02/02/2017

Trump e o clima. Paira no ar as sombras das incertezas.

Por Claudinei José Martini

Professor, Especialista em Educação a Distância, Mídias na Educação e Ensino de Ciências.

Desde a Revolução Industrial, a atividade interventora e transformadora do homem em sua relação com a natureza vem tornando-se cada vez mais predatória. A década de 1960 pode ser considerada uma referência quanto à origem das preocupações com as perdas da qualidade ambiental (TOZONI-REIS, 2004), desde então vem se desenvolvendo propostas de educação ambiental que leve à reflexão sobre a problemática ambiental e sua relação com a educação.

Este aumento da preocupação com as questões ambientais não é um fenômeno isolado, pois a sociedade está cada vez mais preocupada com tais temáticas, seja no consumo de bens duráveis, não duráveis e também de serviços prestados. Atualmente, cresce cada vez mais a consciência de que o meio ambiente tornou-se o contexto de todas as questões sociais. Se não houver uma preocupação com as relações que sustentam o sistema de vida, ou seja, o cuidado com os seres humanos, com a fauna e a flora, com a água, com o ar e com o solo, corre-se o risco de comprometer o futuro do nosso planeta.

A Conferência das Nações Unidas para o Meio Ambiente e Desenvolvimento, Rio-92, propôs como principais objetivos a definição de medidas para enfrentar os problemas crescentes da emissão de gases causadores do efeito estufa. Movimentos sociais, sociedade civil e iniciativa privada também compareceram em peso, todos a favor de propor um novo modelo de desenvolvimento econômico que alinhasse à proteção da biodiversidade ao uso sustentável dos recursos naturais.

O principal documento ratificado pelo encontro, Agenda 21, colocou no papel uma série de políticas e ações que tinham como eixo o compromisso com a responsabilidade ambiental. Enfocava, basicamente, as mudanças necessárias aos padrões de consumo, a proteção dos recursos naturais e o desenvolvimento de tecnologias capazes de reforçar a gestão ambiental dos países. Além disso, outros importantes tratados foram firmados, como as convenções da Biodiversidade, das Mudanças Climáticas e da Desertificação, a Carta da Terra, a Declaração sobre Florestas.

Contudo, parece que apesar dos esforços despendidos, em conferências e reuniões sobre o clima, por diversos países em desenvolvimento e ditos desenvolvidos para diminuir as emissões de gases, Donald Trump vai na contra mão deste processo, colocando em dúvida o compromisso ambiental americano conquistado recentemente, manifestando publicamente que é contra, colocando em primeiro lugar o interesse capitalista do lucro a qualquer custo, mas a que preço?

REFERÊNCIA

TOZONI-REIS, Marília. Educação ambiental: natureza, razão e história. Campinas, São Paulo: Autores Associados, 2004.

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