RELAÇÃO FAMÍLIA/ESCOLA: A FAMÍLIA COMO BASE E A ESCOLA COMO SUPORTE SOCIAL
RELAÇÃO FAMÍLIA/ESCOLA: A FAMÍLIA COMO BASE E A ESCOLA COMO SUPORTE SOCIAL
Ozinei dos Santos Chaves1
1 - Licenciado em Pedagogia pela Faculdade Estácio do Amazonas da cidade de Manaus. E-mail: ozinei.chaves@gmail.com. Telefone: (92)992174639
Muito se discute a relação Família /Escola. É certo que cada uma tem seu papel e sua função em torno de todo processo que envolve o indivíduo. Existe muita controvérsia nessa questão. A verdade é que muitas das vezes às famílias repassam e jogam toda a responsabilidade que é delas para a escola, isso é notório tanto nas escolas públicas como privadas. Algumas famílias não sabem ou ainda não descobriram o significado de educar, até porque essa palavra sempre esteve e continua muito relacionada à ideia de escola.
Pensando por uma ótica racional todo indivíduo quando nasce ele primeiro se liga a um seio familiar na chamada "Educação Familiar", onde os costumes serão plantados e regados. Isso nos faz entender que tudo que se aprende no seio familiar vai repercutir na vida pessoal, no contexto escolar, profissional e social do ser humano. É importante que se esclareça que a educação é um processo social que envolve todas as instâncias do indivíduo.
A própria Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB) reforça a ideia de que "a educação abrange os processos formativos que se desenvolvem na vida familiar, na convivência humana, no trabalho, nas instituições de ensino e pesquisa, nos movimentos sociais e organizações da sociedade civil e nas manifestações culturais" (LEI 9394/96, Art 1°).
Todo ser humano advém primeiramente de um seio familiar que representa o primeiro grupo social que se insere. A família é concebida como a base, o alicerce de sustentação de uma pessoa. É nela que os costumes, a moral, os valores e os princípios são formados. É tarefa dela o de garantir a proteção e o apoio, o de preparar o indivíduo para enfrentar os desafios da vida ou das questões que envolvem o viver em sociedade, e principalmente, o ofício da cidadania, onde saberá seus limites, suas obrigações, seus deveres e seus direitos como participante dessa sociedade. Existem muitos embates a cerca da relação família/escola, é bem verdade que cada uma tem seu papel e sua função no processo.
A relação entre família/escola permite processos de desenvolvimento da pessoa (POLÔNIA; DESSEN, 2005). No que concerne à função da escola é dela o papel de dar suporte social e pedagógico a essa base familiar. É dada a ela o ofício de propiciar momentos onde os educandos possam refletir, discutir e problematizar as diversas questões que envolvem a sociedade. Nos ideais de Mohoney (2002) a escola pode ser considerada como um contexto de desenvolvimento fundamental para o percurso da vida do indivíduo, além de ser um espaço físico, psicológico, social e cultural.
A missão da escola é ajudar o aprendiz a ser sujeito ativo, autor de sua própria história, e não objetivo passivo que apenas reproduz os conhecimentos. Outra incumbência é o de levar o educando a construir, reconstruir, aprender e apreender seus conhecimentos, além de oportunizar um ambiente de ação, reflexão, avaliação, intervenção e de transformação de sua realidade. O ideal seria que a relação entre o contexto familiar e escolar fosse integral não parcial. A família precisa da escola tão quanto à escola precisa da família. Elas deveriam andar juntas, como numa linguagem futebolística "jogar no mesmo time".
REFERÊNCIAS
BRASIL, Lei de Diretrizes e Bases da Educação. Lei 9394/96, 20 de dezembro de 1996.
MAHONEY, A. A. (2002). Contribuições de H. Wallon para reflexão sobre as questões educacionais. In: V.S Placco (Org.). Psicologia &Educação: Revendo contribuições (pp.9-32). São Paulo:Educ.
POLÔNIA, A. C; DESSEN, M. A. (2005). Em busca de uma compreensão das relações entre família e escola. Psicologia Escolar e Educacional, 9(2), 303-312.
SUGESTÕES DE LEITURA
MARQUES, R. (2001). Professores, famílias e projeto educativo. Porto, PT: Asa Editores.
REGO, T. C. (2003). Memórias de escola: Cultura escolar e contribuição de singularidades. Petrópolis, RJ: Vozes.