30/01/2017

Volta às Aulas

Por Wolmer Ricardo Tavares – Mestre em Educação e Sociedade, Escritor, Palestrante, Articulista, Colunista, Docente, Consultor de Projetos Educacionais e Gestão do Conhecimento na Educação – www.wolmer.pro.br

 

            Em muitas escolas o dia 01 de fevereiro representará o início do ano letivo para seus alunos e férias para os seus pais, férias porque muitos mal conseguem esperar as aulas começarem para lá deixarem seus filhos, fazendo desta instituição um depósito de crianças e se isentando de qualquer responsabilidade.

            São incontáveis os pais que se omitem de sua função de educar e ajudar o seu filho a construir o seu caráter e a se livrar das zonas de perigo social.

            A escola abraçou a função da família e com o ensino em tempo integral, acredita-se que o aluno está fora da zonas de perigo como prostituição, drogas, tráfico, roubo, violência dentre outras mazelas oriundas do desvio de caráter. Entretanto, quando o aluno retorna para casa cansado de sua jornada, percebe que sua casa não representa o seu lar e encontra o amparo nas ruas e nas pessoas de mau caráter a se aproveitarem da ausência dos pais.

            A família se esqueceu que será em seu leito que ocorrerá o primeiro processo de educação e socialização, além do amparo psicológico, formação moral e a base da formação do caráter.

            Os laços criados nas escolas são voláteis, quanto que na família perdurará na maior parte das vezes, por toda a vida, logo, será a família a base para que o aluno possa se sentir bem resolvido e dedicado a escola.

            Sabendo que a função dos pais é educar, cabe aos professores a função de ensinar, e para os excluídos socialmente, quando o aluno realmente aprende, isso representa a maior transgressão que se pode cometer contra o sistema, isso porque nas escolas da vida, o aluno não será mais uma vítima da sociedade.

            É fato que para equacionarmos uma educação de qualidade, temos que levar em consideração uma das variáveis mais relevantes, a família, como reforçado pelo Estatuto da Criança e do Adolescente-ECA no art. 4º "A responsabilidade em cuidar e educar os filhos é da família". Do mesmo Estatuto, deflui do seu artigo 129 inciso V que

Os pais, além da matrícula, têm o dever de acompanhar a frequência e o aproveitamento escolar do filho [...] garantir a permanência, bem como no de observar e participar da evolução escolar da criança ou adolescente, avaliando seus progressos individuais e estimulando-os para que o estudo seja-lhes rendoso

            Faz-se mister perceber que por melhor que seja uma escola pública, por mais qualificados que sejam seus profissionais, ela nunca irá suprir a carência deixada pelos pais ausentes e omissos.

            Nada adiantará estes pais irem à escola cobrarem bons resultados para seus filhos, porque muitos sequer sabem o que eles estudam, escrevem ou andam fazendo nas escolas, e quando chamados para reuniões, muitos acreditam que não precisam ir, pois e a função da escola garantir o bom andamento do aluno.

            Cabe a família a aceitação pessoal, visto que é nela que se encontra os primeiros indícios de socialização, o que implica na aceitação da pessoa com ou sem limitações, cabe a ela também o afeto, visto que será na família que o aluno encontrará o amor incondicional, além da autoridade para que este saiba lidar com limites, disciplinas e respeito, além do discernimento do que é correto.

            Dito isso, podemos afirmar que o apoio da família é um diferencial na vida do aluno e que quanto mais a família se interessa pela escola e quanto mais esta mesma família acompanhar o andamento do aluno no dia a dia, mais interesse o mesmo terá pelos estudos e melhor será a educação oferecida pela escola.

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