Uma Proposta de Arquitetura para Sistemas de Comercialização de Títulos de Capitalização Através do Short Message Service
Resumo- O tema deste trabalho surgiu da oportunidade de concretização de uma idéia; a de construir um canal de comercialização de títulos de capitalização usando serviços de comunicação móvel. São serviços similares àqueles das campanhas promocionais que vemos diariamente pela TV, o consumidor participa de promoções, faz download de jogos, músicas e muito mais, interagindo com mensagens de texto SMS (Short Message Service) através de seu dispositivo ou telefone móvel. Basicamente, será feita a abordagem do tema em dois aspectos: o aspecto de como está estruturado o sistema de capitalização no Brasil e o aspecto da tecnologia usada para oferecer serviços de comunicação móvel. A possibilidade de integração destes dois aspectos, a justificativa e os objetivos do trabalho de pesquisa serão apresentados neste artigo.
Palavras-chave: Capitalização, Java, Mobile, Serviços de valor agregado, SMS.
Área do Conhecimento: Ciências Exatas e da Terra
Introdução
O presente trabalho de pesquisa consiste em propor uma arquitetura para sistemas de comercialização de produtos de capitalização através de dispositivos e telefones móveis. Nesse sistema, a comercialização ocorre por meio do relacionamento estabelecido entre três entidades: o consumidor, a operadora de telefonia móvel e o provedor de serviço.
O consumidor — entidade que irá adquirir um produto de capitalização através de seu dispositivo ou telefone móvel;
A operadora de telefonia móvel — entidade responsável por intermediar o relacionamento entre o consumidor e o provedor de serviço;
O provedor de serviço — entidade parceira das operadoras de telefonia móvel, que irá hospedar o sistema para comercialização de produtos de capitalização.
A tecnologia usada no sistema para comercialização de produtos de capitalização é a SMS (Short Message Service), que permite que as três entidades envolvidas se relacionem através da troca de mensagens.
Os provedores de serviço são empresas parceiras das operadoras de telefonia móvel, que oferecem seus serviços baseados em tecnologias para dispositivos e telefones móveis. Como atual estado da técnica, os provedores de serviço oferecem soluções para vários segmentos de mercado como o de entretenimento, o de marketing e o de negócios.
Os títulos de capitalização surgiram na França há mais de 150 anos. Os associados de uma cooperativa de mineradores depositavam mensalmente valores com vistas à formação de um capital e tinham a garantia de resgatar as contribuições ao final do prazo estabelecido, ou antecipadamente, através de sorteios.
No Brasil, desde a década de 30, os títulos têm atendido a determinados anseios da população brasileira. Inicialmente, os títulos de capitalização foram concebidos exclusivamente como uma ferramenta destinada a estimular o hábito de poupar, tendo como incentivo a participação em sorteios realizados durante a vigência do plano.
Hoje, a capitalização é um instrumento que, utilizado individualmente ou em associação com outros mecanismos de mercado, possibilita o desenvolvimento de soluções para diferentes tipos de demandas da sociedade e é acessível aos mais diversos públicos.
Com duas finalidades distintas, parte do valor arrecadado com o seu pagamento destina-se a fazer a massa necessária para premiar os sorteados, e parte destina-se à constituição de um capital para resgate dentro de prazos predeterminados.
Os percentuais destinados ao sorteio e ao resgate variam de plano para plano, em função de seus objetivos. É assim que determinados planos dão mais ênfase para o sorteio, enquanto outros, sem abrir mão da premiação, buscam a constituição de uma maior reserva de capital.
Inicialmente, os planos de capitalização foram concebidos, exclusivamente, como uma ferramenta destinada a estimular o hábito da constituição de uma soma de capital de médio e longo prazo, tendo como incentivo, a possibilidade do recebimento de uma premiação, através de sorteios periódicos realizados durante a vigência do plano. Entretanto, devido à sua grande flexibilidade, é vasta a possibilidade de se criar produtos utilizando os títulos de capitalização.
Como conseqüência, o mercado evoluiu significativamente e hoje oferece uma grande variedade de tipos de produtos. Cabe às empresas de capitalização demonstrar com clareza as principais características de cada produto, assim como cabe ao consumidor definir qual o mais adequado às suas necessidades.
