19/07/2018

Relato de Experiências No Projeto de Extensão: Para Pequenos Produtores do Município Do Rio Grande – RS

Claudete Miranda Abreu[1]

 

1. Introdução

O município do Rio Grande, situado na planície costeira do Rio Grande do Sul, constitui-se numa restinga e ocupa uma área de 3.338,35km2. Inserido em um importante ecossistema, o município é envolvido por três grandes ambientes naturais: o terrestre, o lacustre e o oceano costeiro e seu território está dividido em cinco distritos, sendo apenas um considerado zona urbana e os demais são zona rural.

A atividade econômica, centrada na agricultura familiar, está representada em primeiro lugar pela cultura da cebola, enquanto que a agricultura de grande escala baseia-se, principalmente, na atividade com o arroz irrigado e tal diferença reflete grande contraste na estrutura fundiária (Manzoni, 2007). As frustradas safras, da cebola e o baixo preço geram o desemprego, o desconforto, a falta de condições para a educação e saúde a que são submetidas às famílias que residem no interior do município são, entre outras, as causas principais do êxodo rural, sem esquecer a forte atração que a cidade exerce, principalmente, para os jovens.

Neste contexto, encontra-se a comunidade de Barra Falsa, localizada no distrito de Povo Novo, aonde problemas como descapitalização dos pequenos produtores e seu empobrecimento se tornam mais evidentes com o passar do tempo. A maioria das famílias dessa comunidade tem renda mensal inferior a um salário mínimo nacional, obtida a partir da venda dos produtos.

Um dos maiores desafios da atualidade é, sem dúvidas, a produção de alimentos para populações sempre crescentes e mais concentradas nas áreas urbanas. Neste capítulo relatamos sobre um projeto de extensão da Universidade Federal do Rio Grande (FURG), em andamento nessa comunidade de pequenos produtores rurais, cujo objetivo principal é o de utilizar uma planta nativa da América do Sul e muito abundante no município do Rio Grande-RS, conhecida vulgarmente como aroeira-mansa (Schinus terebinthifolius Raddi), buscando contribuir com o fortalecimento da comunidade e a valorização do ambiente em que estão inseridos.

A espécie Schinus terebinthifolius, considerada pioneira e de ampla distribuição na localidade da Barra Falsa, é uma árvore de pequeno a médio porte, capaz de alcançar de 5 a 9 metros de altura, e suas flores são pequenas, branco-esverdeadas, com florescimento ocorrendo no outono, sendo muito atrativas para abelhas. Seus frutos, de róseos a vermelhos, de pequeno tamanho, receberam o nome Pimenta Rosa pelo sabor levemente adocicado e ardência quase imperceptível. Muito apreciada na França, sua utilização na culinária foi iniciada no século XVII por cozinheiros de casas nobres que vinham da Europa em busca de novos sabores. Na cozinha internacional é conhecida como Poivre Rose, que é a tradução literal do seu nome em francês. Recentemente, passou a fazer parte também da culinária brasileira, sendo cultivada principalmente nos estados do Espírito Santo e Sergipe.

Esta proposta de atividade econômica alternativa a esses produtores, empregando essa planta já existente em suas propriedades, embasa-se no estímulo a permanência deles na atividade rural, visando a minimizar a triste tendência de venda das propriedades para serem, muitas vezes, convertidas em sítios de lazer. Com isso, estima-se que famílias que vivem a muitos anos no local, manteriam sua condição de proprietárias, sem precisarem se mudar para a cidade, onde seus membros passariam a condição de empregados, com evidente desprestígio e abalo em sua dignidade.

As famílias participantes deste projeto, em virtude de sua situação econômica, não tinham condições de comercializar a Pimenta Rosa e desconheciam de qual espécie podiam colher os frutos que seriam comercializados, bem como, a época certa da colheita, uma vez que existe outra espécie, com características similares, que pode causar alergia em algumas pessoas e que frutificação em outra época do ano.

Um modelo agrícola sustentável, como o que foi proposto, deve apresentar características descritas nas dimensões de sustentabilidade (Sachs 1993). Assim, a transição da atividade econômica alternativa em questão ocorre num processo lento de treinamento e capacitação das famílias (Manzoni, 2007), e isso acontece graças a um planejamento minucioso das ações do projeto e da capacitação dos colaboradores.

2. O Projeto

O objetivo desse projeto foi de oportunizar a famílias de pequenos produtores do município do Rio Grande, uma atividade alternativa para geração de renda a partir da utilização da Pimenta Rosa, contribuindo para o resgate da cidadania e o desenvolvimento em sistema de produção coletiva, economicamente viável e sustentável.

