SUPERVISOR ESCOLAR: Seu papel na organização escolar.
Por Ivan Carlos Zampin – Professor Doutor, Docente no Ensino Superior, Ensino Fundamental, Médio e Gestor Escolar.
O supervisor escolar é um personagem que faz parte da organização, qualquer que seja a posição ou o papel que nela tenha a desempenhar. Quer como assessor, integrando o estado-maior da organização, ou como um elemento de linha, responsável por um departamento ou setor da empresa, ele integra o corpo diretivo ou administrativo do sistema ou unidade escolar. Suas atribuições, responsabilidades e autoridade podem variar de intensidade, porém, é uma constante da atividade supervisora em qualquer estrutura organizacional.
Para tanto, se o supervisor é um integrante da equipe administrativa da escola, ou do sistema escolar, ele deverá ter conhecimento geral de organização e, em especial, daquele em que é membro efetivo.
Aqui não pretendemos fazer um estudo exaustivo de organização, mas apresentar alguns aspectos que logo adiante serão analisados e que se vinculam mais diretamente à atividade supervisora, dando uma contribuição ao supervisor no sentido de melhor entender suas responsabilidades no desempenho de suas funções. Preliminarmente é conveniente uma apreciação da supervisão no momento atual, pois sua necessidade e importância têm sido sentidas com maior intensidade no processo educacional.
Fato importante é não se compreender mais, nos dias de hoje, que um professor desenvolva suas atividades de maneira isolada, ensinando “aquilo que lhe der na cabeça”, desconhecendo o que fazem os demais professores e o respeito ao currículo. A figura do professor como “senhor feudal”, intocável em seus conhecimentos e em seu programa, não tem mais lugar na escola moderna.
A tarefa de ensinar é cada vez mais difícil pela complexidade crescente da vida moderna. Por certo o trabalho de Nóbrega e Anchieta era muito mais simples do que o do professor de hoje. As necessidades dos nossos índios, dos escravos e dos filhos de colonos eram muito menores que a dos jovens de nossas metrópoles, com toda a diversidade de conhecimento, necessidades e interesses de uma comunidade do século XX. Vários fatores contribuem para o aumento da complexidade da tarefa educacional no presente:
- A quantidade de conhecimentos acumulada através dos tempos;
- O progresso vertiginoso das ciências;
- A contribuição da tecnologia;
- O surgimento de novos métodos, matérias e tecnologia de ensino;
- As novas habilidades e atitudes essenciais ao modelo de vida;
- O crescimento populacional e a democratização do ensino, entre outros.
Estes fatores se apresentam como um desafio constante ao professor e fazem com que ele enfrente dificuldades em manter-se atualizado com os novos conhecimentos que surgem em sua especialização e no ensino em geral.
Daí a necessidade de um assessoramento ao professor e uma supervisão em seu trabalho. Tanto as escolas como os sistemas escolares passaram a contar com um novo especialista – o supervisor escolar, o qual, através de um trabalho de equipe, procura harmonizar a atividade docente, integrando-a num todo harmônico e conduzindo-a com vistas a alcançar as metas estabelecidas pelos governantes para o sistema, e pelas direções escolares apoiadas na gestão democrática com o apoio participativo da comunidade, em cada estabelecimento escolar.
O crescimento do número de pessoas envolvidas e a penetração consequente da supervisão no processo educacional e na estrutura das organizações trouxeram alguns problemas quanto à posição e o papel na supervisão nas estruturas organizacionais de ensino, pois esta figura era inexpressiva em nosso sistema educacional até então.
Perguntas como essas começaram a ser feitas: Qual a posição da supervisão escolar na estrutura organizacional do Sistema de Ensino? Que autoridade terá os supervisores no desempenho de seu trabalho? Como se relacionarão supervisores com diretores de escolas e com professores? Quais atribuições dos supervisores lotados em unidades escolares?
Para responder a essas e a outras questões do mesmo teor é necessário, antes de tudo, posicionar a supervisão escolar na estrutura organizacional dos sistemas de ensino, porque certamente, a atividade supervisora terá características distintas, e de acordo com a sua posição na estrutura e as atribuições que fora dadas ao supervisor variando com o tipo, os objetivos e a política organizacional.
Nesse contexto um maior embasamento deste enfoque, é conveniente exigindo-se que se tenha alguma ideia de teorias organizacionais, pois estas identificam a forma de agir dos administradores e influenciam a organização em seu todo.