Dadas as diferentes características e necessidades da sociedade, o mercado de capitalização oferece vários tipos de produtos para aumentar a eficiência de sua comercialização por meio dos diversos canais de distribuição, seguindo as modalidades a seguir mencionadas, onde são elencadas formas alternativas de utilização do título de capitalização.
Tradicional é a modalidade que tem por objetivo restituir ao titular, ao final do prazo de vigência, o valor total dos pagamentos efetuados por ele, desde que todos os pagamentos previstos tenham sido realizados nas datas programadas;
Compra Programada é a modalidade pela qual a empresa de capitalização se obriga a disponibilizar ao titular, ao final do prazo de vigência, se este assim desejar e sem qualquer outro custo, o bem ou o serviço referenciado na ficha de cadastro, a partir de acordos comerciais celebrados com indústrias, atacadistas ou empresas comerciais. Sendo também garantida ao titular a faculdade de optar pelo recebimento do valor de resgate em moeda corrente nacional;
Popular é a modalidade que permite a participação do titular em sorteios, sem que haja devolução integral dos valores pagos ao final do prazo de vigência;
Incentivo é a modalidade pela qual o título de capitalização está vinculado a um evento promocional, que pode ser de caráter comercial, ou de incentivo ou de premiação a determinado comportamento, sem que haja devolução integral dos valores pagos. Neste caso, o titular é a empresa promotora, que concede o título na forma de um sorteio entre os clientes consumidores do produto utilizado no evento promocional.
Além disso, os títulos de capitalização são estruturados quanto a sua forma de pagamento:
PM (Pagamentos Mensais) é um título que prevê um pagamento a cada mês de vigência do título;
PP (Pagamentos Periódicos) é um título em que não há correspondência entre o número de pagamentos e o número de meses de vigência do título;
PU (Pagamento Único) é um título em que o pagamento é realizado uma única vez, tendo sua vigência estipulada na proposta.
Desta forma, um sistema para comercialização tem o objetivo de criar um novo canal de comercialização de produtos de capitalização baseados nas modalidades disponíveis.
O segundo objetivo de um sistema para comercialização de produtos de capitalização é fortalecer a missão da capitalização, que é a promoção do desenvolvimento econômico e social. Utilizando para isso uma característica única dos títulos de capitalização de juntar em um só instrumento a distribuição de prêmios através de sorteios e a acumulação de recursos, de modo a viabilizar soluções para as diferentes demandas do mercado.
Metodologia
Nesta seção, é apresentada a metodologia deste trabalho de pesquisa, que é bibliográfica, relacionando o estudo das tecnologias que são necessárias para cumprir seu objetivo, uma proposta de arquitetura para sistemas de comercialização de títulos de capitalização. Além disso, a contextualização dessas tecnologias com fundamentos da capitalização vai direcionar a estrutura do trabalho como um todo.
Os cenários tecnológicos são aqueles que podem ser encontrados no mercado, no que tange ao envio de SMS por agentes externos à operadora móvel. Tratam-se das situações que uma operadora tende a encontrar quando confrontada com as demandas de roaming e interconexão de SMS. (SÁ, 2003)
No aspecto destes cenários serão estudados os protocolos usados para a interconexão entre as operadoras de telefonia móvel e as entidades provedoras de serviços externos. A arquitetura de uma rede SMS pode conter três interfaces, sendo uma de telefonia, uma de gateway para interconexão e outra de gateway para internet.
O Manual de Melhores Práticas das Empresas de Capitalização (FENACAP, 2008) é um instrumento para melhor compreensão do funcionamento das empresas e dos planos de capitalização. Pretende estimular o aperfeiçoamento constante das informações e o nível de atendimento das empresas ao consumidor, até mesmo buscar e consolidar, por este meio, o desenvolvimento de uma cultura no setor. Com vistas a este segmento de mercado, o trabalho de pesquisa será baseado também na legislação do setor.
Mobilize (CAVALLINI et al., 2010) é um guia prático e conciso para entender as reais aplicações da plataforma móvel nas mais diversas disciplinas da comunicação, como publicidade, relacionamento, ativação, promoção ou marketing direto. São descritos conceitos de mobilidade, números e métricas deste mercado, além de cases de aplicações já realizadas pelas principais agências publicitárias e anunciantes no Brasil.
