06/03/2018

TOD ou Falta de Educação?

Por Wolmer Ricardo Tavares – Mestre em Educação e Sociedade, Escritor, Palestrante, Articulista, Colunista, Docente, Consultor de Projetos Educacionais e Gestão do Conhecimento na Educação – www.wolmer.pro.br

 

            Transtorno Opositor Desafiador (TOD) é visto como um padrão recorrente, negativista, desafiador, desobediente e hostil com figuras de autoridade. De acordo com o site NeuroSaber, uma pessoa que tem TOD, tem intolerância às frustrações levando a reações agressivas, intempestivas, sem qualquer diplomacia ou controle emocional.

            Para os autores Serra-Pinheiro, Schmitz, Mattos e Souza no artigo Transtorno desafiador de oposição: uma revisão de correlatos neurobiológicos e ambientais, comorbidade, tratamento e prognóstico, publicado pela Rev Bras Psiquiatr 2004;26(4):273-6, o TOD, se caracteriza por um padrão global de desobediência, desafio e comportamento hostil.

Este transtorno faz com que educandos discutam excessivamente com adultos, não aceitem responsabilidade por sua má conduta, incomodem deliberadamente os demais, possuam dificuldade em aceitar regras e percam facilmente o controle se as coisas não seguem a forma que eles desejam.

O TOD realmente é um problema, mas existe uma linha tênue que separa realmente uma criança com TOD ou simplesmente uma criança sem educação e sem limites, sendo que estas últimas são incentivadas pela permissividade das leis e até mesmo omissão dos pais que não impõe limites e ensinam respeito aos mais velhos e ao próximo.

Uma criança com TOD merece toda atenção de bons profissionais para que sua vida siga de forma normal, entretanto, cabe a uma junta de profissionais perceber as singulares diferenças entre TDO e má criação.

Obviamente, isso exige um senso de conhecimento e observação que segundo Barros e Silva no artigo Origem e manutenção do comportamento agressivo na infância e adolescência, publicado pela Rev. bras.ter. cogn. v.2 n.1 Rio de Janeiro jun. 2006, esclarecem que a agressividade é própria do ser humano, apresentando assim múltiplas configurações, sendo expressa pela via motora, via emocional, via somática, via cognitiva e via verbal.

Os autores esclarecem que movimentos de ataque ou fuga estão ligados a via motora, enquanto sentimentos de raiva e ódio estão ligados a via emocional. Já reações autonômicas como taquicardia, rosto ruborizado dentre outras estão ligadas a via somática.

Quando o educando acredita que a conquista é mais importante do que o meio que se utilizou para se conquistar, e que não interessam os planos de ação envolvendo a manipulação do meio, pois o importante foi a conquista a qualquer custo, isso estará ligado a via cognitiva e os autores finalizam dizendo que na via verbal  o indivíduo vai utilizar-se do sentido das palavras para expressar controle em relação aos outros.

Como visto, o TOD trata-se de um transtorno bem complexo, mas que algumas destas vias seriam corrigidas com pais mais presentes tanto na escola quanto na vida do educando.

As coisas andam tão aceleradas em nossa sociedade que muitos esqueceram a relevância do verdadeiro relacionamento familiar. A relação entre pais e filhos.

Essa mesma relação em que desenvolverá a afetividade, o respeito mútuo, o amor, a aceitação no leito familiar o relacionamento interpessoal, aceitação das diferenças, respeito pelos pais e autoridades, dentre outros valores ensinados e vivenciados pela família e na família.

Hoje o TOD é um dos transtornos mais comuns em crianças e adolescentes e a permissividade do sistema contribuiu ainda mais para este maléfico comportamento, visto que nos dias de hoje, é proibido ao professor qualquer comportamento que constranja o aluno, o que de certa forma contribui para o aumento da estatística de violência nas Escolas Públicas que chega a 42% de seus alunos.

Em muitos casos, não precisamos seguir o Flautista Mágico. Basta que a família seja mais presente nas escolas e menos omissas em seu leito. Ensinando valores perdidos por ela mesma como respeito aos mais velhos, limites e honestidade.

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