As ações primeiras consistiram em reuniões de divulgação da proposta do projeto na comunidade; visitas nas propriedades; distribuição de material impresso sobre o projeto; divulgação em rádio e TV com abrangência no município. Também foram ministrados, além das oficinas temáticas, curso de capacitação para plantio, coleta, processamento e comercialização da Pimenta Rosa e curso de ‘Auto Gestão e Economia Solidária’. Foi prestado assessoria sobre o processo de embalagem e comercialização da Pimenta Rosa, enfatizando-se a importância de se embalar o produto em pacotes com 10gr para serem comercializados em feiras livres. Orientação técnica e divulgação dos resultados do mapeamento das áreas para plantio dessa árvore também foram ações em constante andamento.

A sustentabilidade do projeto foi embasada no conhecimento acumulado na FURG e em sua infra-estrutura física e na parceria com a Pró-reitoria de Extensão e Cultura e a Pró-reitoria de Assuntos Estudantis. Também contou com o suporte técnico que desenvolvem atividades de pesquisa, ensino e extensão voltados as mais diferentes áreas do conhecimento botânico, priorizando a divulgação destes conhecimentos às comunidades envolvidas.

Cabe ainda destacar a ação conjunta de estudantes da FURG no projeto, cujo resultado gerou e estimulou a produção do conhecimento cientifico e tecnológico.

Parcerias com a Prefeitura Municipal do Rio Grande, a Secretaria da Agricultura do Rio Grande, a Fundação Estadual de Pesquisa Agropecuária Centro de Pesquisa da Região Sul (FEPAGRO-SUL), a Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (EMATER), os Sindicatos de Trabalhadores Rurais e de Pescadores, ampliaram ainda mais as possibilidades de êxito desse projeto.

Ressalta-se, porém, que este trabalho não se esgotou em si, também  proporcionou outras etapas para a aproximação da Universidade com a comunidade em questão, integrando cada vez mais a parceria instituída. Neste sentido, destacam-se novas propostas de alternativas ecologicamente viáveis de desenvolvimento social, econômico, cultural e humano do município, visando a emancipação e fortalecimento das comunidades nele inseridas.

 

3. Resultados Esperados e Alcançados

 

Iniciou-se esse projeto esperando a adesão plena dos produtores/moradores na comunidade de Barra Falsa, visando a capacitá-los no plantio, manejo, processamento e comercialização da Pimenta Rosa, para que pudessem gerar renda com a venda desses frutos no varejo. Contava-se com a aceitação da pimenta pelos consumidores, embora uma ação de divulgação de seu uso na culinária brasileira também sabia-se necessária.

O projeto foi proposto porque também ansiava-se por relação da FURG mais efetiva com a comunidade e a possibilidade da equipe proponente de ampliar seus conhecimentos sobre o assunto. A obtenção de dados para elaborar artigos científicos e a participação em eventos acadêmicos com apresentação dos estudos realizados também constavam (e continuam a constar) da lista do que se esperava com a elaboração desse projeto.

Assim, formou-se a equipe composta de estudantes, docentes e técnicos administrativos da FURG, que passaram a atuar na divulgação do projeto junto aos produtores residentes na comunidade da Barra Falsa. A comunidade apesar de ter em suas propriedades a árvore de aroeira-mansa, desconhecia a utilização do fruto como condimento, embora fizesse uso dessa árvore como sombra para os animais e madeira para a construção de cercas.

A possibilidade de utilização do fruto da aroeira-mansa (Pimenta Rosa) como condimento foi apresentada aos produtores, despertando o interesse inicial deles na colheita dos frutos e sua comercialização. Passou-se, então, a realização do cadastro dos produtores e de suas famílias, quando se constatou que realmente suas propriedades são pequenas, sendo a distância entre elas facilmente contornáveis, fator que certamente contribui para a união deles.

Os primeiros encontros com os produtores foram conduzidos com a participação dos estudantes e, em alguns momentos, pela administração da FURG (Pró-reitora de Extensão e Cultura, Pró-reitora de Assuntos Estudantis,) e pelos parceiros representados na ocasião pelo secretário da Secretaria da Agricultura do Rio Grande, pelo diretor regional da EMATER e pelo diretor da FEPAGRO-SUL.

Como forma de melhor estruturar os cursos a serem ministrados aos inscritos no projeto foi realizado o levantamento de informações sobre as propriedades envolvidas. Assim, foram agendadas visitas às propriedades, agendamento feito em conjunto com a comunidade e considerando-se a disponibilidade dos estudantes e dos produtores.

Os cursos ocorreram em algumas propriedades e foram realizadas integrando o conhecimento pré existente dos produtores e dos estudantes, acompanhados sempre por um docente e técnico. Como atividade paralela, em alguns momentos, foi acompanhada a rotina dos produtores para que os estudantes ampliassem a vivência da extensão.

