01/08/2016

Procrastinadores na Educação Pública

Por Wolmer Ricardo Tavares – Mestre em Educação e Sociedade – www.wolmer.pro.br

            Os brasileiros têm costume de deixar as coisas para a última hora, e em algumas ocasiões, ficamos mal por não respeitarmos horários, e para resolvermos a situação, criamos um jeitinho brasileiro, ou seja, fazemos algo paliativo por falta de planejamento ou simplesmente por termos procrastinado uma situação que poderia ter sido resolvida de imediato.

            Na verdade, estamos sempre adiando as coisas, postergando ações e "ganhando tempo" e assim tem sido também na educação pública.

            Postergamos ações relacionadas à indisciplina de alunos, a problemas relacionados com o corpo docente, adiamos sonhos e anulamos perspectivas. Muitos protelam até problemas relacionados a saúde, e quando se dão conta, é tarde demais.

            Assim tem sido a educação pública, formada por proscratinadores de plantão que parecem ter suas ações ligadas a certas sazonalidades, o que demonstra certa falta de planejamento e postura profissional comprometendo resultados e sonhos.

            É sabido que uma boa educação necessita de um planejamento, respeitando a heterogeneidade da turma e o ritmo de aprendizagem de cada um, e não um improviso que vire uma regra de fato para toda e qualquer situação.

            Algumas proscratinações ocorrem devido a um conflito de interesses, que leva em conta a vaidade humana recheada de narcisismo doentio e um grau de clientelismo. Entretanto, não se deve postergar a evolução do ser humano, isso porque a educação deve se basear em uma coesão social, focando sempre a solidariedade social, a qual o educando se transformará em um sujeito com atos cognoscentes seguidos de um protagonismo.

            Graças aos não proscrastinadores como Anísio Teixeira que teve uma voz em defesa da educação, e esta mesma voz foi calada com uma morte misteriosa, por um "suposto acidente" em plena ditadura militar. Outros não proscrastinadores como Darcy Ribeiro com suas reformas na educação quando Ministro da Educação, Paulo Freire com seu trabalho voltado para educação popular, tornou-se uma referência mundial dentre outros mais que são referências para nossa sofrível educação pública.

            Apesar de termos bons exemplos de educadores que fazem acontecer não adiando suas ações, vivemos num mundo de postergações em relação a educação pública, prejudicando o futuro de uma nação que teima em continuar deitada em berço esplêndido ao som do mar ao som do mar e à luz do céu profundo.

            A educação precisa de profissionais críticos e proativos para que possam se tornar verdadeiras referências a seus educandos.

            Deveria ser inadmissível para o sistema de educação, aceitar educadores apáticos e desmotivados, todavia, este mesmo sistema percebeu que educadores desmotivados, desinteressados e até mesmo alienados, não representam problemas como subversidades e tornam-se seres totalmente domesticados e docilizados, criando assim, uma geração para aumentar em forma de uma progressão geométrica a massa de manobra e a perpetuação deste sistema vil.

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