O artigo de Ledesma (2007) propõe uma alternativa de integração de duas tecnologias que suprem algumas necessidades no contexto de desenvolvimento de sistemas nos dias de hoje. O SMS que tem uma larga base de usuários e o uso de Web Services que têm como propósito facilitar a interoperabilidade entre sistemas distintos com baixo nível de acoplamento. Verificou-se também a viabilidade de utilização destas tecnologias na criação de soluções de negócio, principalmente para servidores de informação. O conceito de arquiteturas orientadas a serviços (SOA) regeu o desenvolvimento da aplicação e da construção do framework, facilitando assim a convergência na utilização de serviços de diferentes tipos de rede.
Embora os dispositivos móveis disponham de um grande potencial de utilidade, capaz de transformar a Sociedade de Informação, uma segunda vez depois da sua penetração pela Internet, verifica-se ainda uma lacuna substancial a nível de aplicações para estas tecnologias e dispositivos, especialmente quando consideramos a possibilidade de acessar e partilhar informação sem qualquer tipo de barreiras. É neste âmbito que o tema da dissertação de Urbano (2006) se insere: avaliar as reais capacidades de partilha dos dispositivos móveis utilizando a arquitetura de rede peer to peer.
Resultados
O mercado de comunicação móvel evoluiu muito nos últimos anos, mérito conjunto de operadoras, agências, anunciantes e demais players que fazem parte deste mercado. Com formatos e regras melhor definidos e maior clareza do real potencial da mobilidade, o volume de ações móveis cresceu fortemente já a partir de 2008. Com isso, vemos grandes marcas investindo de forma cada vez mais consistente e agências publicitárias mais interessadas em entender como inserir elementos de mobilidade em suas campanhas. (CAVALLINI et al., 2010)
No Brasil, o principal meio para o envio de mensagens pessoais continua sendo o SMS. Mesmo com o aumento das opções para enviar todo tipo de mensagens, como e-mail, Twitter e mensageiros instantâneos, o SMS continua crescendo. Em 2010, passou a representar 73% de todas as mensagens pessoais enviadas. (CAVALLINI et al., 2010)
Além disso, no Brasil são enviados cerca de 600 milhões de SMS por mês, por pessoas de todas as idades e classes sociais. Já em 2008, 39% das classes D/E já enviaram SMS. (CAVALLINI et al., 2010)
Amplamente difundido graças aos programas de televisão com suas enquetes e votações, a interação via SMS não tem barreiras de uso. É uma interação democrática, simples e com baixa curva de aprendizado.
Tabela 1 – Características do SMS
Cobertura: 100% da base ou 185 milhões de linhas. |
Time to market: em até 10 dias. |
Custo para o consumidor: existem dois formatos. Um é pago pelo consumidor. Neste caso, o custo mais utilizado (mais comum) para cada SMS enviado é de 31 centavos mais impostos. No outro formato, o anunciante pode comprar um pacote para que o SMS seja gratuito para o consumidor, incentivando a interação. |
Forma de pagamento: valor de programação de plataforma e , quando o SMS é pago pelo anunciante, também existe um custo por essa interação. |
Métricas possíveis: detalhes de entrega das mensagens com data, horário e taxa de entrega da mensagem de resposta e taxa de cliques (quando a mensagem é entregue com um link). |
Observação: dado o formato, a taxa de leitura é enorme, beirando os 100%. Apesar de o limite ser de 160 caracteres, algumas tecnologias como o CDMA, usado por parte dos clientes da operadora Vivo, aceitam apenas 138 caracteres. |
Fonte: Cavallini et al., 2010
Para fornecer o Short Message Service, foi necessário introduzir alguns elementos adicionais e específicos na arquitetura da rede de telefonia celular. Estas entidades funcionais podem ser implementadas em equipamentos diferentes ou híbridos. Em qualquer caso, a transferência de dados ocorre entre estas entidades que são mostradas na Figura 1:
Figura 1 – Estrutura Básica da Rede SMS
Conforme mencionado na seção de introdução, os provedores de serviço são empresas parceiras das operadoras de telefonia, que oferecem seus serviços usando a rede de telefonia celular. Os provedores precisam de uma porta de entrada para a rede de telefonia e, nesse esquema de conexão, estão envolvidas as entidades SMSC e SME. A propósito deste artigo, serão caracterizadas apenas essas duas entidades funcionais presentes na estrutura básica da rede do Short Message Service.
