Trabalhando com Sonhos
Por Wolmer Ricardo Tavares – Mestre em Educação e Sociedade, Escritor, Palestrante e Docente – www.wolmer.pro.br
Ser docente implica em uma visão mais aguçada sobre seus educandos, observando as especificidades de cada um e fomentando o sonho em todos eles.
Sonho lúcido que poderá ser alcançado pela dedicação e estudo, o que é reforçado por Neiva em seu livro Lições Aprendidas, publicado pela Editora Universidade em 2006. Para o Autor, a singularidade das pessoas, com seus ritmos, anseios, estilos e sonhos próprios, o professor tem que buscar a tônica nas diferenças para que o educando nunca deixe de sonhar e encontrar meios para efetivar estes sonhos.
A lagarta certa vez disse que um dia iria voar e isso causou gargalhadas e deboche de todos os bichos que estavam por perto, apenas a borboleta acreditou nela.
Assim como a borboleta acredita na lagarta, o docente deve não só acreditar em seu educando como buscar meios de desenvolver neste, todo conhecimento necessário para que o mesmo possa ter discernimento e autonomia para a efetivação de seus sonhos.
Interessante perceber que nos dias atuais, muitos são os alunos que entram em uma escola totalmente sem sonhos e sem perspectivas e estes são caracterizados com pensamentos imediatistas e totalmente alienados, perdidos, entregues às mazelas sociais e possíveis vítimas dos riscos sociais.
Quando um docente desenvolve em seu educando um sentimento de pertencimento ao meio e de que sua conduta poderá influenciar este meio em que se encontra inserido, o educando passa a ter um foco na vida, fazendo prevalecer a realização dos mais remotos desejos em prol um futuro mais promissor e digno.
No livro Pedagogia da Autonomia: Saberes Necessários à Prática Educativa, escrito por Freire e publicado por Paz e Terra em 1996, é relatado que nós docentes precisamos fazer com que nossos educandos se tornem uma presença no mundo, com o mundo e com os outros.
Para Freire (1996, p. 20), esta presença tem que se fazer presença e intervir, transformar, falar do que faz e ao mesmo tempo sonhar, constatar, comparar, avaliar, valorar, decidir e romper.
Este rompimento tem que ser com a alienação, manipulação e a subalternidade.
Um sonho que acredita na igualdade sem homogeneidade e sendo assim, nós docentes somos o elo entre o saber e o sonho de nossos educandos, mostrando que estes, se são capazes de sonhar serão também capazes de realizarem tais sonhos.
Morin em seu livro Pedagogia Dialógica, publicado pela Corte em 2002 esclarece que o futuro permanece aberto e imprevisível, mas a educação de qualidade serve para nos direcionar para, pelo menos, uma perspectiva mais positiva quanto a este futuro imprevisível.
Assim sendo, nós educadores precisamos mostrar a nossos educandos que sonhar é preciso e que acreditar neste sonho é essencial, e que a educação de qualidade será como uma bússola a guiá-los nas realizações.