Quanto você quer ganhar quando crescer?

Um ótimo desempenho em matemática e português pode garantir um aumento significativo nos salários futuros
O que você quer ser quando crescer? Médico, professor, advogado ou jogador de futebol. Sonhar com a carreira no futuro é tarefa comum já na infância. Uns claramente já nascem para aquilo. Outros quebram a cabeça até encontrar algo que os satisfaça. O desafio é unir o sonho ao bolso: ganhar bem e fazer o que gosta.
A pesquisa “A Relação entre o Desempenho Escolar e os Salários no Brasil”, divulgada pela Fundação Itaú Social, na última terça-feira, 18, revela que boas notas em matemática e português garantem aumento significativo nos salários futuros dos estudantes brasileiros, após a saída do ensino médio. Ao menos um dos pontos, a remuneração, já é possível planejar.
O estudo, realizado pelo coordenador do Centro de Políticas Públicas do Instituto de Ensino e Pesquisa (Insper) e consultor da Fundação, Naercio Menezes Filho, e pela pesquisadora da Fundação Getúlio Vargas, Andréa Zaitune Curi, é o primeiro no país a estabelecer esta correlação, o qual utilizou as notas obtidas por duas gerações no Sistema Nacional de Avaliação da Educação Básica (Saeb), por meio da Prova Brasil.
Os resultados indicam que um aumento de 10% na nota de proficiência em matemática resulta em aumento de 4,6%, em média, no salário dos estudantes, cinco anos após a conclusão do ensino médio. Já em português, o aumento de 10% na nota de proficiência resulta em salário 5% maior, em média, no mesmo intervalo de tempo.
Para o pesquisador Naercio, os dados enfatizam a importância em demonstrar o quanto das diferenças salariais existentes no Brasil pode ser explicado pela nota obtida pelos jovens no ensino médio. “A qualidade aumenta o salário. Quanto mais o aluno sabe mais ele será produtivo no futuro”, analisa.
A garantia de um futuro promissor, porém, não se resume ao desempenho do aluno. Para a gerente de Educação da Fundação Itaú Social, Patricia Mota Guedes, há ainda outras áreas que são essenciais neste processo. “Além do aluno, existe o papel estratégico do professor, o apoio da equipe gestora da escola e das Secretarias de Educação”.
Ela ressalta que o estudo é mais uma ferramenta para impulsionar o debate público e influenciar a criação e aprovação de políticas púbicas que valorizem e apoiem o setor educacional no Brasil.
Mais do que notas altas, a pesquisa mensura as habilidades dos alunos. E pra que estas habilidades sejam desenvolvidas é necessário trabalhar em conjunto. “Não há fórmula mágica. É preciso estratégia e planejamento”, conclui Patricia. (Envolverde)
Confira a pesquisa completa aqui.
(Envolverde)