Com o objetivo de fortalecer a união, primeiramente, foram realizadas dinâmicas de grupo com os produtores envolvidos no projeto, bem como a participação de mais de um membro da família. Essa ação foi devidamente orientada por consultores e bolsistas do Núcleo de Desenvolvimento Social e Econômico (NUDESE) e contou também com a participação dos coordenadores do projeto e de outros estudantes da FURG. Estes momentos, certamente, possibilitaram o despertar para a importância do trabalho em grupo, o conhecimento de atitudes e práticas pessoais e a reflexão sobre a base de se adotar a ética de viver e o reexame de valores. E, como resultado dessa vivência de dinâmica de grupo, pode-se perceber que a comunidade está receptiva a proposição de ter renda sustentável que venha ao encontro de todos, com a preocupação não só do interesse individual, mas também do coletivo. Isto possibilita a reflexão de se permitir que a comunidade cuide de seu próprio ambiente, desenvolvendo ações conjuntas para a construção integrada com o conhecimento cultural existente e, também, interagindo com a comunidade acadêmica da FURG.

Com o decorrer das ações, percebeu-se a necessidade de realizar atividades na Escola de Ensino Fundamental ‘Alcides Maia’, inserida na comunidade de Barra Falsa. Para isto, lá foram realizadas oficinas com professores e estudantes de escola, que contaram com a colaboração de estudantes do Curso de Ciências Biológicas – Licenciatura – do ICB/FURG. Observou-se que essa ação motivou os estudantes da escola a ter uma relação não só com o ambiente em que a escola está inserida, mas com a localidade onde vivem.

Embora os resultados do projeto não sejam sustentados em dados quantitativos, e sim em indicadores, pode-se observar – e isso é um resultado extremamente positivo -, que a comunidade mostrou-se empenhada a atuar com uma agricultura familiar sustentável e defensora do meio ambiente. A perspectiva da estruturação do processo de agricultura de transição ficou evidente quando alguns membros da comunidade tiveram a ocasião de vivenciar feiras com base na sustentabilidade. Um exemplo foi a “5ª Feira Estadual de Sementes Crioulas e Tecnologias Populares”, que aconteceu no município de Canguçu, onde alguns produtores da comunidade de Barra Falsa assistiram palestras e adquiriram sementes produzidas por outros agricultores vislumbrando, assim, a oportunidade de começar a trabalhar com a agricultura de forma orgânica.

As falas da comunidade e da equipe universitária, registradas na forma de relatos, foram indicadores do bom andamento do projeto. Segue alguns exemplares:

Comunidade

Projeto pimenta rosa trouxe para nós da comunidade da Barra Falsa um conhecimento de que nós não tínhamos, vivemos aqui no meio da natureza e não conhecemos o que podemos aproveitar” (C1).

“Estou apreendendo com o projeto que podemos viver em nosso ambiente valorizando o que temos, assim quero começar a trabalhar sem agredir a natureza, pois com a produção orgânica posso consumir e vender produtos de forma sustentável além da pimenta rosa” (C2).

“Desde que conheci o projeto percebi que era algo de responsabilidade, pois alguém que sabe da nossa realidade e como se faz o dia a dia, pode nos dar conhecimento. Com o passar das atividades desenvolvidas na comunidade mudei meu modo de ver as coisas, tive mais consciência do que é o ambiente (acho que todos nós). Penso que meu filho pode sim e deve estudar, mas não para trabalhar fora, deve adquirir aprendizado para ajudar o nosso meio rural e poder viver de forma sustentável sem agredir o meio ambiente” (C3).

Estudantes

“O projeto teve um importante papel para a formação humana e acadêmica dos alunos. Para mim está sendo uma experiência ótima, pois no convívio com outras pessoas, no caso, os agricultores da comunidade, os técnicos e professores envolvidos e as demais pessoas, acabamos trocando informações e experiências e isso sem duvida é muito importante para a cidadania do aluno. Estou muito feliz por ter envolvimento no projeto, que visa ajudar pessoas de baixa renda, oportunizando uma renda auxiliar através da pimenta rosa. Vou levar todas essas experiências para a minha vida pessoal e acadêmica, pois espero no dia em que eu for licenciada poder repassar para meus alunos todas essas experiências vivenciadas” (E1).

“O meu primeiro interesse no projeto era buscar melhorias para o aprendizado. Quando comecei a trabalhar no projeto, vi o quanto ele era significativo para os agricultores e desde então eu vi o projeto como algo especial e não com um trabalho. Para mim é muito importante, pois está mudando a vida de muitas pessoas. Esta mudando o meu jeito de ver a natureza e vendo a maneira como eles vivem, estou dando mais valor as pequenas coisas. É muito gratificante ver nas atitudes dos agricultores como o projeto esta modificando a vida deles. O convívio com os professores, os técnicos, os alunos e com os agricultores é uma experiência que não tem preço, vai alem do trabalho, da biologia e da aprendizagem em sala de aula, é algo que mexe com a minha alma e mudou meu jeito de pensar sobre a natureza e de como viver em harmonia com ela” (E2).