A entidade SMSC (Short Message Service Center) é o elemento de uma rede de telefonia celular responsável pela transmissão, armazenamento e envio de mensagens de texto entre dois dispositivos móveis (i.e., entidade MS – Mobile Station). Todas as mensagens SMS são enviadas para um SMSC. O SMSC armazena as mensagens recebidas, extrai as informações de destino e tenta entregá-las aos seus destinatários. Se a mensagem não puder ser entregue ao destinatário, o SMSC vai tentar entregá-la novamente em uma nova tentativa programada. Se um telefone celular recebeu uma mensagem SMS com sucesso, ele responderá uma mensagem de confirmação ao SMSC.
Qualquer entidade capaz de enviar ou receber mensagens SMS é denominada SME (Short Message Entity). Uma SME geralmente é um aplicativo de software em um dispositivo móvel (i.e., entidade MS – Mobile Station), mas também pode estar localizado na rede de telefonia fixa, pode ser um aparelho de fac-símile, um equipamento de telex, um servidor de Internet remoto, etc. Além disso, uma SME pode ser um servidor conectado diretamente, ou por meio de um gateway, a um SMSC. Nessa situação, a SME é caracterizada como uma entidade SME externa (ESME – External SME). Tipicamente, uma ESME representa um provedor de serviços de valor agregado, um Proxy ou servidor WAP, um gateway de e-mail ou um servidor de correio de voz.
Um fato importante — “Para oferecer serviços de valor agregado, um provedor de serviços (ESME) tem acesso à rede de telefonia celular estabelecendo uma conexão com um centro de mensagens SMS (SMSC).”
A patente do SMSC (ROSS, 2001) prevê um equipamento fornecido com uma pluralidade de interfaces que permita a comunicação com várias entidades. Algumas interfaces que podem ser fornecidas são, por exemplo, uma interface administrativa — permitindo que um administrador faça alterações e atualizações no SMSC; uma interface de múltiplos protocolos — através da qual, mensagens SMS sejam entregues usando protocolos geralmente conhecidos como SMPP (Short Message Peer to Peer Protocol) e SMTP (Simple Mail Transfer Protocol); e uma interface SS7 — fornecendo uma interface de comunicação com outros equipamentos SMSC e outras entidades da rede de telefonia.
A funcionalidade de um SMSC está fora do escopo das especificações técnicas GSM, e como resultado disso, não foi especificada nenhuma interface padronizada para a conexão de entidades externas ao SMSC. Na ausência de um modelo de interface predominante, os fabricantes de SMSC criaram os seus próprios protocolos baseados em qualquer padrão existente, que não são necessária e integralmente incompatíveis entre si.
O ETSI (European Telecommunications Standards Institute) reconhece que uma especificação unificada não teria muita relevância numa fase em que diversos protocolos foram desenvolvidos e estão atualmente em uso extensivo por muitas redes de telefonia. Por esse motivo, foi criada uma especificação (i.e., GSM 03.39) com o objetivo de fornecer um único documento onde vários padrões de interfaces de conexão entre SME e SMSC estarão anexados e a disposição como implementações opcionais.
“A publicação pelo ETSI dos vários protocolos, de fato irá limitar a proliferação de normas proprietárias e irá beneficiar novos desenvolvedores SMSC/SME que podem, então, adotar um ou mais dos protocolos existentes definidos no presente documento.” (GSM 03.39, 2000)
Para a terceira geração de telefonia celular, o 3GPP (3rd Generation Partnership Project) manteve a prévia recomendação GSM definida na segunda geração. Na Tabela 2, temos os modelos de protocolos de interface que são sugeridos na especificação atual. (i.e., 3GPP TR 23.039)
Tabela 2 – Protocolos de Interface entre SMSC e SME
Protocolos de Interface entre SMSC e SME |
Fabricante |
SMPP (Short Message Peer to Peer) |
Aldiscon Information Systems |
SMSC EMI (SMSC External Machine Interface) |
Computer Management Group |
CIMD (Computer Interface to Message Distribution) |
Nokia Networks |
SMSC Open Interface Specification |
SEMA Group |
SMSC Computer Access Protocol |
Ericsson |
Fonte: 3GPP TR 23.039
Vários fabricantes oferecem soluções SMSC. Os mais conhecidos são Logica, Nokia, CMG, SEMA e Ericsson (LE BODIC, 2003). Os desenvolvedores devem adotar o protocolo mais adequado a sua implementação particular, aplicação ou segmento de mercado.
