22/11/2018

TDAH e Flexibilização Curricular

Por Wolmer Ricardo Tavares – Mestre em Educação e Sociedade, Escritor, Palestrante, Articulista, Colunista, Docente, Consultor de Projetos Educacionais e Gestão do Conhecimento na Educação – www.wolmer.pro.br

 

            Todo ano em que se muda o governo, começam-se os sonhos para que a educação seja mais valorizada e consequentemente seus profissionais, entretanto cabe o seguinte questionamento: O que é valorizar a educação? E como fazer com que as pessoas tenham este direito inalienável, se é que poderíamos usar esta palavra para educação.

            Segundo Richard Foltin, Diretor de Assuntos Nacionais e Legislativos do Gabinete de Assuntos Governamentais e Internacionais do AJC que é a principal organização global de defesa judaica em Washington, esclarece que direito inalienável é um direito que não pode ser restringido ou revogado pelas leis humanas. Para muitos, este direito é conhecido também como direitos naturais. Foltin é enfático ao esclarecer que os direitos inalienáveis fluem da nossa natureza como pessoas livres.

            Assim sendo, Giles em seu livro Filosofia da Educação, publicado pela EPU em 1983, ressalta que educar é um processo de construção que se concretiza e impulsiona uma imagem ideal do ser, do cidadão, mas para isso, esse educar deverá levar à compreensão e a transformação da realidade graças a liberdade criativa.

Como trabalhar esta criatividade diante de um currículo tão engessado imposto por algumas escolas?

            Imaginem um currículo assim para nossos alunos portadores de TDAH ou DDA? Para esclarecimentos, o TDAH é um transtorno neurobiológico de causa genética. Este transtorno ocorre na infância e acompanha a pessoa por toda sua vida. O TDAH é caracterizado pela falta de atenção, inquietude e impulsividade, ou seja, é um Distúrbio do Déficit de Atenção.

            Para um professor com uma turma cheia, fica difícil trabalhar alunos com este transtorno, pois o mesmo deve encontrar um meio para prender atenção destes, de forma com que os mesmos assimilem o que deveria ser assimilado em suas idades escolares.

            A ignorância existe mesmo nos licenciados, pois existem educadores que acreditam que tal transtorno não passa de invenção da medicina e das indústrias farmacêuticas, entretanto, para países como Estados Unidos, tais alunos são protegidos por lei e têm resguardados seus direitos de aprendizagem.

            Para se trabalhar com alunos com TDAH, faz-se necessário uma flexibilização no currículo e apoio dos psicopedagogos, pois estes auxiliarão os professores em sala de aula e servirão de base para que esta criança aprenda e se desenvolva a sua maneira, não sendo nem pior e nem melhor que os demais.

            Cabe ao psicopedagogo com o seu trabalho dedicado, amenizar o sentimento de exclusão destes alunos e com o seu senso ético, incitar a confiança e o prazer da criança em aprender.

            O cerne deste profissional não está voltado para o problema da educação e sim, ela própria. Ele é um facilitador de uma aprendizagem prazerosa, fazendo com que se extraia do educando toda a sua potencialidade, facilitando e auxiliando o desenvolvimento cognitivo.

            Dito isso, cabe perceber que nós seres humanos somos adaptáveis e isto pode ser visto como um diferencial dentre os outros animais, entretanto, temos educadores resolutos em manter sua aula formal, tratando todos como iguais, independente suas especificidades, aliás, isso nos remete ao filme do Pink Floyd the Wall, quando faz uma crítica ao ensino opressor e mostra seus alunos, todos de forma uniforme, seguindo em direção a um moedor de carnes.

            E estes mesmo profissionais que se encontram arraigados a esta educação totalmente burocratizada, criam verdadeiras ojeriza por estes profissionais que tem a dedicação extrema e carinhosa no ensinar como a sua pedra angular.

            E assim tem sido a nossa educação para com estas crianças. As mesmas estão sendo levadas a vários moedores e são poucos os educadores que se dedicam a salvaguardá-las, fazendo da educação um direito inalienável.

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