“Quando comecei a participar do projeto, eu não podia imaginar a proporção do tamanho que ele tomaria. Eu cheguei quieta, sem entender o que era pesquisa ou extensão, sem enxergar meu papel. Eu pensava que iria chegar à comunidade e passaria para eles tudo o que eu sei e o que aprendi na universidade. Feliz ilusão a minha. Aprendi mais do que ensinei. Não que a universidade não transmita conhecimento, mas na comunidade o conhecimento é compartilhado. Tudo o que se faz, é com muito amor e suor. Ainda mais quando estendemos o projeto à escola local. Levamos um galho da Aroeira-mansa e perguntamos que planta era aquela. Para minha surpresa eles sabiam. Poucas foram as informações que transmitimos e muito que conhecemos. A licenciatura se torna, muitas vezes, utópica e o projeto veio mostrar-me que o conhecimento é produzido em todos os lugares e que exercendo meu papel no projeto e na sociedade, eu tenho mais a aprender do que a ensinar” (E3).

“O meu envolvimento no projeto foi de grande valia a minha pessoa, visto que me possibilitou o acesso a novas experiências com sujeitos, que assim como eu acreditam na mudança para sociedade mais equilibrada, através da justiça social, a qual pode acontecer através de oportunidades, neste caso, via o projeto da comercialização da pimenta rosa. Conseqüentemente, pude absorver novos aprendizados por meio das trocas de conhecimentos por onde passamos enquanto divulgávamos o projeto em questão. Algo que me marcou muito nesta atividade e que ficará para sempre na minha memória é o sentimento de solidariedade, de união das pessoas daquela comunidade, algo que praticamente não vemos mais em nosso cotidiano, que é tão dinâmico que às vezes esquecemo-nos de cuidar de nós mesmos. E lá pude perceber o contrário e essa qualidade local não deve ser perdida; e não será se aquelas pessoas continuarem com sua lida de preferência se tiverem condições para se manterem assim. Acredito, igualmente, que poderei, com o conhecimento adquirido, não só na academia, mas também através de minhas vivências, contribuir para que possamos criar condições de melhorar a qualidade de vida destes ilustres cidadãos, importantíssimos à nossa sociedade” (E4).

“O Projeto Pimenta Rosa, foi minha primeira experiência com a Extensão. No trabalho com a comunidade tive a oportunidade de conviver com outra realidade. Observei que os participantes da comunidade demonstraram diferentes visões às mesmas experiências proporcionadas a eles. Percebi também, o quanto é difícil chegar a um consenso que agrade a todos como, por exemplo, a criação do nome do produto, que tornou evidente o quanto as questões pessoais (como religião) tem um valor cultural muito grande. Entretanto, no decorrer do projeto, depois de várias dinâmicas de grupo, foi enfatizado que o foco do projeto deve ficar sempre acima de qualquer questão. Visto que o bom senso se fez presente, tanto nós quanto a comunidade ganhamos muito, em termos de experiência profissional quanto relações humanas” (E5).

4. Conclusões

As atividades desenvolvidas pelo projeto da ‘Pimenta Rosa’ na comunidade da Barra Falsa geraram impacto observado não somente pelos resultados já alcançados, mas também pela riqueza de conhecimentos e experiências de vida possibilitada as famílias dessa comunidade. A relação entre a comunidade, os produtores e a FURG estão sendo construídas de maneira a propiciar a todos a oportunidade de reconhecer ações e reações que caracterizam, por exemplo, um projeto de extensão. Entretanto, há a preocupação de se discutir sobre as diferenças de conhecimentos, resgatando a cultura e conduzindo ao processo de aprendizagem todos participantes de projeto, principalmente, os estudantes, futuros profissionais que atuarão como agentes que fazem reflexões e que direcionando as políticas públicas para o meio rural, valorizando o agroecossistema. Mudanças também foram observadas nos propósitos de filhos de produtores, que com a presença da Universidade, pretendem retomar seus estudos; na formação do grupo que ficou conhecido como “Ao sabor da pimenta”, fato que fortaleceu as relações humanas e a comercialização de produtos que não se restringem somente a Pimenta Rosa.

Referências

MANZONI, Jorge. Estratégias de manejo utilizando indicadores de sustentabilidade: o agroecossistema da Ilha dos Marinheiros. Guaíba, RS: Agrolivros, 2007.

SACHS, Ignacy. Estratégias de transição para o século XXI: desenvolvimento e meio ambiente. Trad. Magda Lopes. São Paulo, Studio Nobel: Fundação do Desenvolvimento Administrativo, 1993.


[1]Profa. Dra. Universidade Federal do Rio Grande - FURG. E-mail: claudeteabreu@furg.br

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