Discussão
O SMS Forum é uma organização sem fins lucrativos que foi criada por empresas dispostas a promover o uso do SMS na indústria da mobilidade. O SMS Forum adotou o SMPP como seu protocolo de interface padrão para conexão a um SMSC. Os protocolos mencionados até então são proprietários e são geralmente protocolos binários operando sobre TCP/IP ou X-25.
Com o surgimento de novas aplicações de mobilidade, surge a motivação para a evolução e o desenvolvimento de novas tecnologias. Por exemplo, o SMS Forum desenvolveu um protocolo operando sobre protocolos como HTTP onde as mensagens são baseadas em texto e representadas no formato XML. Este protocolo foi lançado em 2003 e é chamado MMAP (Mobile Message Access Protocol).
Nos últimos anos os serviços de informações para celulares tiveram um crescimento bastante expressivo, sendo o WAP (Wireless Application Protocol) o precursor destes serviços. O serviço de SMS (Short Message Service) não teve o mesmo destino que o serviço WAP, pois explodiu nos últimos meses no país. Segundo Sá (2003), o problema do WAP é que ele foi muito mal posicionado no mercado brasileiro, onde foi vendido como internet móvel com velocidade de conexão muito baixa, e oferecendo conteúdos não muito agradáveis.
Um framework para Web Services de SMS (LEDESMA, 2007) fornece classes escritas na linguagem de programação Java que, através do mecanismo de herança e implementação de suas interfaces, facilitam o atendimento de requisições a serviços web feito por mensagens SMS.
Segundo o autor, para fornecer o serviço é necessária a implementação de um servidor responsável pelo envio e recebimento de mensagens SMS. Este trabalho foi feito com a utilização de uma biblioteca que permite a troca de mensagens através de um modem GSM, ou através de um telefone celular conectado à estação de desenvolvimento.
Para a escolha da ferramenta de envio e recebimento de mensagens, foram adotados três critérios de escolha: abstração da complexidade das tecnologias envolvidas, baixa curva de aprendizado e baixo custo de implementação. Seguindo esta linha de pesquisa, foram elencadas duas bibliotecas de código aberto, SMSLIB e OPENSMPP.
O protocolo SMPP está sendo utilizado recentemente para permitir a troca de SMS entre operadoras. Para este intuito foram desenvolvidos gateways para trabalhar com este protocolo, convertendo-o de uma tecnologia para outra (e.g., de TDMA para GSM). Este tipo de conversão se faz bastante necessário no cenário brasileiro, dada a diversidade de tecnologias adotadas pelas operadoras. (SILVINO JR, 2002)
Tendo em vista que as formas de pagamento móveis existentes são limitadas para grupos específicos, que dispõem de determinado dispositivo móvel, e que esta condição dificulta a expansão deste sistema. A arquitetura REST propõe uma independência entre o servidor e aplicação cliente, permitindo uma maior flexibilidade na escolha das tecnologias utilizadas às partes (MAGRIN, 2010). Além disso, este fato torna o sistema mais escalável permitindo que atenda a demanda à medida que a base de clientes aumenta.
A adesão maciça à comunicação móvel de voz, que ainda é decorrente, e que teve o seu início no final dos anos 80, levou a uma nova área de pesquisa aplicada nas Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC): a comunicação móvel de dados.
As aplicações para dispositivos móveis sem fios devem sobrepor-se à diversidade de plataformas e sistemas operacionais. De forma a obter-se uma aplicação que seja executável em todos os dispositivos, ela deve ser independente da plataforma. Isto pode ser conseguido através da linguagem de programação Java. (URBANO, 2006).
Conclusão
O presente trabalho de pesquisa pretende incluir o segmento de capitalização como uma novidade no mercado de serviços baseados em tecnologias para dispositivos e telefones móveis.
