07/07/2017

Precisamos ser Lagostas

Por Wolmer Ricardo Tavares – Mestre em Educação e Sociedade, Escritor, Palestrante, Articulista, Colunista, Docente, Consultor de Projetos Educacionais e Gestão do Conhecimento na Educação – www.wolmer.pro.br

 

            A educação é a mãe das transformações, da civilidade e cidadania e a mesma deve ser um processo contínuo, dito isso, Pitombo em seu livro Conhecimento, valor e educação em John Dewey publicado pela Pioneira em 1974 é enfático ao afirmar que ela é um processo contínuo em reorganizar, reconstruir e transformar.

            Sendo assim, podemos perceber que a transformação é uma constância e dessa maneira poderemos fazer uma analogia com as lagostas, pois de acordo com Rui Motta no texto “O Fenômeno de crescimento e muda nas lagostas” encontrado no site http://www.geocities.ws/rui_biologia/docs/ecdise.htm esclarece que a muda nas lagostas é um processo contínuo, ou seja, ela cresce por toda a vida.

            E porque nós também não podemos crescer de forma metafórica? Crescer como pessoas, como cidadãos, como protoganistas, como pai, mãe, filho, etc, e porque não um eterno crescer?

            Porque deixamos a inércia tomar conta de nós? Quando isso acontece, é sinal que estamos enraizados e com medo de sair de nossa zona de conforto.

            Somos como uma lagosta também. Ela é um animal mole que vive em uma grossa casca que lhe garante toda proteção, mas quando está no processo de crescimento, ela percebe que já não cabe mais nesta casca, pois a mesma não acompanha o seu crescimento, então, ela se sente desconfortável e mesmo que corra risco de ser pega por um predador, ela resolve se despir desta proteção e produzir uma nova casca, que a protegerá por mais um tempo, até que cresça o suficiente para novamente se sentir incomodada e fazer deste processo um ato cíclico.

            Muitos se acomodam com as situações e temendo as mudanças, ficam na passividade e na inércia, o que é advertido por Sêneca quando afirmou que “não ousamos porque as coisas são difíceis. As coisas são difíceis porque não ousamos.”, logo, precisamos ousar e continuar a crescer para que as coisas possam acontecer, reforçando as falas de um educador Boliviano conhecido como Bernardo Toro quando afirma que grandes mudanças não se fazem sem educação.

            Cabe aqui uma simples pergunta: a educação pública tem contribuído com o crescimento de seus alunos? Pensemos direito como tem funcionado o sistema de educação pública, o aluno não tem tido muitas dificuldades, logo, ele não terá a maturidade e até mesmo discernimento necessário para se sentir incomodado em querer mudar.

            Nossos alunos são simplesmente empurrados, quando isso não acontece, são dadas inúmeras oportunidades para que eles possam ir para série seguinte, o fato é que em média, a grande maioria irá sair da escola semi-alfabetizado.

            Para fazermos o impossível, precisamos como Paulo Freire, fazer o possível de hoje que é fazer de nossos alunos pequenas lagostas a perceberem a importância de crescer tendo como gatilho as mazelas sociopolíticas.

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