25/02/2019

Robótica não é o Futuro, é apenas a realidade

Por Wolmer Ricardo Tavares – Mestre em Educação e Sociedade, Escritor, Palestrante, Articulista, Colunista, Docente, Consultor de Projetos Educacionais e Gestão do Conhecimento na Educação – www.wolmer.pro.br

 

            O tema é convidativo a filosofar. O que é o futuro? Como podemos afirmar que tal tendência será o futuro, e caso seja, futuro de qual sociedade?

            Interessante perceber que o futuro começa no agora, nada mais será do que as sementes que estão sendo semeadas agora, e para afirmar que a robótica, a Inteligência Artificial ou qualquer outra tendência que possa vir a ocorrer, tais afirmações necessitam ser implantadas e implementadas no dia a dia para que o tão almejado futuro se faça presente, que saia das utopias e entranhe em nossa realidade e em nosso contexto.

            Assim tem sido para muitas escolas. A robótica para elas não é coisa do futuro, é coisa do presente. E interessante é fazer da professora Débora Garofalo um bom exemplo, que com o seu projeto de ensino de robótica utilizando sucata, conseguiu ser selecionada entre 10 mil candidatos de várias nacionalidades, e esta atitude a colocou entre os dez melhores professores do mundo[1].

            Assim é feita a educação, por profissionais que acreditam no sonho, mas que não vivem de sonhos, eles simplesmente não medem esforços para efetivá-los buscando inclusive novas práticas pedagógicas para suas realizações, e assim foi com a professora citada acima, ela simplesmente usou o que muitas escolas tem a sucata.

            Para se trabalhar com a robótica na educação, precisa-se pensar além dos projetos e programações de robôs, tem que perceber a ludicidade, o aprendizado prático que fomentará no aluno um pensar crítico para que o mesmo encontre soluções aos desafios propostos.

            Como dizia Freire em seu livro Pedagogia da Autonomia: Saberes Necessários à Prática Educativa, publicado pela Paz e Terra em 1996, não há ensino sem pesquisa. Ele ia além ao afirmar que "pesquiso para constatar, constatando, intervenho, intervindo me educo e educo. Pesquiso para conhecer o que ainda não conheço", e assim as descobertas serão realizadas pelos próprios alunos.

            O ensino da robótica é um estímulo para que o aluno investigue e materialize os conceitos aprendidos em sala de aula, percebendo a sua importância e aplicabilidade, não vendo mais os conteúdos ensinados em salas de aulas como uma informação estéril e totalmente sem interesse.

            Com a aplicação da robótica, vem a recusa do ensino bancário tão alertado por Freire. Ensino este que castra a criatividade dos alunos.

            O uso da robótica nas salas de aulas repele as respostas pavlovianas, pois com esta prática, o aluno passa a ter uma aula com mais interação com a realidade a ponto de formular e equacionar problemas, capacitar os discentes a trabalharem em equipes, a enxergarem sobre diversos prismas com leques de alternativas para soluções de situações adversas.

            Desafios são gatilhos para o professor trabalhar iniciativa e autonomia de seus educandos, buscando dinamicidade e oportunizando experiências cognitivas que contribuirão tanto com o desenvolvimento acadêmico quanto o social de seus discentes.

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