Diante dos atuais mecanismos de capitalização, são obtidas as seguintes vantagens através dos recursos da mobilidade:
· Agrega qualidade de pós-vendas, estabelecendo um canal de comunicação direto com o consumidor através de seu dispositivo ou telefone móvel. O consumidor recebe diversas informações sobre o título de capitalização que adquiriu, resultados de sorteios, orientações e lembretes sobre o resgate do capital investido e congratulações no caso de premiação;
· Melhora a eficiência da comunicação, permitindo disponibilizar canais de atendimento ao consumidor para o envio de sugestões, reclamações e o esclarecimento de dúvidas;
· Aumenta a fidelidade dos clientes, usando um mecanismo que oferece praticidade aos consumidores que usam dispositivos e telefones móveis para adquirir seus produtos. A cobrança e o resgate do título de capitalização são automáticos, ocorrem diretamente na conta de telefonia móvel do consumidor;
· Incrementa a receita das empresas de capitalização, usando a tecnologia presente nos dispositivos e telefones móveis para a disseminação e popularização dos produtos de capitalização;
· Estende o serviço pós-vendas, criando mecanismos de marketing de novos produtos de capitalização;
· Fornece dados estatísticos, levantando informações regionais precisas através dos números dos dispositivos e telefones móveis dos consumidores. Informações preciosas para que as empresas de capitalização prospectem seus produtos para atender as diversas condições socioeconômicas do país.
O objetivo geral deste trabalho de pesquisa é propor uma arquitetura para sistemas de comercialização de títulos de capitalização através do Short Message Service.
Os objetivos específicos são mencionados a seguir:
· Fornecer material técnico para estudo detalhado de viabilidade comercial;
· Fornecer material técnico para submissão de novos produtos de capitalização, baseados na proposta deste trabalho, junto a SUSEP (Superintendência de Seguros Privados), que é o órgão governamental regulador do setor;
· Fornecer material técnico para pesquisas em outras áreas do conhecimento, como Administração, Marketing, Análise de Sistemas e Engenharia de Software;
· Incentivar a pesquisa aplicada a tecnologias de comunicação móvel de dados e a criação de novos produtos.
Referências
- CAVALLINI, R. Mobilize / Ricardo Cavallini, Léo Xavier, Alon Sochaczewski - 1ª edição - São Paulo: Editora dos Autores, 2010.
- EUROPEAN TELECOMMUNICATIONS STANDARDS INSTITUTE. GSM 01.02 V.6.0.1 - General description of a GSM Public Land Mobile Network (PLMN). ETSI, 1998.
- ______. GSM 03.39 v.7.0.0 - Interface protocols for the connection of SMSCs to SMEs. ETSI, 2000.
- FENACAP. Manual de Melhores Práticas das Empresas de Capitalização / Federação Nacional de Capitalização - Rio de Janeiro: Fenacap, 2008.
- LE BODIC, G. Mobile Messaging Technologies and Services: SMS, EMS, and MMS / Gwenael Le Bodic – England: John Wiley & Sons Ltd, 2003.
- LEDESMA, B.M. (2007). Um framework para Web Services através do Short Message Service. Disponível em: <http://projetos.inf.ufsc.br/arquivos_projetos/projeto_697/artigo.pdf>. Acesso em 13 de março de 2012.
- MAGRIN, R.V.H. Proposta de uma Arquitetura para Sistemas de Pagamento Móvel. Trabalho de Graduação em Ciência da Computação, Instituto de Informática, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, 2010.
- ROSS, F.L. Patent US.6.263.212 - Short Message Service Center / Frederick L. Ross et al. – USA: Alcatel, 2001.
- SÁ, A.L.M. Proposta para implantação de Interconexão entre Redes de SMS (Short Message Service). Monografia de Bacharel em Ciência da Computação, Instituto de Ciências Exatas e Tecnológicas, Centro Universitário do Triângulo, Uberlândia, 2003.
- SILVINO JR, J.B. (2002). SMPP: Protocolos e Aplicações. Disponível em: <http://www.inforede.net/Technical/Layer_1/Wireless_Mobile/SMPP_specs_(POR).pdf>. Acesso em 13 de março de 2012.
- THIRD GENERATION PARTNERSHIP PROJECT. 3GPP TR 21.905 v.11.0.1 - Vocabulary for 3GPP Specifications. 3GPP, 2012.
- ______. 3GPP TS 23.002 v.11.2.0 – Network Architecture. 3GPP, 2012.
- ______. 3GPP TR 23.039 v.5.0.0 - Interface protocols for the connection of SMSCs to SMEs. 3GPP, 2006.
- ______. 3GPP TS 23.040 v.11.1.0 - Technical realization of the Short Message Service (SMS). 3GPP, 2012.
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