07/11/2017

Patrono da Educação

Por Wolmer Ricardo Tavares – Mestre em Educação e Sociedade, Escritor, Palestrante, Articulista, Colunista, Docente, Consultor de Projetos Educacionais e Gestão do Conhecimento na Educação – www.wolmer.pro.br

            Essa semana me deparei com uma reportagem dizendo que querem suspender o título de patrono da Educação de Paulo Freire e isso é da autoria do Movimento Escola sem Partido. Este mesmo movimento que insiste em alienar o seu povo e deixar com que os desmandos desta política corruptora e seus políticos cleptocratas a direcionarem o país para a lama da corrupção e da iniqüidade.

            Como dito no texto, Paulo Freire: Ícone da Educação, encontrado em http://www.gestaouniversitaria.com.br/artigos/paulo-freire-icone-da-educacao, ele continua sendo para nós educadores um exemplo de profissional que tanto lutou pela autonomia de seu educando, trabalhando a Pedagogia da Autonomia, aliás, este título de Patrono outrora recebido, simplesmente é um reconhecimento de seu árduo trabalho para a educação dos menos privilegiados.

            Este movimento de Escola sem Partido é composto por conservadores que fazem conluio com este governo golpista, e que sem sombra de dúvida representa apenas os 3% que este governo tem de aprovação.

            Como se já não fosse uma imbecilidade este movimento para tirar o título de Paulo Freire, mais idiota são as explicações de algumas pessoas que assinaram o manifesto, que sequer cabem uma linha de comentário neste singelo texto.

            O título de Patrono poderá ser mesmo tirado, o que para um povo que está perdendo tudo, pouca diferença fará, mas cabe aqui algumas ressalvas de o porque do título, já que são estes 3% de aprovação que este governo usurpador tem é que mandam no país.

            Vocês sabiam que a obra “Pedagogia do Oprimido” de Paulo Freire é a terceira mais citada em todo o mundo? Que Paulo Freire é considerado um dos pensadores da pedagogia mais relevantes no mundo, com sua teoria sobre como aproximar o conteúdo acadêmico do universo dos estudantes, fazendo com que eles se apropriem da educação? Para mais informações vide https://www.nexojornal.com.br/expresso/2016/06/04/Paulo-Freire-%C3%A9-o-terceiro-pensador-mais-citado-em-trabalhos-pelo-mundo.

            O que é reforçado pelo Portal G1 publicado no dia 17 de fev. de 2016 quando publica que “Só um livro brasileiro entra no top 100 de universidades de língua inglesa”, o que é justamente o livro “Pedagogia do Oprimido”, e cerca de 20 outras obras do escritor aparecem na lista, embora menos citadas, como "Política e Educação".

            Este educador que o Movimento Escola sem Partido formado por conservadores hipócritas insiste em colocar no ostracismo já foi até defendido pela ONU pela sua famosa e mundialmente conhecida teoria da pedagogia crítica.

            Este pedagogo do povo é simplesmente o brasileiro mais homenageado em todos os tempos. De acordo com Vitor Paiva no site Hypeness (para mais informações vide http://www.hypeness.com.br/2016/06/paulo-freire-e-terceiro-teorico-mais-citado-em-trabalhos-academicos-no-mundo/), Paulo Freire recebeu 29 títulos de Doutor Honoris Causa por universidades da Europa e da América, e centenas de outras menções e prêmios, como Educação pela Paz, da UNESCO em 1986.

            Vitor Paiva faz uma excelente citação da obra Pedagogia do Oprimido o que demonstra a verdadeira preocupação deste pedagogo hoje, principal causa desta idiotice que representa este movimento. Para Paulo Freire, era necessário

Criticar a arrogância, o autoritarismo de intelectuais de esquerda ou de direita – no fundo, da mesma forma reacionários – que se julgam proprietários: os primeiros do saber revolucionário, os segundos do saber conservador; criticar o comportamento de universitários que pretendem conscientizar trabalhadores rurais e urbanos sem com eles se conscientizar também; […] buscam impor a superioridade de seu saber acadêmico às massas ‘incultas

Querem apagar o ideal de uma educação de qualidade, mas a sua obra e seus feitos serão imortais nos países em que atuou e em que é referência, e quanto a nosso país em que prevalece a pequenez e a corrupção, fica o dito popular.... “não se atira pérolas aos porcos”.

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