Somos Contra-Exemplos?
Por Wolmer Ricardo Tavares – Mestre em Educação e Sociedade, Escritor, Palestrante e Docente – www.wolmer.pro.br
A educação como posso afirmar em meus livros publicados é a pedra angular para uma sociedade justa e cada vez mais humanizada e humanizadora, contando com educadores como nós para disseminar o poder de transformação que ela exerce sobre as pessoas.
Infelizmente quase tudo que envolve o ser humano ressalta a sua pequenez como pessoa e inclusive suas ações sórdidas como profissional que usa o seu amigo e companheiro de trabalho como motivo de escárnio e deboche, sem ao menos pensar nas consequências de suas ações que na maioria das vezes tem fundo intencional e nefasto.
A educação precisa de profissionais mais éticos, pois segundo Aranha em seu livro Filosofia da Educação, publicado pela Moderna em 1996, um dos aspectos importantes na formação do professor é a formação ética e política: o professor deve educar a partir de valores tendo em vista um mundo melhor, dito isso, Gallo em seu livro Ética e Cidadania: caminho da filosofia, publicado pela Papirus em 2003 esclarece que ética é uma parte da filosofia que se dedica a pensar as ações humanas e seus fundamentos.
Ao analisar algumas atitudes, pode-se perceber que tem faltado justamente isso, um pensar nas ações levianas e nas consequências oriundas destas.
Não precisa ser filósofo para pensar com ética, basta ter um pouco de humanismo e empatia colocando-se no lugar da pessoa a que se faz tais comentários.
A palavra ética segundo Nash em seu livro Ética nas empresas: Guia prático para soluções de problemas éticas nas empresas, publicado pela Makron Books em 2001, tem que vir seguida de outras como honestidade consigo mesmo e com seu próximo, justiça e equidade, respeito pelos outros, palavra, prudência e confiabilidade.
A ética na vida do ser humano se faz tão importante que segundo Rodrigues em seu livro Ética e Cidadania, publicada pela Moderna em 1994, o "primeiro código de ética que quase tem notícia, principalmente para quem possui formação católica, cristã, são os dez mandamentos", e pode-se assim constatar que a ética está intrinsecamente ligado ao caráter, e uma pessoa sem ética é com certeza alguém sem caráter.
Desse modo, constata-se que é de suma importância que a educação tenha em suas equipes, pessoas éticas e não maus-caracteres, pois nós educadores somos exemplos para nossos educandos, por conseguinte, que estes educadores possam espelhar o que têm de melhor, diante disso, pode-se o dramaturgo e poeta romano, conhecido como Publio Terêncio Afro, falecido em 159 a.C., elucidou em uma frase ecoada no tempo, que diz "homo sum, nihil humani a me alienum puto" ou seja, “sou homem, nada do que é humano me é estranho”.
Apesar de certas atitudes serem consideradas normais para o "bicho homem", nunca poderemos como educadores que somos, compactuar com um profissional de educação que tenha uma atitude incoerente com que ele busca ensinar.
Faz-se pertinente perceber que antes mesmo de nos propormos a educar nossos alunos, precisamos saber se nos encontramos educados, no sentido de transformado em uma pessoa de bem, voltada para o humanismo, respeitando o seu próximo e colocando-se em seu lugar.
Todos nós estamos sujeitos a erros, mas cabe aqui um questionamento, se não pudermos contar com nossos companheiros de trabalho, qual seria o verdadeiro sentido em educar alguém, já que a educação em si não se faria imprescindível para uma sociedade?
Logo, antes de nossos falsos educadores disseminarem quaisquer comentários vis, tentem pelo menos passar as informações de seus amigos de trabalho pelos três crivos de Sócrates que são verdade, bondade e utilidade.
Harari em seu livro Sapiens - Uma Breve História da Humanidade, publicado pela L&PM em 2016, descreveu sobre a segunda teoria sobre a evolução da linguagem singular. Esta teoria segundo o autor, elucida que a linguagem evoluiu não "como um meio de partilhar informações sobre o mundo. Mas as informações mais importantes que precisavam ser comunicadas eram sobre humanos, e não sobre leões e bisões. Nossa linguagem evoluiu como uma forma de fofoca".
Então que nós educadores saibamos usar os crivos socráticos e sermos realmente amigos e companheiros de trabalho rumo a uma educação de qualidade.