosso maior temor que são pessoas alienadas, sem caráter e indisciplinadas, reforçando não a crise, mas um projeto em que a educação pública visa formar gado de manobra.

Autor: Wolmer Ricardo Tavares – Mestre em Educação e Sociedade – www.wolmer.pro.br

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