29/07/2014

Universidades públicas oferecem especialização em educação integral

Além de promover um novo olhar sobre a gestão escolar, cursos formam educadores capazes de implementar ações inovadoras

 

Um novo olhar sobre a gestão escolar, o currículo e a conexão dos conteúdos são os principais destaques apontados por quatro educadores que concluíram o curso de pós-graduação em educação integral ministrado pelas universidades federais da Fronteira Sul (UFFS) e do Rio Grande do Sul (UFRGS). Desde a abertura da primeira especialização na área, em 2011, a UFFS certificou 105 professores nos estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná.

A especialização em educação integral é feita na modalidade semipresencial, com carga mínima de 360 horas e duração de dois anos. Na UFFS, a formação aborda as bases teóricas, história, legislação, políticas públicas, currículo, métodos, gestão, docência, espaço e tempo na escola. Na UFRGS, o curso trabalha a formação de professores capazes de compreender e implementar ações de educação integral (jornada e formação abrangentes em ciências, artes, cultura, mundo do trabalho) e integrada (sistêmica e interdisciplinar).

Além da pós-graduação, um conjunto de universidades públicas também oferece cursos de extensão e aperfeiçoamento em educação integral a professores, diretores, coordenadores pedagógicos e gestores. A extensão e o aperfeiçoamento têm carga horária de 80 a 200 horas. Dados da Diretoria de Currículos e Educação Integral da Secretaria da Educação Básica (SEB) do Ministério da Educação mostram que oito universidades federais já oferecem esses cursos.

De acordo com o coordenador da pós-graduação em educação integral da UFFS, Élsio Corá, a área de abrangência da instituição, que compreende municípios dos três estados da região Sul, vive uma “febre boa”. A instituição certifica este ano novos profissionais, oferece diversos cursos de extensão e tem programada a abertura de mais uma turma de pós-graduação para 2015. A expansão da oferta, segundo Corá, deve-se à procura por esse tipo de qualificação.

O curso de especialização Educação Integral na Escola Contemporânea, ministrado na UFRGS, com 360 horas de duração, é dirigido a professores, diretores e gestores da educação básica. É composto de seis módulos, com 70% da carga horária presencial e 30% a distância.

A coordenadora do curso, Carmem Zeli de Vargas Gil, diz que a formação dos educadores também compreende cinco saídas a campo. Na seleção, têm prioridade aqueles que atuam em escolas do programa de incentivo à jornada integral e os que trabalham no atendimento a jovens de 15 a 17 anos matriculados no ensino fundamental.

Experiência

Hoje diretora de educação integral no município de Erechim (RS), Juliana Wrublewski, que fez a especialização no campus de Chapecó da UFFS, explica que o curso mostrou a importância da gestão para desenvolver uma escola inovadora. Do turno único para o integral, ela admite que tudo é diferente. “Muda a matriz curricular, o projeto político-pedagógico. É preciso trabalhar com os professores para inovar, para qualificar o tempo”, afirma. 

Desde que concluiu a pós-graduação, em 2012, Juliana desenvolve atividades nas 15 escolas do município, sete delas de tempo integral. Este ano, Erechim Implantou o tempo integral para 100% dos estudantes da Escola Municipal de Ensino Fundamental Jaguaretê, situada na área rural. Em fevereiro, quando as aulas tiveram início, as 69 famílias atendidas resistiram à mudança. Em maio, as famílias responderam a um questionário da Diretoria de Educação Integral sobre os primeiros meses de atividade. Segundo Juliana, 64 famílias aprovaram o projeto.

Fonte: Ministério da Educação 

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